ASSOCIAÇÕES 77 ar e abrandar o aquecimento global, a implantação em grande escala de bombas de calor de também impactará quanto às necessidades de abastecimento de gás no quadro da atual crise energética e na REPowerEU. Não questionando méritos que aspetos relacionados com a envolvente do edifício possam agregar ao combate à eficiência energética, a sua massificação nos edifícios existentes é, do ponto de vista financeiro e arquitetónico, de exequibilidademuito duvidosa. Para além de que o isolamento mais competente dos edifícios dificilmente resolverá por si só as necessidades de aquecimento e ou de arrefecimento. Quanto ao segmento dos edifícios de serviços privados, “pretende-se financiar as candidaturas já submetidas no âmbito do investimento C13-i03: Eficiência Energética de Edifícios de Serviços do PRR que não tiveramapoio por falta de dotação”. Nesta medida, o projeto de atualização considera que “serão avaliadas as candidaturas já submetidas no primeiro aviso e que não foram, nesta primeira fase, apoiadas por falta de dotação”. Ora, esta opção de apoiar apenas as candidaturas já submetidas é manifestamente insuficiente. O desafio que se coloca a Portugal e aos restantes Estados-Membros vai claramente para além desta falta de ambição. As bombas de calor são ainda um dos elementos-chave para atingir os objetivos de emissões zero no setor dos edifícios, uma vez que cumprem a sua função sem recurso a combustíveis fósseis, utilizando como fontes de energia diversas formas de energia renovável, movendo calor de um local para outro. Contudo, um edifício pode ainda ser “zero emissões” e ter um desempenho energéticomuito elevado se utilizar uma bomba de calor que capte energia renovável do ambiente no local e utilize energia renovável da rede como energia motriz. Tudo o que referenciámos para os edifícios residências é naturalmente, por maioria de razão, válidos para os edifícios de comércio e serviços, cujos consumos e potências são obviamente superiores. Assim, recomendamos o reforço de forma assertiva e afirmativa ao financiamento para a aquisição de bombas de calor para aplicação nos edifícios residenciais e de comércio e serviços. n
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