OPINIÃO | INOVAÇÃO AVAC 46 APIRAC com o setor da refrigeração e AVAC em transformação A APIRAC está fortemente comprometida com toda a cadeia de valor para assegurar as condições que permitam às empresas responder aos exigentes desafios que se colocam para a próxima década. Nuno Roque, Diretor-geral da APIRAC Vivemos tempos de transformação. Há quase 10 anos, a Comissão Europeia publicou a sua primeira Estratégia de Aquecimento e Refrigeração. Desde então, o sistema energético da União Europeia (UE) mudou. Assumiu a direção da descarbonização total, tendo em vista a neutralidade climática em 2050 e as metas intermédias de energias renováveis e eficiência energética para 2030 e, potencialmente, 2040. A urgência desta trajetória foi ainda mais sublinhada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que revelou a dependência da UE dos combustíveis fósseis importados. Com o novo regulamento F-Gas, a UE impõe restrições mais severas sobre o uso de HFC, condicionando a transição para alternativas de baixo potencial de aquecimento global. A legislação europeia aponta para que a partir de 2036, a redução da utilização desta geração de fluidos frigorigéneos passe a apenas 15%, e que no ano de 2050 se atinja o objetivo do fim da sua utilização. Uma nova era em que os gases fluorados perderão protagonismo: o calendário de eliminação progressiva determina que a utilização de gases fluorados só será possível para as tarefas de manutenção, principalmente com fluidos recuperados; que os sistemas de Refrigeração e Climatização sejam ainda mais eficientes e seguros, ao passarem a utilizar fluidos frigorigéneos alternativos com um baixo PAG, porque nuns casos são inflamáveis, noutros com elevadas pressões e, em aplicações muito específicas, tóxicos. Uma nova era que aponta para a eficiência energética e otimização no funcionamento e utilização dos sistemas, na qual os SACE serão protagonistas. A transição dos fluidos frigorigéneos sinaliza um estágio para a evolução do setor e das suas aplicações tecnológicas, em que todo o setor é convocado para atualizações formativas, certificação de competências adequadas às exigências e equipado para um futuro sem gases fluorados. Por seu turno, a EPBD reconhece amplamente as bombas de calor como a opção disponível para cobrir as necessidades energéticas dos edifícios com emissões nulas. Também a Diretiva Energias Renováveis revista reconhece as bombas de calor como uma tecnologia que contribui para o objetivo global em matéria de energias renováveis e garante a segurança do aprovisionamento energético. A definição de habitação a preços acessíveis associada a normas mínimas de desempenho energético é
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