BI343 - O Instalador

75 ASSOCIAÇÕES dades reguladoras e decisores políticos. Trabalhámos para que a Associação continuasse a ser reconhecida como parceiro qualificado, contribuindo para discussões técnicas e regulamentares fundamentais para a evolução do setor sempre que nos foi solicitado. Pretendo, por isso, que este mandato seja recordado como um período de abertura, colaboração e de consolidação de uma estratégia orientada para a qualificação, inovação e serviço ao setor AVAC-R. Na sua perspetiva, quais são hoje os desafios mais prementes para o setor AVAC-R em Portugal? O setor enfrenta desafios significativos, impulsionados por exigências ambientais cada vez mais rigorosas, pela necessidade de maior eficiência energética e pela transição para soluções tecnológicas mais sustentáveis. O setor AVAC-R enfrenta hoje um conjunto de desafios estruturais que exigem uma resposta coordenada, tecnicamente rigorosa e alinhada com as metas nacionais e europeias em matéria de energia, clima e qualidade ambiental. Um dos aspetos mais críticos diz respeito ao cumprimento das exigências ambientais, nomeadamente a redução de emissões diretas e indiretas associadas aos sistemas térmicos. A transição para fluidos com menor Potencial de Aquecimento Global, no âmbito do novo Regulamento F-gases, coloca desafios significativos sobre fabricantes, projetistas, instaladores e todos os técnicos do setor, exigindo novas competências, novas soluções e reavaliação de metodologias de projeto e gestão de manutenção. A eficiência energética continua a ser outro eixo fundamental. Os edifícios enfrentam requisitos cada vez mais rigorosos em matéria de desempenho térmico e consumo energético, o que implica maior precisão no dimensionamento dos sistemas, melhor integração entre componentes e uma abordagem de ciclo de vida que minimize consumos e custos operacionais. Paralelamente, a digitalização, a monitorização inteligente de sistemas e a integração de soluções baseadas em IoT estão a transformar profundamente a forma como projetamos, instalamos e mantemos sistemas de AVAC-R, exigindo atualização constante de competências. Sem nunca tirar o objetivo de conforto dos ocupantes ou a eficácia dos processos industriais. Outro desafio crítico é a escassez de mão de obra qualificada. O setor necessita de técnicos e engenheiros bem preparados, capazes de acompanhar a evolução dos regulamentos, das tecnologias e das exigências operacionais. Este défice de recursos humanos qualificados condiciona a capacidade de resposta do mercado e limita a velocidade de adoção de tecnologias mais avançadas. Adicionalmente, existe uma dificuldade crescente em atrair e reter jovens para a área, muitas vezes por desconhecimento das oportunidades profissionais, pela perceção desatualizada da atividade ou pela forte concorrência de outros setores tecnológicos. Reverter esta tendência exige um esforço conjunto: dar maior visibilidade ao papel estratégico do AVAC-R na transição energética, promover percursos formativos alinhados com as necessidades reais do mercado e criar condições para carreiras mais atrativas e tecnicamente valorizadas. Em síntese, os desafios atuais convergem para a necessidade de adaptação regulamentar, eficiência e sustentabilidade, qualificação e retenção de recursos humanos, e integração tecnológica. A capacidade de resposta a estes desafios será determinante para garantir a competitividade e a evolução sustentável do setor em Portugal. Que caminhos considera importantes para a EFRIARC seguir nos próximos anos? A EFRIARC deverá aprofundar a colaboração com as empresas do setor, promovendo ações de formação pontuais e orientadas para necessidades concretas do mercado, de modo a dinamizar a atividade e apoiar a atualização tecnológica contínua. Será igualmente importante reforçar iniciativas que aproximem os jovens da engenharia, destacando a relevância crescente das áreas de AVAC-R no contexto da eficiência energética, da qualidade do ar interior e da transição energética e descarbonização. Paralelamente, a Associação deverá continuar a investir na transferência de conhecimento técnico, no acompanhamento das evoluções regulamentares e na promoção de práticas que contribuam para a inovação e para a qualificação especializada do setor, consolidando o seu papel como referência nacional em engenharia de climatização e refrigeração e continuando a colaborar com as entidades internacionais. Nesse sentido é importante reforçar a colaboração com instituições de ensino, entidades reguladoras, associações e empresas do setor, fomentando discussões importantes para o setor, potenciando projetos que contribuam para a inovação, para a qualificação dos profissionais e para um setor cada vez mais forte e capaz de dar resposta aos desafios emergentes. n “A transição para fluidos com menor Potencial de Aquecimento Global, no âmbito do novo Regulamento F-gases, coloca desafios significativos sobre fabricantes, projetistas, instaladores e todos os técnicos do setor, exigindo novas competências, novas soluções e reavaliação de metodologias de projeto e gestão de manutenção”

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