MEDIÇÃO E CONTROLO 38 Muitas empresas já começaram a repensar os processos de medição adaptando-se à Indústria 4.0 NOVOS AVANÇOS EM METROLOGIA E TOMOGRAFIA Ibon Holgado, Soraya Plaza e Naiara Ortega, do Centro de Fabrico Avançado em Aeronáutica (UPV/EHU) A Indústria 4.0 veio alterar o panorama da fabricação a todos os níveis. Tanto as pequenas empresas como as grandes multinacionais procuram automatizar os seus sistemas e adotar tecnologias de controlo de qualidade modernas, como a metrologia dimensional, com o objetivo de se manterem competitivas. No entanto, o impacto desta grande tendência é especialmente significativo nas indústrias onde a inspeção é a fase mais importante de qualquer processo de fabrico devido aos elevados requisitos de qualidade, como é o caso da aeronáutica. O novo modelo metrológico implica a incorporação de sensores na produção para realizar as medições nas próprias máquinas em que se fabricam os componentes. Desta forma, e com uma sólida infraestrutura e uma rápida conexão entre os componentes de toda a fábrica, será possível alcançar o fabrico sem defeitos, sem atrasos, sem surpresas e sem desperdícios. Particularmente, a tomografia computorizada de raios X estabelece-se como resposta à inspeção de componentes com características inacessíveis através de outros métodos e à aquisição holística dos dados que descrevem a geometria das peças. INTRODUÇÃO A 4ª revolução industrial é cada vez mais relevante no largo campo do fabrico. A Indústria 4.0 representa uma nova onda de tecnologia que impulsiona a eficiência em todas as operações, baseando-se em sistemas ciber-físicos que combinam a infraestrutura física com o software, sensores, nanotecnologia e tecnologia digital de comunicações. A transformação digital é necessária para que as organizações compitammelhor num ambiente económico com constantes alterações à medida que a tecnologia evolui. São várias as principais razões pelas quais as empresas de fabrico de componentes industriais adotam cada vez mais as tecnologias da Indústria 4.0. Por um lado, as soluções de monitorização de máquinas, as estratégias de manutenção preditiva e outras tecnologias operacionais avançadas estão a ajudar os fabricantes a diminuir o tempo de inatividade, a aumentar o rendimento e, de forma geral, em reduzir o custo de fornecimento de peças de qualidade. Outro aspeto relevante está relacionado com a democratização dos dados: o fabrico tem-se verificado afetado ao longo dos anos por dispor os dados em contentores, onde a informação não era partilhada entre departamentos nem ao nível da unidade de produção. A desejada conetividade está a permitir uma acessibilidade a fontes de dados que há uns anos era impensável e, realizada de forma correta, proporciona uma forma fácil de utilizar esses dados para uma tomada de decisões eficaz. Para alémdisso, com a informação digitalizada é possível armazenar uma quantidade quase ilimitada de dados de fabrico através da nuvem que podem ser utilizados para formar novos trabalhadores, criar algoritmos avançados com dados históricos, etc. As opções são ilimitadas desde que os
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