BI343 - O Instalador

44 orgânicos voláteis). É ainda possível automatizar a resposta das bombas de calor perante situações em que as concentrações são muito elevadas. Através de uma APP para smartphone, os TI podem, por exemplo, emitir alertas de concentração e avisar o utilizador para abrir uma janela ou ativar o modo de ventilação do equipamento, de forma a melhorar a qualidade do ar interior. Existem novos conceitos de distribuição de ar ou climatização localizada que estão a ser testados no projeto? O REPowerE(d)U não incide diretamente sobre esta temática, mas como já referi a utilização dos termóstatos inteligentes (TI) para controlo da qualidade do ar interior e automatização de AVAC podem ser uma ferramenta importante para reduzir consumos e monitorizar a QAI dos edifícios. O projeto REPowerE(d)U trabalhou em parceria com o Projeto LIFE BungEES, que realizou mais de 100 projetos pilotos sobre flexibilidade e orquestração de serviços de energia em vários países europeus. Um destes pilotos realizou-se no Departamento de Eletrotécnica de Computadores da Universidade de Coimbra, onde o Instituto de Sistemas e Robótica tem a sua sede. Este piloto conseguiu, com sucesso, criar estratégias de conjugação de serviços de energia que, além de permitirem reduzir consumos, permitiram ainda criar flexibilidade que pode ser fornecida como um serviço à rede elétrica nacional. Neste piloto foi testada a conjugação de um sistema fotovoltaico, sistema de armazenamento de energia, carregamento inteligente de veículos elétricos e bombas de calor com termóstatos inteligentes. A utilização de TI permitiu reduzir praticamente em 100% o consumo das bombas de calor durante o período da manhã (fugindo assim ao período de ponta) através do recurso à pre-climatização automatizada durante os períodos de vazio ou super-vazio (madrugada), onde a tarifa de energia é mais baixa. Ou seja, as bombas de calor que anteriormente eram ligadas às 9:00h passaram a funcionar apenas a partir das 14 horas, altura em que a produção solar está no seu pico. Além disso, a automatização das bombas de calor (com diferentes níveis de eficiência energética) permitiu obter uma redução média de consumo na ordem dos 15% na época de arrefecimento (verão) e 23% na época de aquecimento (inverno). Outro exemplo é o carregamento inteligente dos veículos elétricos, que foi também conjugado com as tarifas de eletricidade, reduzindo a potência de carregamento nos períodos onde a tarifa é mais alta e aumentado a potência de carregamento quando existe abundância de produção solar. A carga e descarga do sistema de armazenamento foram também conjugadas quer com as tarifas de eletricidade quer com a produção solar. Todas estas estratégias de orquestração tiveram como principal objetivo minimizar as trocas de energia com a rede elétrica nacional. Quais os principais desafios técnicos na implementação de soluções inovadoras em edifícios existentes versus novos edifícios? No caso dos edifícios existentes, o principal desafio técnico é a interoperabilidade dos sistemas, isto é, conseguir pôr sistemas e equipamentos de diferentes fabricantes e de diferentes idades a “comunicar” uns com os outros, com o intuito de funcionarem de forma integrada. No piloto do projeto BungEES, acima referido, esse foi mesmo o principal desafio: conseguir automatizar esta conjugação dos serviços, pois habitualmente cada fabricante usa diferentes protocolos de comunicação, tipos de porta de comunicação ou projeta o seu hardware/software para que este não possa Inovação AVAC ESPECIALISTA EM... No caso dos edifícios existentes, o principal desafio técnico é a interoperabilidade dos sistemas, isto é, conseguir pôr sistemas e equipamentos de diferentes fabricantes e de diferentes idades a ‘comunicar’ uns com os outros, com o intuito de funcionarem de forma integrada

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