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25 PERFIL REABILITAÇÃO | EDIFÍCIOS anos, com o objetivo de satisfazer as necessidades básicas da população, sendo que a maior parte dos recursos situa-se na área dos minerais”. APOSTA NA CONCEÇÃO MODULAR “Há um grande trabalho a fazer em termos de reabilitação para satisfazer as necessidades humanas. O consumo excessivo existente exige uma maior eficiência no uso dos recursos. Para isso, é necessário recorrer à conceção modular que permite construir melhor e reduzir a construção nova”, frisou a investigadora do LNEC. Isabel Martins alertou ainda para o facto de “os atuais métodos de construção dificultarem a recuperação de materiais e elementos, permitindo assim uma fácil contaminação com materiais perigosos”. Ou seja, a desconstrução de edifícios reduziria a quantidade de resíduos produzidos e teríamos um desenvolvimento sustentável, “melhorando a eficiência dos recursos”. Neste sentido, a investigadora afirmou que são essenciais ações para “melhorar e reabilitar mais, é fundamental recorrer à construção modular, construir melhor e reduzir a construção nova”. “Devemos ainda ter em conta o aumento da vida útil do stock existente, aumentar a reabilitação e recorrer a materiais secundários e renováveis”, acrescentou. Por fim, Isabel Martins realçou que “a urbanização e o crescimento populacional conduziram a ummáximo de construção de novos edifícios, sendo crucial a descarbonização para o cumprimento dos compromissos relativos ao aquecimento global”. Destaque igualmente para a intervenção de Diogo Pinto Gonçalves, Managing Director da Westport International, que na mesa redonda que se seguiu à conferência, realçou que é essencial “desenvolver projetos que não tenham áreas desperdiçadas. Temos de fazer projetos mais flexíveis, reduzindo os consumos de CO2 com novos materiais que vão ser incorporados. A construção modular é o processo que devemos seguir no futuro, permite uma fácil desconstrução e construção do edifício”. E lamentou que em Portugal ainda estejamos “presos a uma legislação que castra bastante a adaptação da forma de uso e dos materiais”. “SERÁ QUE É AGORA QUE VAMOS PERCEBER QUE O ISOLAMENTO TÉRMICO É MESMO IMPORTANTE?” Ávila e Sousa, Diretor Técnico e Marketing do Grupo Preceram, lembrou na sua comunicação que estes últimos dois anos acabaram “por atrasar um pouco toda a realidade que está relacionada com a sustentabilidade. Agora, estamos a lidar com um novo problema - a guerra na Ucrânia - que está a afetar o mundo e a Europa, com uma escalada de preços impressionante”. “Esperemos que isto não atrase ainda mais a sustentabilidade no nosso mercado”, disse. Mais uma vez, o responsável recordou que “a melhor energia é aquela que não se gasta”. E questionou: “será que é agora que vamos perceber que o isolamento térmico é mesmo importante? Será que é desta que teremos mesmo que promover a eficiência energética dos edifícios para poupar mais, porque a energia nunca vai ser barata?”. Ávila e Sousa sublinhou que “75% da energia num edifício tradicional perde-se pela envolvente opaca, ou seja, pelas paredes, cobertura e pavimento. É, pois, essencial investirmos no isolamento, aliás, a ELPRE – Estratégia de Longo Prazo para a Reabilitação Energética dos Edifícios apontava já neste caminho e é bom lembrar que, só na parte da componente passiva do edifício, tínhamos um retorno de quase duas vezes o que gastávamos”. Tudo isto é fulcral para combater a pobreza energética, lembrou Ávila e Sousa, adiantando que todas as medidas de sustentabilidade são essenciais para o aumento da produtividade e também para a própria valorização do património. “O consumidor necessita de poupança energética, associada ao conforto, segurança e saúde”, alertou, lembrando que “a sustentabilidade e descarbonização cada vez são imperativas”, além de serem, como é sabido, uma exigência europeia. Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa decorreu no LX Factory, em Alcântara. Foto: Ana Clara.

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