OPINIÃO 53 peixe nos oceanos. Preocupante? Este drama é um dos grandes problemas ambientais deste século, e a realidade estábemevidentenos animaismarinhos – 90% das aves marinhas têm plástico nos seus estômagos, uma vez que confundem o mesmo com alimento. O plástico foi uma das grandes invenções na medida em que por um preço acessível acedíamos a um material durável e com qualidades comprovadas, o que o levou a ter sido incorporado em diversas aplicações, como construção civil, indústria, medicina ou acondicionamento de alimentos e compras. É difícil imaginar uma sociedade sem plástico. Por outro lado, uma das grandes preocupações do inadequado encaminhamento dos resíduos de plástico são as partículas que surgem com a “degradação” do mesmo, que por efeito de fatores externos – como sol ou a salinidade, que provocam a fragmentação do plástico bem pedaços mais pequenos (microplásticos), ameaçando não só a biodiversidademarinha, mas, e como entram na cadeia alimentar dos animais, introduzem-se igualmente na cadeia alimentar dos humanos, podendo afetar a sua saúde. As micropartículas de plástico podem encontrar-se no sal, algas, peixes e aves. Os efeitos dos microplásticos, embora menos conhecidos, vão sendo divulgados. Existem revelações sobre a capacidade de serem absorvidos por organismos aquáticos (bivalves e peixes) ou conseguirem alterar a toxicidade de outros poluentes. Esta caraterística da sua “durabilidade” constituiu, por si mesmo, o grande problema quando o plástico não é reciclado e é “conduzido” para o Ambiente, onde permanece pelas suas propriedades centenas de décadas, seja a floresta, praias, rios ou mares. Desde a década de 50 terão sido produzidos cerca de 9 mil milhões de toneladas de plástico; apenas 9% dos quais acabaram reciclados. Por outro lado, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente refere que cerca de 8milhões de toneladas de resíduos de plástico são lançados para os Oceanos cada ano. Para dar a resposta a este problema, surgiu a Estratégia Europeia para reduzir o material de plástico produzido e utilizado emmassa, promovendo hábitos de consumomais sustentáveis, que privilegiem a redução do seu uso, a sua reutilização e reciclagem. Em Portugal começam a surgir exemplos da incorporação de soluções reutilizáveis em eventos um pouco por todo o país, promovidas por autarquias como por outros parceiros, desde a Queima das Fitas aos concertos e festivais de verão. Em2014 o Parlamento Europeu apelou à União Europeia (UE) para a definição
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