zado em França, para eólico offshore fixo, na modalidade de CfD, fixou-se nos 44,9 €/MWh. Mas o preço apenas pesou em 70% do procedimento, tendo sido considerados outros fatores, nomeadamente medidas de monitorização ambiental e integração social e económica. Focando na tecnologia de floating, que promete ser a aposta de futuro no offshore em Portugal, perspetiva-se uma queda do LCOE, tal como na tecnologia fixa, que originará uma convergência das duas tecnologias num intervalo entre 30€/ MWh e 50€/MWh, até 2040. Torna-se evidente que estes mecanismos podem promover um processo competitivo, que contribui para a redução de preço da tecnologia, mas, ao mesmo tempo, salvaguardar a proteção da biodiversidade e a coexistência com outras atividades. Entende-se, assim, que os critérios não-preço asseguram que os procedimentos concorrenciais devem ser justos e premiar a opção mais sustentável, ou seja, commaior valor económico, ecológico e social. Estes critérios têm de ser objetivos, comparáveis, quantificáveis e devem complementar as políticas existentes. Para além disto, devem evitar criar custos adicionais significativos, administrativos ou de gestão, ou imputar custos que possam distorcer o LCOE da tecnologia, agravando o custo ao consumidor final de eletricidade. Portugal tem já planeado para este ano de 2023, o primeiro leilão eólico offshore, com o modelo a ser discutido no GT referido anteriormente, que apresentará uma proposta. Assumindo como CAPEX um custo de 4 milhões de euros por MW instalado e que o potencial de penetração da cadeia de valor nacional não poderá ser inferior a 50%, concluímos que este investimento representa uma oportunidade única de criar riqueza no país, reduzir as importações de energia e as emissão de gases com efeito de estufa, criar emprego na economia azul, nomeadamente emprego qualificado, e de dinamizar uma cadeia de valor focada no desenvolvimento sustentável do oceano, imprescindível para explorar de forma sustentável outras oportunidades de desenvolvimento da economia do mar (aquacultura offshore, recursos minerais, etc.). Relativamente à infraestrutura portuária, a atividade dos portos marítimos para suporte da implementação de Centros Electroprodutores Offshore e respetivas infraestruturas de suporte e ligação offshore incidirá sobretudo em duas principais vertentes: 1) fabrico e instalação e 2) operação e manutenção (O&M). Note-se que, ao ser desenvolvida uma infraestrutura especializada emportos eólicos, numa fase inicial do mercado offshore, os portos estarão a construir uma posição favorável entre os principais skateholders, o que impulsionará o estabelecimento da indústria eólica local e cadeias de valores associadas, garantindo-se a criação de umcompetitivo cluster industrial, que impulsiona a geração de emprego qualificado. Por outro lado, promove a diversificação do mercado de atuação dos portos, numa área especializada, que pode assegurar no futuro a sua transição energética. Atualmente Portugal apresenta umportefólio de eólica offshore de 25 MWde capacidade instalada, referenteàprimeira central flutuante da Europa continental em Viana do Castelo. É evidente que o país se encontra ainda numa fase embrionária tendo em conta a sua ambição. Por isso, é necessário passar das intenções à ação, procurando estabelecer linhas de atuação coerentes e realistas, que permitamuma harmonia entre os setores da sociedade incluídos na implementação da eólica offhore, com o objetivo comumde chegar aos 10 GWde capacidade instalada.n 79 RENOVÁVEIS
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