AVAC 19 missores. O CO2, também conhecido como R-744, tem atraído a atenção devido ao seu GWP praticamente nulo e sua eficiência em aplicações específicas de refrigeração. No entanto, a amónia (R-717) é igualmente competitiva, sendo amplamente utilizada devido à sua eficiência energética superior e ao seu GWP também praticamente nulo. A razão pela qual iremos destacar o CO2, neste artigo, prende-se com o facto de apesar da amónia se destacar em muitos aspetos técnicos, como a eficiência em climas mais quentes e em aplicações industriais de larga escala, apresenta dois desafios cruciais: a toxicidade e a inflamabilidade. O CO2, ao contrário da amónia, não é tóxico nem inflamável, sendo uma escolha mais segura para ambientes comerciais e urbanos. Isso faz com que o CO2 seja preferido em instalações onde a segurança é uma prioridade, como supermercados ou áreas de elevada densidade populacional onde potenciais fugas de amónia representam um risco grave. Focando no GWP, esta é uma métrica fundamental na avaliação do impacto climático dos fluidos refrigerantes. Substâncias como o R-410A, um HFC amplamente utilizado, têm um GWP de 2.088, o que significa que, quando libertados na atmosfera, contribuem para o aquecimento global numa escala muito superior à do CO2, que tem um GWP de 1. Apesar da substituição por gases como o R-32, com um GWP de 675, representar uma melhoria significativa, ainda há uma elevada dependência de refrigerantes sintéticos. Dado que o CO2 é naturalmente abundante e não tóxico, a sua adoção não está apenas alinhada com os objetivos de descarbonização a longo prazo, mas também com a redução da pegada carbónica da indústria da refrigeração. Os sistemas de refrigeração baseados em CO2 oferecem várias vantagens técnicas e ambientais. Em termos de eficiência energética, o CO2 tem um desempenho notável em ambientes de temperatura baixa a moderada, especialmente em aplicações comerciais como a indústria alimentar (para refrigeração dos alimentos) ou indústria farmacêutica. Além disso, em aplicações industriais, como é o caso dos data centers (cada vez de maiores dimensões e com uma elevada requisição energética) onde o calor gerado pelos sistemas de refrigeração pode ser reaproveitado, as tecnologias de recuperação de calor presentes em chillers de CO2 podem aumentar ainda mais a eficiência geral do sistema. Figura 1. Progresso da UE na redução gradual dos HFCs sob o Regulamento de Gases Fluorados da UE e o Protocolo de Montreal 1. FLUÍDO REFRIGERANTE NATUREZA ODP (OZONE DEPLETION POTENTIAL, POTENCIAL DE DESTRUIÇÃO DO OZONO) GWP INFLAMABILIDADE TOXICIDADE HFC (R134a, R404a, R407C, R410a) Sintético 0 <1 TO 12 500 Baixa Baixa Dióxido de Carbono (r744) Natural 0 1 Nenhuma Baixa
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