73 ASSOCIAÇÕES SARA FREITAS Doutoramento em Sistemas de Energia Sustentáveis, focado na implementação da energia solar fotovoltaica nas cidades, e Mestrado em Engenharia da Energia e Ambiente, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Entre 2019 e 2023, foi gestora de projetos e especialista em energia na Lisboa E-Nova - Agência de Energia e Ambiente Lisboa. Desde 2024 que integra a equipa de Política e Inteligência de Mercado na APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis. impacto paisagístico. Estes estão altamente relacionados com o desafio da aceitação social, de uma forma mais ampla ou ao nível das comunidades locais que possam questionar o real benefício de projetos de grande escala, consumidores de eletricidade e água comparáveis às de uma cidade média. Processos proactivamente transparentes, produção de relatórios fidedignos de sustentabilidade, e a demonstração clara dos efeitos de medidas de mitigação e de compensação locais serão aspetos essenciais na resposta à preocupações do público. A produção acelerada de dados a nível mundial e o advento da inteligência artificial estão como que a redefinir a geografia energética. Os DCs são hoje parte intrínseca dessa transformação, além de simultaneamente uma promessa de progresso, são também uma fonte de incerteza para o sistema. Portugal tem condições únicas para liderar este equilíbrio com a sua matriz renovável consolidada, o know-how técnico e orientações políticas orientadas para a neutralidade carbónica. Um aspeto deve, contudo, ser seriamente acautelado: os DCs do futuro só deverão concretizar-se através de energia renovável, caso contrário a digitalização deixará de ser parte da solução e tornar-se-á parte do problema. Portugal tem, assim, todo o potencial para poderá transformar o desafio digital num ativo energético, exportando não só dados, mas também um modelo sustentável de desenvolvimento tecnológico. n
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