BI321 - O Instalador

50 DOSSIER MOBILIDADE ELÉTRICA algo que também é influenciado pelos objetivos dos próprios fabricantes que atualmente estão muito mais focados numa oferta de elétricos, um fator também condicionado pelas regras europeias que determinam o fim da venda de veículos novos a gasolina e gasóleo a partir de 2035. No entanto, é inegável que uma rede de carregamento de veículos elétricos robusta, fiável e de fácil utilização cria um contexto mais favorável, garantindo aos condutores que as suas necessidades estão a ser colmatadas, algo que o aumento de autonomia dos veículos também tem vindo a proporcionar. Este contexto é algo que a MOBI.E tem vindo a possibilitar com o seu modelo de interoperabilidade, que facilita o carregamento em postos de qualquer operador. Prova disso é também o incrível aumento do número de utilizadores da rede de carregamentos nacional, que cresce de cerca de mil utilizadores, em 2015, para mais de 135 mil utilizadores, atualmente. Sentimos que, neste momento, o consumidor português tem uma consciencialização crescente para a necessidade de alterar padrões de mobilidade, entrando num caminho mais sustentável, que vai contribuir para a descarbonização e a maior preservação ambiental. É por esse motivo que fazemos questão de manter uma monitorização das vantagens ambientais de utilizar veículos elétricos, focando-nos no ganho ambiental que conseguimos proporcionar através da utilização da rede Mobi.E. São números muito relevantes. Este ano, foram quase 300 milhões de quilómetros percorridos com veículos carregados na rede Mobi.E, foram poupadas mais de 36 mil toneladas de emissões de CO2 e foi evitado o consumo de 13 mil toneladas de gasóleo. Seriam precisas mais de 500 mil arvores em ambiente urbano, com 10 anos, para reter a mesma quantidade de CO2. Apesar de termos atravessado um período de pandemia, que limitou de forma muito direta a mobilidade ao longo de dois anos, o efeito produzido foi precisamente uma maior consciencialização ambiental dos consumidores e um impulso que se veio a sentir no mercado de veículos elétricos. A questão pandémica foi, aliás, um condicionante da mobilidade, mas também de toda a parte logística de produção e entrega de automóveis. Condicionou os preços dos contentores, os componentes para a fabricação de veículos e a entrega dos mesmos. No entanto, neste momento de retoma e estabilização do setor, a procura por estas tipologias é notoriamente elevada. Enquanto país, Portugal também tem sido pioneiro nas matérias associadas à sustentabilidade. Foi, em 2015, o primeiro país a assinar o acordo de Paris que visa atingir a neutralidade carbónica em 2050. Em 2010, foi pioneiro e inovador ao criar legislação específica para a mobilidade elétrica, quando apenas em 2014 a União Europeia tomou essa iniciativa. Nesse momento, alias, a União Europeia prepara-se para aprovar um Regulamento Europeu que se assemelha bastante ao modelo implementado pela MOBI.E, no sentido de facilitar a interoperabilidade entre as redes de carregamentos dos vários países, abrindo caminho a uma melhor mobilidade elétrica europeia. No que diz respeito ao nosso modelo, este é um caso de estudo que nos leva

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