BI316 - O Instalador

76 DOSSIER ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS O potencial da Construção no combate às Alterações Climáticas Atualmente um dos temas mais relevantes da agenda mediática é o combate às Alterações Climáticas, cuja solução passa por baixar o teor de carbono na nossa economia. Mas como é que podemos alcançar esta meta, sabendo que a energia é o motor do crescimento económico? Podem setores como o da Construção estar na linha da frente no combate às Alterações Climáticas? Carolina Costa, Responsável pela iniciativa CLASSE+ e Técnica especialista na área Economia Circular da ADENE – Agência para a Energia A União Europeia (EU) é o terceiro maior emissor de Gases de Efeito de Estufa (GEE), depois da China e dos Estados Unidos, no entanto as emissões da UE diminuíram 31% em 2020, quando comparado como ano de 1990, atingindo assim o nível mais baixo em 30 anos, e excedendo o objetivo no âmbito do Protocolo de Quioto de reduzir as emissões em 20% até 2020. Em Portugal houve um decréscimo de 14,9% em relação a 1990 e a uma redução de 8,9% face a 2019. A ADENE enquanto agente mobilizador para a transição energética, contribui para estes decréscimos com a promoção da literacia energética, com a monitorização do estado atual e do potencial de melhoria dos edifícios e ainda com o desenvolvimento de instrumentos e iniciativas pioneiras para promover a eficiência e concretizar as políticas nacionais e europeias emmatéria de alterações climáticas. Os esforços para mudarmos o paradigma atual são evidentes, mas é necessário continuar a reinventar os setores que exercemmaior impacto na economia. A Construção não é exceção, sobretudo devido à enorme pegada de carbono associada. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) a implementação de medidas neste setor deve focar- -se na otimização de consumo de materiais, diminuição do desperdício, redução, reutilização e reciclagem de produtos, processos de produção inovadores, consumo eficiente de energia e água, e ainda a capacidade de captura e armazenamento de carbono. Recentemente, foi apresentado pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o Fundo Ambiental e o BUILT CoLAB, o Plano de Ação para a Circularidade na Construção (PACCO), que apresenta as principais linhas de ação que vão ao encontro do proposto pelo IPCC e tornam o setor mais circular e inovador. No caso particular dos edifícios, que são uma das áreas de consumo mais recurso-intensivas, é crucial uma visão holística da construção civil: desde a

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