BI325 - O Instalador

OPINIÃO 68 mil veículos da Tesla até ao final de 2022 e igual número à Polestar, tendo em vista que 25% da sua frota fosse totalmente elétrica. Certamente também não foi estranha a esta decisão a empresa ter tido uma desvalorização em bolsa de 32% no ano fiscal passado. Contudo, esta decisão parece estar de acordo com a própria indústria automóvel. A título de exemplo, a Jaguar Range Rover, anunciou em Fevereiro de 2024 que irá diminuir a produção e desenvolvimento de 100% elétricos para focar-se mais em híbridos, dada a maior procura por este último tipo de motorizações por parte do consumidor. As vendas de híbridos plug-in da JLR tiveram um aumento de 68% em 2023, totalizando 45.224 unidades. Um valor que faz deste grupo aquele com maior crescimento a este nível. Assim, em 2021 os planos da JLR anunciavam o lançamento de seis novos modelos 100% elétricos até ao ano 2026, agora esse objetivo foi reduzido para quatro. A tendência da transferência do interesse do consumidor, seja por veículos a diesel, seja por 100% elétrica, para híbridos plug-in, ou a gasolina reflecte-se também noutras marcas, como é o caso da Ford. Jim Farley, o diretor executivo da Ford Motor Company confirma-a, referindo que “os híbridos vão desempenhar um papel cada vez mais importante na transição da indústria automóvel e estarão aqui a longo prazo”. Acrescentou ainda que “as margens dos híbridos são muito mais aproximadas às dos veículos a combustão e ‘muito mais elevadas’ do que as dos 100% eléctricos”. Recorde-se que a bateria representa mais de 40% do custo de um veículo elétrico. Já no sentido de aumentar o investimento na produção de 100% elétricos, apostam a Mercedes e o Grupo STELLANTIS, que se juntaram com a Total Energies numa joint venture entre as duas marcas, conhecida como ACC Automotive Cells Company), que irá aplicar 4,4 mil milhões de euros para a produção de baterias de lítio e de iões num total de 7 mil milhões de euros. Este investimento vai financiar a construção de quatro linhas de produção. Uma em França — que já se encontra em construção —, outra na Alemanha e um “duplo bloco” em Itália. O objectivo é produzir em 2030 mais de dois milhões de baterias por ano, o que representa 120 GW de potência elétrica. Estas vêm juntar-se à já existente giga fábrica da CCA, que se encontra em França, em Billy-Berclau, e que abriu atividade há cerca de um ano — Maio de 2023. Para além do financiamento público já concedido e autorizado, este projecto conta com capitais próprios dos três acionistas, ficando a Stellantis com 45%, a Mercedes-Benz com 30% e a Staf (subsidiária da TotalEnergies) com 25%. Vemos assim que o mercado está confuso e que a sua evolução será condicionada pelo equilibro entre as orientações políticas e legislativas e a vontade do consumidor, expressa naquilo que compra e sobretudo no que não compra. Para esse comportamento também contribui o aspecto prático do abastecimento. Para os veículos com motores de combustão interna, o modelo utilizado durante mais de um século era simplesmente ir ao posto de abastecimento. No caso dos veículos elétricos, a questão é muito mais complexa porque conjuga o tema da mobilidade, energia, planeamento urbanístico, economia e na maior parte dos casos ainda a gestão do condomínio. O carregamento pode ser feito em postos públicos ou em postos privados, normalmente junto ao nosso lugar de estacionamento na garagem. Contudo, tanto num caso como noutro, estamos dependentes de vários

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