ENTREVISTA 18 Neste setor, quais são as principais aplicações para os vossos cobots? Na metalomecânica o leque de aplicações da robótica colaborativa é umdos mais abrangentes. Podemos utilizá-la em aplicações de processo, desde a soldadura à lixagem ou polimento, no atendimento de máquinas como quinadeiras, curvadoras, prensas, máquinas CNC… No fundo, podemos ter o robô a interagir com a máquina em vez de ter um operador a efetuar uma tarefa repetitiva de carga e descarga, com todas as desvantagens que daí advêm. Apandemiaveioacelerar aadoçãodeste tipodesolução? Sim, sem dúvida. Muitas empresas já estavam conscientes da necessidade de automatizar estes processos, quer por falta de mão-de-obra quer para aumentarem a competitividade, principalmente face à concorrência internacional. No entanto, a pandemia tornou esta questão ainda mais evidente. Quando foi necessário mandar as pessoas para casa, as empresas que já estavam automatizadas conseguiram adaptar-se muito mais rapidamente que as que não estavam. Hoje, existe uma maior consciência de que as tarefas repetitivas podem ser feitas por um robô, que não está sujeito a vírus ou a outras doenças, podendo trabalhar 24 horas por dia e deixando as pessoas livres para outras tarefas de maior valor acrescentado. Foi a intenção de democratizar a robótica que motivou o lançamento da vossa solução de leasing? Exatamente. Pela elevada proximidade que mantemos com as empresas através, por exemplo, da realização de seminários em vários pontos do país, com o objetivo de esclarecer as dúvidas que ainda surgem em relação a esta tecnologia, sabemos quais são as suas necessidades. Sabemos que muitas empresas têm vontade de investir em tecnologia e automação, mas muitas vezes não o fazem porque não têm capital disponível. Este serviço de leasing surge exatamente para facilitar esse processo, de forma a que o maior número de empresas possível possa beneficiar das vantagens que a robótica colaborativa oferece. Trata-se de uma parceria desenvolvida a nível mundial com a DLL, uma empresa especialista em soluções de financiamento, que visa quebrar a última barreira que impede as empresas que precisam da solução de robótica, conhecem-na, acreditam nela, mas tem dificuldade de tesouraria. Portanto, sim, esta é mais uma ferramenta para tornarmos esta tecnologia acessível a todos. Quais são as vossas perspetivas para este ano, em termos de volume de vendas em Portugal? Prevemos que, apesar de todas as condicionantes, 2022 seja um ano positivo, tendo em conta os contactos e as oportunidades que têm surgido, alguns deles decorrentes da Emaf. Pelos indicadores que temos, a nossa expectativa é que, este ano, voltemos ao crescimento que temos vindo a registar desde a fundação da empresa a nível mundial. 2021 foi um ano também ele atípico, mas em que conseguimos recuperar do impacto da pandemia e terminar o ano com um crescimento significativo face a 2020. No que respeita a novidade técnicas, estão previstos lançamentos para breve? Sim. Como disse, estamos muito atentos às necessidades do mercado e, nesse sentido, em breve vamos ter novidades na nossa gama de produto. Mas, neste momento, a UR posiciona-se como mais do que um fornecedor de robôs, não é assim? Sim, nós sabemos que os robôs, por si só, não resolvem os problemas. Por isso, desenvolvemos umecossistema que inclui parceiros especialistas em várias áreas, como ferramentas de processo, grippers, sistemas de visão, software ou acessórios, em que essas terceiras partes introduzem produtos certificados pela UR que complementam os nossos robôs. Desta forma, entregamos ao cliente uma aplicação robótica completa, simples, que se adequa às suas necessidades. Além disso, a UR mantém uma forte aposta na formação, aspeto muito importante apesar de estarmos a falar de equipamentos bastante simples. Neste sentido, disponibilizamos uma academia online em que qualquer pessoa se pode inscrever para aprender a programar os nossos robôs. n No stand da UR, os visitantes puderam ver uma aplicação desenvolvida pelo parceiro Agix, de colocação de insertos em peças plásticas, com alimentação automática e inspeção de qualidade integrada.
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