OPINIÃO 40 m de profundidade. Em localizações entre cerca de 40 e 200 metros de profundidade estima-se um potencial teórico de instalação totalizando uma potência adicional de 40 GW (EI-ERO). Ou seja, em Portugal, para explorar o maior potencial eólico off-shore é necessário recorrer a turbinas com base flutuante.9 Retomando a característica da complementaridade, é expectável que o passo seguinte em matéria de renováveis off shore seja a construção de plataformas com torres eólicas acima do mar e com mecanismos de aproveitamento da energia das ondas e marés, abaixo do mar. "A este propósito refira-se o excelente trabalho feito em Portugal pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia – LNEG que traçou o mapa do potencial energético das energias marinhas de Portugal Continental o qual consiste em “mapeamento das principais grandezas eólicas e ondas para as alturas de referência de 100 m - eólica e à superfície – caso das ondas. As grandezas mapeadas na vertente eólica, elaboradas com modelos atmosféricos de mesoescala, capazes 1 Fonte Relatório de Energias Renováveis e Emprego: balanço anual 2021 2 Fonte IBERDROLA 3 Fonte Boletim de Armazenamento nas Albufeiras de Portugal Continental do Sistema Nacional de Recursos Hídricos/ Dados sintetizados, Dezembro de 2023: https://snirh.apambiente.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.3 4 Fonte “Energia Eólica É Líder Nas Renováveis Em Portugal”, de Nuno Fatela em https://www.comparamais.pt/blog/energia-eólica-em-portugal 5 Fonte Enel Green Power 6 Fonte https://www.iea.org/news/clean-energy-investment-is-extending-its- -lead-over-fossil-fuels-boosted-by-energy-security-strengths 7 Fonte https://ember-climate.org/ 8 A Lei de Betzé mede a potência máxima que se pode gerar a partir do vento, indepentemente do design de uma turbina e em regime de fluxo aberto e foi publicada em 1919 pelo físico alemão Albert Betzé. O ratio 16/27 (0.593) é conhecido como o coeficiente de Betzé e estabelece que nenhum gerador de vento extrai mais do que 59% da força cinética gerada pelo vento. 9 Fonte: https://www.dgeg.gov.pt/pt/areas-setoriais/energia/energias-renovaveis-e-sustentabilidade/energia-eólica-off-shore/ 10 Fonte https://dados.gov.pt/pt/datasets/mapas-do-potencial-energetico- -das-energias-marinhas-de-portugal-continental/ de descrever as principais fenomenologias de vento junto da costa portuguesa, correspondem à velocidade média do vento [m/s], fluxo de potência incidente do vento [W/m2] e mapas do número de horas anuais equivalentes à potência nominal - NEPS de uma turbina de referência padrão, bem como mapas NEPS [h/ano], específicos para sistemas fixos – “Jacket” e “Monopile” ou Flutuantes – WindFloat. Os mapas eólicos produzidos representam a climatologia do vento bem como características da fenomenologia inerente à interface terra-mar ao longo da costa portuguesa. Relativamente à componente da energia das ondas é representada a estimativa da potência do recurso das ondas, bem como a representação da estimativa para os principais sistemas padrão das ondas – sistema coluna de água oscilante, sistema dois corpos oscilando em arfagem e sistemas tipo pala oscilante assentes no fundo do mar. Os mapas do recurso energético das ondas foram obtidos com base em dados experimentais (10 anos de dados) compilados e oriundos da base de dados ONDATLAS bem como de dados obtidos por modelação numérica com o modelo MAR3G. Os mapas do recurso energético das ondas traduzem as características do recurso médio anual das ondas para um período de 10 anos, sendo suficientemente representativo da climatologia do estado do mar para Portugal Continental. Todos os mapas da energia das ondas são expressos na unidade [kW/m]. É de referir que os mapas eólicos e das ondas são processados com elevada resolução espacial de 1km x 1km e representam as características espaciais do recurso das energias marinhas desde a linha de costa até à batimétrica dos 300 m.”10 Vejamos o que os deuses Eos e Neptuno nos trazem no futuro. n 73
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