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6 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone +351 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Sónia Ramalho Equipa Editorial Sónia Ramalho, Gabriela Costa, Paqui Sáez redacao_oinstalador@interempresas.net www.oinstalador.com Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 110 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 119963 Déposito Legal 10480/96 Distribuição total +8.300 envios. Distribuição digital a +7.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 337 – Maio de 2025 Estatuto Editorial disponível em https://www.oinstalador.com/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação de O Instalador adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. Smart home and building solutions. Global. Secure. Connected. A EFICIÊNCIA TEM CLASSE SUMÁRIO ATUALIDADE 8 EDITORIAL 9 Apagão de 28 de abril expõe fragilidades da rede elétrica e reforça apelo à produção descentralizada 14 Tektónica 2025 reforça posição como plataforma para impulsionar o mercado da construção 18 Quais os principais desafios e constrangimentos do setor AVAC em Portugal? 26 SGT regista crescimento histórico e revela novidades tecnológicas na convenção anual 30 Messe Frankfurt alarga a sua presença em Itália com FESI, a nova feira da construção sustentável e integrada 34 PÁGINA DA NET 36 Entrevista a Luíz Araújo, diretor-geral da Sodeca Portugal 38 Sodeca celebra 40 anos de inovação e compromisso com o setor AVAC 40 Climasun reforça presença no Norte com nova infraestrutura logística e aposta renovada na proximidade ao mercado 44 Daikin Cloud Service Residential: o serviço de monitorização remota que venceu o prémio Tektónica Inovação 2025 48 Inteligência artificial aplicada a centrais AVAC 50 Giatsu apresenta Gama Inspira: versatilidade, eficiência e conectividade para a climatização profissional 52 Gree apresenta novo catálogo 2025 com foco na tecnologia, eficiência e sustentabilidade em climatização 54 Eurofred apresenta série ECO KA de ligação a condutas General 56 Arfit lança Be Smart, a nova era da monitorização inteligente 58 O contributo da energia renovável nos edifícios para uma transição justa 60 Apostar num sistema solar térmico com apoio de esquentador a gás. Vale a pena? 64 Tem a certeza que sabe usar o seu ar condicionado? 68 Geberit apresenta novo Geberit Duofix 70 Formação académica ao serviço da transição energética 72 O caso dos PPA como pilar estratégico para a transição energética e competitividade na Península Ibérica 74 Apesar de tanta chuva, a seca vai continuar a ser um problema 78 Nuclear, outra vez 82

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8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Consumo de energia no primeiro trimestre bate recorde De acordo com dados da REN, o consumo de energia elétrica nos primeiros três meses do ano foi o mais elevado de sempre, tendo sido consumidos 14,1 TWh, batendo os 13,9 TWh registados no primeiro trimestre de 2010. Face ao mesmo período do ano passado, regista-se um aumento de 2,7%, ou 1,9% com correção da temperatura e dias úteis. Em março o consumo de energia elétrica registou um crescimento homólogo de 2,8%. No primeiro trimestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou- -se em 1,42, o de produtibilidade eólica em 1,03 e o de produtibilidade solar em 0,78 (médias históricas de 1). Neste período, a produção renovável abasteceu 81% do consumo de eletricidade, com a componente hidroelétrica a representar 39%, a eólica 29%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 5%. A produção a gás natural abasteceu apenas 12% do consumo, enquanto o saldo de trocas com estrangeiro abasteceu os restantes 7%. No mês de março, a produção renovável abasteceu 88% do consumo de eletricidade, a não renovável 9%, enquanto o saldo mensal de trocas com o estrangeiro, embora inferior ao verificado nos últimos meses, abasteceu os restantes 3% do consumo nacional. Em março, as condições meteorológicas mantiveram-se muito favoráveis para as energias renováveis, em particular para hidroelétrica, que registou um índice de produtibilidade de 1,86 (média histórica de 1). O índice de produtibilidade eólico situou-se em 1,07, num mês em que se atingiu a ponta máxima eólica de sempre com 5078 MW no dia 19. Já a energia solar, apesar de continuar a manter um crescimento acentuado, tem um peso baixo no mix de produção, tendo registado um índice de produtibilidade de 0,71. No mercado de gás natural manteve-se a tendência global de redução do consumo, com uma descida homóloga de 3,7% em março, resultado de uma quebra de 4,7% no segmento convencional e de uma subida de 0,3% no segmento de produção de energia elétrica. No final do trimestre, o consumo acumulado anual de gás regista uma descida marginal de 0,2%, resultado do crescimento de 20% no segmento de produção de energia elétrica, embora se mantenha com valores muito reduzidos, e de uma contração de 5,7% no segmento convencional, que abrange os restantes consumidores. O abastecimento do sistema nacional foi efetuado fundamentalmente a partir do terminal de GNL de Sines, com 76% do consumo nacional, embora se tenha também registado algum movimento através da interligação com Espanha correspondente aos restantes 24% do consumo. O Terminal de Sines abasteceu 93% do consumo nacional, com origem fundamentalmente na Nigéria (49% do gás descarregado em Sines) e EUA (35%).

9 Lennox EMEA passa a designar-se LFB Group A Lennox EMEA tem um novo nome e identidade corporativa. Como estratégia após a transferência para a Syntagma Capital em 2024, a Lennox EMEA passa a designar-se LFB Group. A sigla significa 'Leading For Better' (liderar para melhorar) e constitui o nome genérico sob o qual as marcas como a Lennox (AVAC) e Friga-Bohn (Refrigeração) vão continuar a operar comercialmente. "A mudança de nome da empresa representa uma excelente forma de anunciar a nossa nova visão e de impulsionar ainda mais o progresso. No entanto, não haverá alterações nas operações diárias ou nas interações com os clientes e os fornecedores. Continuaremos a agir como habitualmente. Como ponto de interesse, os valores do LFB Group foram escolhidos através de um processo de votação democrático entre os funcionários da empresa, o que reforça ainda mais a nossa crença no poder dos nossos colaboradores para impulsionar a mudança e ajudar a moldar o futuro da indústria. Leading For Better (Liderar para Melhorar)", revelou em comunicado o Diretor Executivo do LFB Group, Thierry Jomard. A transição para o LFB Group faz parte de um esforço mais amplo de rebranding de toda a empresa, destinado a refletir melhor o legado de inovação em AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e Refrigeração. "Com base na missão de estabelecer parcerias com clientes e fornecedores para criar soluções inovadoras e sustentáveis em prol de um futuro melhor, o LFB Group nunca deixará de progredir". EDITORIAL Esta edição reflete, uma vez mais, o dinamismo e a vitalidade do setor. Num momento em que os desafios da transição energética, da digitalização e da sustentabilidade exigem ação e visão estratégica, damos voz aos protagonistas que estão a moldar o presente e a projetar o futuro das instalações técnicas. Na Tektónica 2025, marcámos presença com a organização de uma mesa redonda dedicada aos grandes desafios do setor AVAC. Foi um momento de reflexão e partilha, fazendo a ponte entre os profissionais, as empresas e as associações. Destacamos também os 40 anos da Sodeca onde, além de uma reportagem sobre o evento que decorreu no Porto de Leixões, em Matosinhos, destacamos uma entrevista exclusiva com o diretor geral, Luís Araújo, sobre o percurso da marca, os marcos mais importantes e as perspetivas para o futuro. Um testemunho que sublinha o valor da resiliência e da inovação ao longo de quatro décadas. Visitámos ainda as novas instalações da Climasun, no Porto, um investimento estratégico que reforça a capacidade de resposta no setor da climatização, e acompanhámos a convenção anual da SGT em Lisboa, onde a empresa revelou ter revistado um crescimento histórico e onde deu a conhecer as principais novidades. Nesta edição, apresentamos também um dossier técnico sobre Solar Térmico, com contributos relevantes para quem acompanha de perto esta tecnologia essencial à descarbonização. E não deixamos de olhar para a energia como fator competitivo: analisamos O caso dos PPA (Power Purchase Agreements) como pilar estratégico para garantir previsibilidade de custos e acelerar a transição energética na Península Ibérica. Boas leituras. A força de um setor em movimento

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Resideo apresenta novo termóstato combinado 2 em 1 TH428 A Resideo lançou no mercado português o termóstato digital TH428 concebido para proporcionar um controlo eficiente de válvulas de aquecimento de piso e válvulas de três velocidades e ventiladores num sistema fan-coil. O termóstato TH428 destaca-se pelos controlos básicos que incluem os modos de piso radiante, aquecimento ou arrefecimento da unidade fan-coil, controlo manual ou automático do ventilador de três velocidades, modo de ventilação e modo ausente ou modo de espera. Além disso, a série TH428WPN-C incorpora uma função de início aleatório para manter a estabilidade da rede elétrica. Este novo termóstato não só pode ajudar a melhorar a eficiência energética das casas, como oferecer maior comodidade e facilidade de utilização. Com um design intuitivo e múltiplas funções, o TH428 posiciona-se como uma solução para quem procura um controlo preciso e versátil dos seus sistemas de aquecimento e arrefecimento. 'Lisboa Clara': o balcão único de Lisboa para o clima e energia Situado na Praça José Queirós, nos Olivais, é um novo espaço de atendimento aos cidadãos que oferece apoio personalizado nas áreas eficiência energética, energias renováveis, mobilidade sustentável, programas de financiamento e informação sobre faturas e acesso a fundos. Lisboa Clara é o balcão único da Câmara Municipal de Lisboa sobre energia e clima, focado no apoio ao cidadão na transição energética. O objetivo é ajudar os lisboetas a reduzir os consumos e a fatura energética e, assim, as emissões de CO2, melhorar o conforto e a qualidade de vida e facilitar o acesso a fundos para eficiência energética. Aqui encontra acompanhamento especializado para apoiar na compreensão de faturas energéticas, escolha de comercializadores mais vantajosos, tomada de decisões sobre melhorias de eficiência energética e opções de mobilidade quotidiana mais sustentável, bem como na candidatura a financiamentos, entre outros serviços. O projeto resulta de uma parceria com a Lisboa E-Nova – Agência de Ambiente e Energia de Lisboa e integra ainda a Rede Nacional “Espaço Energia”, uma medida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito da reforma RP-C21-r44. A loja segue o modelo One-Stop Shop, promovendo a descarbonização do edificado da cidade, com foco no setor residencial privado e integra a Rede Nacional 'Espaço Energia'.

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14 ELETRICIDADE Apagão de 28 de abril expõe fragilidades da rede elétrica e reforça apelo à produção descentralizada O apagão que afetou Portugal continental, Espanha, Andorra e o sudoeste da França no dia 28 de abril, com início às 11h33, trouxe à tona preocupações sobre a resiliência das infraestruturas elétricas na Europa. A E-Redes, responsável pela distribuição de energia elétrica em Portugal, indicou que a falha teve origem fora do país, possivelmente devido a avarias em linhas de alta tensão da rede elétrica europeia. Segundo um comunicado da ERSE, não existem ainda elementos disponíveis que permitam caracterizar com rigor as possíveis causas do incidente, nem apurar responsabilidades. “Sendo um evento que envolve diversos sistemas elétricos europeus, serão realizadas análises pelos vários intervenientes nacionais e europeus do setor, incluindo REN – Rede Elétrica Nacional, a E-Redes, ENTSO-E (Associação Europeia de Operadores de Redes de Transporte), CORESO (Centro de Coordenação Regional para o Sudoeste Europeu) e ACER (Agência Europeia para a Cooperação dos Reguladores de Energia), onde a ERSE participa”.

15 ELETRICIDADE A gestão do sistema elétrico nacional é da responsabilidade da REN na sua qualidade de gestor global do sistema e de operador da rede de transporte, atuando em coordenação com os operadores das redes de distribuição, nomeadamente a E-Redes em alta e média tensão e em baixa tensão, em praticamente todo o continente. A coordenação da gestão do sistema elétrico no sudoeste europeu é da responsabilidade do CORESO. Existem regras europeias e nacionais sobre segurança de abastecimento, operação e gestão de sistema, que são de aplicação obrigatória pelos operadores de redes e pelo gestor de sistema (REN). As regras, metodologias e responsabilidades a observar na elaboração de planos de preparação para riscos no setor da eletricidade observam o disposto no Regulamento (UE) 2019/941 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de junho de 2019, cuja responsabilidade é atribuída à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). GEOTA E A DEFESA DA PRODUÇÃO DESCENTRALIZADA Após o incidente, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) aproveitou para reforçar a necessidade de apostar na eficiência energética e na produção descentralizada. Segundo o GEOTA, a dependência de infraestruturas centralizadas torna o sistema mais vulnerável a falhas em cascata, como evidenciado pelo apagão. O Grupo defende que a descentralização da produção de energia, através de fontes renováveis e sistemas locais, pode aumentar a resiliência e sustentabilidade do fornecimento elétrico. Segundo o GEOTA, a dependência de infraestruturas centralizadas torna o sistema mais vulnerável a falhas em cascata, como evidenciado pelo apagão

16 ELETRICIDADE “Ao contrário do que algumas vozes vêm a defender, a solução não é nem a reabertura das centrais a carvão (na prática substituídas pelas centrais a gás), nem a energia nuclear (extremamente cara, de construção demorada, com riscos conhecidos, pouco resiliente face a perturbações, e perpetuadora do modelo de rede assente em mega- -centrais)”, alertou em comunicado Miguel Macias Sequeira, vice-presidente do GEOTA e investigador na Universidade NOVA de Lisboa. Em alternativa, o GEOTA destaca soluções que reúnem consenso entre especialistas: “desde logo, e em primeira prioridade, reduzir significativamente as necessidades através da eficiência energética (algo inscrito há muito nos planos energéticos nacionais, mas na realidade ainda pouco apoiado); promover a flexibilidade da produção e consumo como parte de uma moderna rede inteligente; aumentar de forma racional a capacidade de armazenamento através de baterias; modernizar as redes de transporte; melhorar os sistemas de alerta e de resposta para estabilização da rede”. Reconhece-se ainda “a necessidade de manter operacionais as centrais de ciclo combinado a gás natural, com utilização decrescente, mas ainda relevantes para o equilíbrio do sistema. Esta mudança de paradigma do sistema elétrico obriga a uma reestruturação do funcionamento do mercado de eletricidade”. Neste contexto, o GEOTA reivindica uma maior aposta na eficiência energética, e na produção de energia renovável descentralizada, em autoconsumo e comunidades de energia. Além de todas as outras vantagens ambientais, sociais e económicas, esta abordagem promove a resiliência e segurança do abastecimento de eletricidade em situações de crise. Ainda assim, Miguel Macias Sequeira avisa que “no modelo atual, a grande maioria dos sistemas fotovoltaicos estão acoplados à rede elétrica e desligam-se em caso de apagão”, recomendando que “se pondere a instalação de energia solar com capacidade para operar desconectada da rede elétrica, em algumas localizações críticas, para resposta a estes eventos muito raros, mesmo que tal comporte custos superiores”. CAMINHOS PARA UM SISTEMA ENERGÉTICO MAIS RESILIENTE O apagão de 28 de abril serve como um alerta para a necessidade de modernizar e diversificar as fontes de energia. A integração de tecnologias inteligentes, o fortalecimento das redes de distribuição e a promoção da produção descentralizada são passos cruciais para garantir a segurança energética. Além disso, é fundamental investir em infraestruturas que possam resistir a fenómenos extremos e potenciais ciberataques, assegurando um fornecimento contínuo e confiável para os consumidores. n

18 TEKTÓNICA 2025 REFORÇA POSIÇÃO COMO PLATAFORMA PARA IMPULSIONAR O MERCADO DA CONSTRUÇÃO A 27.ª edição da Tektónica – Feira Internacional da Construção, promovida pela Fundação AIP, encerrou com um balanço extremamente positivo marcado pelo crescimento significativo no número de empresas participantes – nacionais e internacionais – e pela forte adesão de visitantes profissionais e público em geral. Sónia Ramalho De 10 a 12 de abril decorreu na FIL – Feira Internacional de Lisboa mais uma edição da Tektónica, que contou com a participação de cerca de 400 expositores, dos quais 15% de origem internacional, afirmando-se como o principal ponto de encontro do setor da construção em Portugal. Este ano, a feira voltou a decorrer em simultâneo com o SIL – Salão Imobiliário de Portugal, uma aposta estratégica que tem vindo a reforçar o impacto e o alcance dos dois eventos. Juntas, as feiras ocuparam mais de 45 mil m2 de área de exposição, recebendo um total de 33.500 visitantes, entre profissionais e público em geral, demonstrando a capacidade conjunta de gerar sinergias e potenciar negócios num verdadeiro marketplace dos setores da construção e do imobiliário. Para José Paulo Pinto, gestor da Tektónica, “os números alcançados nesta edição, quer ao nível da participação empresarial, quer na mobilização de visitantes, consolidam a feira como uma plataforma essencial para impulsionar o mercado da construção. Destacamos a inovação como pilar transversal a todos os setores representados, e o compromisso deste evento para valorizar produtos, serviços e equipamentos, bem como promover e distinguir as empresas que apostam em soluções diferenciadoras num mercado em constante evolução.” “Os resultados do inquérito a visitantes profissionais demonstram o grau de satisfação com o evento: 99,5% consideraram que a Tektónica correspondeu às suas expectativas, 98,8% acreditam que o evento contribui para

19 a projeção e crescimento económico do setor, 100% recomendariam a visita a outros profissionais, manifestando ainda a intenção de regressar na próxima edição e 80% dos profissionais reconhecem a Tektónica como o maior evento do setor em Portugal”, divulgou a organização em comunicado. ESTREIAS NA TEKTÓNICA 2025 Apesar ser uma referência nacional no setor da construção, este ano algumas empresas fizeram a sua estreia no evento, como é o caso da Hisense, que classifica a sua presença de “extremamente positiva”. A decisão surgiu “da crescente aposta da marca no mercado nacional, bem como da parceria com a NHClima, distribuidor oficial em Portugal. Temos objetivos ambiciosos e, em parceria, identificámos na feira uma oportunidade estratégica para dar a conhecer as nossas soluções a um público mais vasto e especializado". Os objetivos foram amplamente cumpridos, "tanto em termos de notoriedade, como de geração de leads e contactos comerciais”, indica Sofia Velasco, marketing and communication manager da Hisense. “O stand atraiu um número significativo de visitantes, permitindo-nos apresentar a nossa gama de soluções em climatização e reforçar a presença da marca no mercado português, bem como comunicar esta nova parceria”. A marca apresentou aos visitantes soluções de ar condicionado e AQS, “num compromisso com a inovação e a eficiência energética ao serviço do consumidor”. Um dos destaques passa pelo compromisso com a melhoria da qualidade do ar, através do design de novos filtros e tecnologias, como a Hi-Nano, que elimina vírus e bactérias através do sistema de geração de iões. Entre os produtos que estiveram melhor recetividade destaque para a Hi-Water, “uma bomba de calor de água quente sanitária (AQS) inteligente, de Classe A, que oferece eficiência energética graças ao compressor e motor do ventilador inverter de alta eficiência e fiabilidade. Permite o controlo inteligente através da App ConnectLife e oferece capacidade de monitorização de consumos de energia para melhor gestão e economia”. Já o Energy Pro X é um ar condicionado “que se posiciona como uma solução avançada graças à eficiência energética de primeira classe (A+++ em arrefecimento e A+++ em aquecimento). Este modelo oferece um desempenho elevado e a sua conetividade Wi-Fi, o controlo por voz e a aplicação ConnectLife permitem a gestão inteligente e personalizada da climatização da casa”. Outra estreia foi da SGT Energia e Climatização SA., que não podia estar mais satisfeita com o balanço da Tektónica. “A participação foi muito positiva e foi uma excelente oportunidade para reforçarmos a visibilidade da marca, estabelecermos contacto com os profissionais do setor e partilharmos as nossas soluções com um público altamente qualificado. O interesse demonstrado pelos visitantes superou as expectativas, o que nos deixa muito satisfeitos com esta estreia”, refere a O stand da Midea. O stand da Hisense.

20 SGT Energia e Climatização SA., que tem vindo a crescer “de forma sustentada no mercado nacional”. Para o evento, os objetivos eram claros: “aumentar o reconhecimento da marca, apresentar as soluções mais inovadoras e estreitar laços com os profissionais do setor”, que puderam conhecer algumas das novidades da marca. “Apresentámos várias novidades da gama de climatização, com especial destaque para o novo Split Tipo Mural Solstice (EZ), que incorpora inteligência artificial (IA) para uma gestão mais eficiente do conforto e da poupança energética. Destacámos ainda o novo chiller MagBoost Apex Pro, uma solução de elevada performance, ideal para projetos de maior exigência técnica”. Outro destaque foi o sistema CIRQHP, “uma solução inovadora que permite aquecimento, arrefecimento e produção de AQS com recuperação de calor, com elevados níveis de eficiência energética. Esta tecnologia despertou grande interesse entre os profissionais do setor pela versatilidade e contributo para edifícios mais sustentáveis”. MUDANÇAS BEM ACOLHIDAS PELOS PARTICIPANTES Este ano, em vez dos habituais quatro dias, a Tektónica decorreu ao longo de três dias, eliminando o domingo, “o que foi bastante positivo, pois focou ainda mais o evento no público profissional”, destacou Sílvia Nogueira, CFO da Be-Air, que notou ainda “a organização dos pavilhões. Houve uma maior otimização dos espaços e foi muito bem pensado ter um único pavilhão com o foco nas energias renováveis”. No geral, Sílvia Nogueira faz um balanço “muito positivo” da Tektónica. “Face a 2024, verificou-se um aumento significativo de visitantes. A julgar pela afluência no stand, estamos bastante otimistas na angariação de novos clientes”, que tiveram a oportunidade de conhecer algumas novidades da marca, como os dois novos modelos LG. “O Ar Condicionado LG Artcool Gallery Premium, onde se destaca uma tela FHD de 27 polegadas com uma moldura numa madeira fina e a Bomba de Calor a R290 LG, onde prioriza a elevada fiabilidade, tecnologias anti-gelo e de degelo, otimizada para um funcionamento mais seguro, com um novo design em tons de cinzento adaptando-se a qualquer ambiente, podendo gerar água até 75°C enquanto opera a temperaturas tão baixas quanto -28°C. Inspirada na natureza, garante aquecimento sustentável com classificação energética A+++”. Além dos modelos da LG, a Be-Air apresentou as ferramentas para operar gás R290: "a Estação de Recolha ATEX Value R290, R32, R134a e R600 com 1 Cv para as classes A2L, A2 e A3 e a Bomba de vácuo ATEX Value VA3-PX 198l/min”. Na opinião de Vítor Gomes, diretor de marketing e compras da France Air Portugal, não só o novo formato de três dias foi uma aposta ganha, como a antecipação do evento para abril. O resultado está à vista, com o “aumento em cerca de 20% do número de visitantes e o aumento do número de expositores, que resultou na utilização dos quatro pavilhões da FIL nesta feira. O foco de muitos visitantes por soluções residências de conforto sustentável tornou este evento ideal para a comunicação que pretendíamos focar, pelo que foi muito positivo”. “Esta feira tem vindo a afirmar-se como um ponto de encontro estratégico para os profissionais do setor da construção e AVAC e, esta edição, reforçou a sua relevância enquanto espaço privilegiado para a divulgação e dinamização do ecossistema das nossas marcas France Air e Cairox” destacou. A France Air Portugal aproveitou para fazer o lançamento de três novas soluções para o mercado residencial. “A grande protagonista foi a nova R-Aqua® Fusion, uma unidade híbrida autónoma desenvolvida para dar respostas às necessidades de produção térmica (climatização e águas quentes sanitárias) e de ventilação típicas de uma habitação, num único equipamento interior, sem unidade exterior, o que introduz no mercado um novo conceito que traz vantagens claras a todos os intervenientes do projeto e na sua utilização”. A unidade é composta por três secções, integradas num único equipamento. “A secção de produção é uma bomba de calor interior, equipada com um ventilador centrifugo com elevada pressão estática disponível, preparado para ser condutada para a captação e rejeição da energia necessária à bomba de calor”. Com uma capacidade de 9kW, pode produzir água quente ou fria, de acordo com as necessidades do sistema. “A água é depois transferida para a secção hidráulica, constituída por um depósito A equipa da Be-Air.

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22 para as águas quentes sanitárias (AQS) e todos os componentes hidráulicos necessários”. No fundo, uma central térmica integrada no próprio equipamento, acabada, testada de fábrica e pronta a aplicar, “sendo necessário fazer apenas as ligações hidráulicas de forma direta ao sistema de distribuição de climatização e de AQS em obra”, explica. Já a secção de ventilação é composta “por um recuperador de calor para a ventilação da habitação (VMC duplo -fluxo), com capacidade até 550m3/h, dotado de filtros, roda térmica para recuperação de energia e humidade, ventiladores de insuflação e extração EC e uma bateria de arrefecimento ou aquecimento alimentada pela própria unidade, interligada de fábrica”. Para Vítor Gomes, esta é “a solução mais plug-and-play no mercado, com vantagens no espaço necessário, estética arrumada, rapidez e facilidade de instalação, fiabilidade de todo o sistema e sem unidade exterior”. Além destas novidades, a marca apresentou a gama de ar condicionado residencial R-4Living, com o lançamento da nova solução R-4Living Multi Evo “que se deferência dos sistemas típicos pela capacidade de fazer a climatização da habitação e a produção de AQS com uma única unidade exterior”. Já Miguel Ferreira, da Sodeca, destaca como ponto positivo na Tektónica a existência de um pavilhão “praticamente dedicado só ao setor AVAC”. Este ano, a marca reforçou o investimento “num stand com uma estética reformulada e de acordo com os padrões da Sodeca. Ao longo dos três dias, a nossa equipa foi abordada e solicitada para dar informações sobre os nossos produtos e soluções para ventilação, desde profissionais do setor, arquitetos, projetistas, promotores imobiliários, construtores e cliente final. Sentimos que houve um interesse genuíno nas soluções que apresentámos”. A marca voltou a apostar na unidade VMC com recuperação de calor AIRHOME, sendo que a novidade “é que pode ser equipada com um módulo que permite o controlo da mesma através de uma aplicação de telemóvel. Além disso, também apresentamos o novo sistema de acessórios e condutas para sistemas VMC, bem como os terminais para difusão de ar em gesso Ergovent para aplicação integrada na arquitetura”. A MELHORAR? OS ACESSOS E O ESTACIONAMENTO Apesar de a participação na Tektónica fazer parte da estratégia de marketing do Grupo EFCIS e de ser um certame que gostariam de continuar a ajudar a desenvolver, “penso que a continuar a evoluir para uma potencial feira nacional do setor AVAC, o Parque das Nações traz alguns desafios nos acessos, estacionamento e calendarização, que farão parte das decisões de participação dos principais intervenientes no mercado”, nota Susana Penedo, diretora de marca no Grupo EFCIS. “O estacionamento e os acessos competem com uma zona de muito turismo, cultura e lazer, e o sucesso de uma feira do setor do AVAC ou da construção não pode inibir interessados por falta de estacionamento e acessos ao recinto”. O stand da France Air Portugal. O stand da Sodeca.

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24 PRÉMIO TEKTÓNICA INOVAÇÃO A cerimónia de entrega de Prémios Tektónica Inovação, que decorreu durante o evento, reuniu mais de 40 candidaturas, um indicador de que o setor está em constante crescimento e mutação. Foram atribuídos nove prémios e duas menções honrosas, onde foram distinguidas as empresas: • Jeremias, com Genius Ekkoair, na categoria de Eficiência Energética • Pretensa – Inovação em Engenharia, com o sistema Resisto 5.9, na categoria Novos Processos Construtivos e Válvula Mecânica de Corte automático de Gás, na categoria de Novos Materiais • Daikin Air Conditioning Portugal, com Daikin Cloud Service Residencial, na categoria de Serviços • Nationalrev, com a solução I.Geo Bx, na categoria de Máquinas e Equipamentos • Standard Hidráulica, com o sistema de fixação Top Fix System, na categoria Banho • Frasa – Equipamentos de Cozinha e Energia, com o produto Frasa Naturalair, na categoria Cozinhas • Revigrés, com o produto Tech 3D, na categoria de Pavimentos e Revestimentos • Secil Sa, com o equipamento de estruturas de betão com tecnologia Bewarm, na categoria de Equipamentos de Exterior. AS MENÇÕES HONROSAS FORAM ATRIBUÍDAS A: • Burger & Cie., com o sistema de instalação de revestimentos Groove Rail, na categoria de Pavimentos e Revestimentos • Na categoria de Novos Processos Construtivos, o sistema Skinium – The Wall System, desenvolvido pelas empresas Perfisa, Gyptec Volcalis, Amorim Cork Solutions e Mapei. A equipa do Grupo EFCIS com a gama de fabrico Haier, que comercializam. Ainda assim, Susana Penedo salienta que a feira se apresentou “maior do que em anos anteriores, o que é um sinal positivo mesmo com todos os desafios que esse crescimento acarreta para as empresas participantes”. Quanto às novidades apresentadas, o grande destaque deste ano foi o MRV7S “não só por utilizar o refrigerante R32 em vez do convencional R410a, mas pelas inovações tecnológicas de facilidade de interligação e eficiência, facilitando não só o desenvolvimento do projeto, como a própria execução de montagens”. Também nas bombas de calor Haier, “o destaque foi para as Hydros com R290, tipologia que apresenta uma vasta gama, desde as monobloco com soluções em cascata, passado pelas split com módulo hidráulico inteligente e as Hydros Allinone com depósito incluído e alta temperatura”. n

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26 EVENTO Quais os principais desafios e constrangimentos do setor AVAC em Portugal? Este foi o mote para a discussão, em formato de mesa redonda, que decorreu a 10 de abril no Auditório S&P Espaço Eficiência Energética no Pavilhão 4 na edição deste ano da Tektónica. Paulo Bessa, Business Solutions Manager da SGT Energia e Climatização, SA, Jorge Carvalho, Business Director da Eurofred, Luís Graça, Sócio Gerente na Frostline e Nuno Roque, Diretor-Geral da APIRAC foram os oradores do evento organizado pel’O Instalador e que juntos discutiram as medidas mais urgentes para ultrapassar os desafios do setor. À semelhança da edição anterior da Tektónica, O Instalador promoveu, no primeiro dia da feira — que decorreu na FIL, entre 10 e 12 de abril —, uma mesa redonda dedicada aos principais desafios do setor AVAC em Portugal. Depois de, em 2024, o foco ter estado no novo Regulamento F-Gas, este ano o debate centrou-se na escassez de mão de obra, na transição energética e nas oportunidades de inovação tecnológica, reunindo representantes de empresas e organizações setoriais. Durante 45 minutos, os quatro oradores convidados partilharam preocupações e propostas para um setor que se encontra em mudança acelerada, marcado por exigências regulamentares, transformação tecnológica e novas expectativas por parte dos consumidores. Nuno Roque, diretor-geral da APIRAC, destacou o período em que vivemos, “de grandes transformações legislativas e regulamentares, motivadas por temas de fundo, como o impacto ambiental e a necessária descarbonização, a gestão eficiente dos recursos e o desempenho energético condizente com a sociedade evoluída que desejamos ser. Esta resposta tem de ser dada enquanto sociedade e, de modo mais micro, por diversos setores económicos, entre os quais o nosso. Os edifícios, que são compostos por diversos sistemas técnicos, e nomeadamente energéticos, representam 40% do consumo energético na União Europeia e são responsáveis por 36% das emissões em CO2”. Por essa razão, “as empresas e os profissionais do nosso setor são convocados a entregar respostas que resolvam estes impactos e apontem soluções mais eficientes energeticamente, sem utilização de combustíveis fósseis”. Quanto às medidas mais urgentes a serem tomadas para fazer face aos desafios, Nuno Roque indica que estão a ser desenvolvidas soluções tecnológicas “para responder com a maior capacidade ao desafio extremamente exigente que se coloca ao setor e às Sónia Ramalho

27 EVENTO empresas, em particular. Do ponto de vista ambiental, as bombas de calor serão a forma mais económica e neutra para efeitos de aquecimento e arrefecimento, embora se apresentem ainda como um investimento dispendioso para os consumidores. Os decisores políticos têm de corrigir esta situação, comprometendo-se inequivocamente com as tecnologias das bombas de calor, criando condições económicas favoráveis para a solução de climatização mais limpa que existe”. Como medida imediata, o responsável da APIRAC defende que “as políticas devem visar a redução do custo da eletricidade para aplicações residenciais, comerciais e industriais. Exige-se uma ação governamental concreta, que crie condições económicas mais favoráveis do que as existentes. Mas, no cenário real de concentração urbana existente, a rede de distribuição e a rede de fornecimento não estão preparadas para a implantação em massa de bombas de calor, pelo que se impõe, a par, uma descentralização da produção, aproximando a produção do local de consumo, mitigando as inadequações de infraestrutura da rede elétrica e reduzindo o custo da eletricidade para as aplicações referidas”. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Paulo Bessa, Business Solutions Manager da SGT Energia e Climatização, SA, destacou o sistema Multi Circle da Midea como um exemplo de inovação com impacto prático na eficiência e nos custos energéticos. Lançado o ano passado, este sistema permite integrar climatização e produção de água quente sanitária, reaproveitando o calor das unidades exteriores, sobretudo durante o inverno. “Nos meses de janeiro, fevereiro e março consegui ter três meses de água quente gratuitos”, revelou. “O sistema permite que, quando estamos a fazer frio com as unidades interiores, a unidade exterior ia libertar calor para a atmosfera. Com esta solução, o calor que seria normalmente dissipado é canalizado para aquecer água, reduzindo o desperdício e respondendo a novas exigências regulatórias, como o fim da obrigatoriedade de redes de gás em novos edifícios. “Há uma transição de caldeiras e esquentadores para bombas de calor, mas depois surge a questão: onde se colocam esses depósitos, dentro de casa ou na varanda? Estes novos sistemas permitem localizar dentro de casa o deposito de água quente, já que são sistemas com um diâmetro de 50 centímetros, cabem num armário de 60x60”, sublinhou. FORMAÇÃO, MERCADO E ASSOCIATIVISMO Jorge Carvalho, Business Director da Eurofred, alertou para os riscos da guerra de preços num mercado em crescimento, mas onde a diferenciação se torna cada vez mais desafiante. “Acima de tudo, o que se tem de vender é a solução porque o mercado está a crescer. O boom doméstico foi muito grande, as alterações climáticas são uma realidade e o mercado não cresce à proporção do que as marcas desejam, daí a guerra de preços”, explicou. “O cliente tem de sentir que há uma mais valia na compra do produto e

28 EVENTO também temos de apostar na formação dos clientes. Mais do que poupar, é importante não desperdiçar”. E destacou duas palavras que ainda causam confusão, mas que deviam andar casadas: eficiência e eficácia. “Os sistemas têm de ser eficientes, mas eficazes. Não me serve de nada um sistema eficiente quando, nos picos de calor, não funciona”. Jorge Carvalho abordou ainda a falta de associativismo que se vive no setor. "Digo isto com alguma mágoa porque fui dirigente durante vários anos [APIRAC e EFRIARC] e já notava isso. A primeira coisa que as pessoas perguntam é: 'o que é que eu ganho com isto?' É preciso carolice, não saturar os dirigentes atuais para não desistirem no final dos mandatos, tem de haver sempre uma renovação e cativação". MEDIDAS URGENTES E PERSPETIVAS DE FUTURO Para Luís Graça, sócio-gerente da Frostline, a escassez de mão de obra — qualificada e não qualificada — é um problema transversal. “Falta apoio às empresas do setor e falta unidade e sintonia dos ‘players’ do mercado AVAC&R, principalmente das organizações setoriais e grupos de trabalho”. Entre as medidas mais urgentes a tomar para ultrapassar estes desafios, Luís Graça destaca “uma legislação mais eficiente, menos burocrática e com planos alargados para uma adaptação gradual das empresas às alterações legislativas relacionadas com a descarbonização. Não há um planeta Europa, há um planeta Terra e, como tal, estes processos deveriam ser à escala global e não local”. Para Nuno Roque, “o setor da refrigeração, ar condicionado e bombas de calor é incontornável e fundamental para o bem-estar da sociedade, mas 75 % dos edifícios da União Europeia ainda são ineficientes do ponto de vista energético. Por conseguinte, a redução do consumo de energia, em consonância com o princípio da prioridade à eficiência energética e a utilização de energia proveniente de fontes renováveis no setor dos edifícios constituem medidas importantes e necessárias para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e a pobreza energética na União. O setor térmico está na primeira linha de resposta às necessidades e exigências. Neste contexto, a APIRAC irá, como tem sido o seu compromisso, apoiar os associados na transição para soluções mais ecológicas, assegurando que a sustentabilidade do setor da refrigeração e da climatização é tida em consideração na legislação e regulamentações relativas à energia”. O debate promovido pel'O Instalador na Tektónica 2025 veio confirmar que o setor AVAC vive um momento de viragem. Entre constrangimentos estruturais e avanços tecnológicos, os profissionais mostram-se conscientes da sua responsabilidade na transição energética e na construção de um modelo mais sustentável. A inovação, a formação e a cooperação setorial surgem como pilares essenciais para um futuro mais eficiente e resiliente. n A Mesa Redonda atraiu a atenção de muitos dos visitantes no primeiro dia da Tektónica. A Mesa Redonda organizada pela revista O Instalador contou com o apoio da Eurofred e SGT Energia e Climatização como Patrocinadores Premium e com a Be-Air, CEST, Climasun, Daikin, Filtermind, France Air, Mitsubishi, Panasonic, Samsung e Sodeca como Patrocinadores Basic.

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30 EVENTO SGT regista crescimento histórico e revela novidades tecnológicas na convenção anual A 11 de abril, a SGT Energia e Climatização S.A., distribuidora exclusiva de soluções de climatização Midea em Portugal, reuniu mais de 300 convidados no hotel SANA Myriad, em Lisboa, para a sua convenção anual. O evento teve como principal objetivo apresentar a nova gama de produtos e reafirmar a estratégia para 2025, com destaque para a atribuição à SGT do prémio Midea HVAC VIP Distributor. Sob o mote Green Vision – Blue Future, a convenção teve lugar em simultâneo com a presença da marca na Tektónica 2025, que teve lugar na FIL entre 10 e 12 de abril. Estrategicamente, os eventos aconteceram em locais próximos, o que permitiu alargar a área de exposição e proporcionou aos participantes uma visão mais abrangente dos recentes avanços tecnológicos das soluções de climatização Midea. Entre as novidades, foi realçado o Split Tipo Mural Solstice (EZ), equipado com tecnologia de Inteligência Artificial Ecomaster IA, que assegura uma poupança de mais de 30% de energia, sem comprometer o conforto. Outro lançamento de relevo, apresentado por Paulo Bessa, business solutions manager da SGT, foi o sistema Multi CirQHP, que alia climatização e produção de AQS com recuperação de calor, sendo uma solução de elevada eficiência energética e sustentável. Foram ainda destacadas a gama de Bombas de Calor AQS e os sistemas M-Thermal (Mars, Mars Large, Power Monobloco e Split) da Midea, que utilizam os fluidos refrigerantes R290 e R32, e que são compatíveis com energia solar térmica, bem como as Bombas de Calor de Piscina, cuja tecnologia SG Ready permite aproveitar a energia renovável disponível proveniente das redes inteligentes. O Chiller MagBoost Apex Pro, em exposição na Tektónica, foi o grande destaque na gama industrial, tendo João Silva, responsável pelo departamento de orçamentação da SGT, esclarecido que este produto de design compacto e modular se diferencia pela elevada eficiência, fiabilidade e facilidade de manutenção.

31 EVENTO Já António Rodrigues, técnico comercial da zona sul, relembrou a gama VRF, enaltecendo o sistema Mini-VRF Atom T, que conjuga o conforto térmico e AQS com a poupança de energia. Durante o evento, Marta Lourenço, responsável pelo departamento de peças, anunciou o plano de formações técnicas para o ano de 2025, enquanto Florbela Ferreira, do departamento de marketing, indicou as ações de comunicação realizadas em 2024, destacando o forte investimento da SGT em publicidade. BSRIA CONFIRMA CRESCIMENTO DA MARCA Sumeia Tayob, administradora da SGT, iniciou o discurso salientando o facto de este ano, a SGT Energia e Climatização S.A. ter optado por uma abordagem mais ousada ao organizar dois eventos em simultâneo: a convenção anual e a presença na Tektónica. Deu igualmente a conhecer que, mantendo a trajetória ascendente dos últimos anos, em 2024, o volume de negócios da empresa na área de negócios de Ar Condicionado voltou a registar um crescimento de dois dígitos em comparação com o período homólogo do ano transato, sendo a gama industrial a que registou maior variação positiva. Acrescentou ainda que o crescimento da marca está comprovado pelo facto de ter sido alcançado um marco significativo “devido à BSRIA ter identificado que, em Portugal, no ano de 2024, a Midea ocupa a terceira posição, em termos de volume, nos segmentos mono-split e multi-split (exceto as condutas). Além disso, ocupamos, em volume, lado a lado com outra marca, a terceira posição no segmento dos sistemas mini VRF e atingimos o quarto lugar nos sistemas VRF de grande capacidade. Este resultado coloca-nos como a única marca de origem chinesa posicionada logo abaixo às duas principais marcas japonesas, um feito que nos preenche de orgulho.” A BSRIA, entidade de renome internacional no setor AVAC, baseou-se em dados reais de janeiro a setembro de 2024, com projeções para outubro a dezembro do mesmo ano, para realizar o estudo do mercado Português de Ar Condicionado*. Por último, Sumeia Tayob agradeceu a todos os que contribuem diariamente para o crescimento da Midea em Portugal, destacando o papel essencial dos parceiros que promovem ativamente a inclusão da marca nos cadernos de encargos. PERSPETIVAS PARA 2025 Shamila Tayob, também administradora da SGT, começou por partilhar que, relativamente à divisão de Ar Condicionado, a empresa iniciou 2025 com um crescimento a dois dígitos no primeiro trimestre, em comparação com o período homólogo do ano anterior, tanto em unidades vendidas, como em valor, ultrapassando os targets definidos. Sublinhou que a estratégia passa por continuar a aumentar a quota de mercado da Midea nos sistemas de expansão direta e reforçar a sua posição nos sistemas a água: “Acreditamos na qualidade da nossa gama e estamos convictos de que é o momento certo para incrementar as nossas quotas de mercado nas gamas de Chillers e Bombas de Calor”. Confirmou ainda que o budget para o plano de marketing de 2025 foi reforçado e que as formações técnicas vão continuar a ser uma prioridade, promovendo o conhecimento prático dos produtos. “Estamos dispostos a investir o que for necessário para seguir a direção que traçámos para o ar condicionado”, afirmou, destacando o papel da equipa como fator-chave para o sucesso da empresa.

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