OPINIÃO Desenvolvimento Sustentável (ODS). Apesar de ser, provavelmente, um dos mais importantes documentos apresentados pelas Nações Unidas, que promove a paz, a justiça e a eficiência das organizações, a Agenda 2030 é ambiciosa no que respeita às várias dimensões do desenvolvimento sustentável – social, económico e ambiental. Na Europa, a ambição e o foco manteve-se elevado e em dezembro de 2019 é apresentado mais um documento exigente emmatéria de sustentabilidade, com a apresentação do Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal), que definemedidas quase estruturais para preparar as organizações e os cidadãos para um processo de transição sustentável, nomeadamente com a definição da meta da neutralidade climática até 2050 assente na renovação energética dos edifícios, públicos e privados, até 2020. Conscientes desta relação, não faltaram factos e evidências que a fundamentaram, faltou durante largas décadas considerar que o pilar económico, por mais estrutural que seja para as sociedades, tornar-se-á frágil quando os outros dois estiverem gravemente ameaçados. A escassez de recursos naturais tem sido uma realidade crescente, que numa conjuntura internacional cada vez mais difícil, que aliada a um conflito armado sem fim à vista, tem agravado o acesso aos recursos alimentares e energéticos, que conduzem sem grande surpresa para uma crise energética global. COMO AGIMOS? É cada vez mais urgente apostar na eficiência das tecnologias e dos recursos. É esperançoso ouvir discursos de apelo à união e à proteção ambiental, os compromissos e acordos globais são importantes, mas o que irá fazer realmente a diferença e surtir efeito será atuar no terreno, passar à prática. A gestão das organizações e a estratégia que estas definirem serão a chave para tornar as sociedades modernas resilientes aos desafios atuais e futuros, ambientais e sociais, que serão a forma mais adequada e eficiente para gerir os recursos, com uma vantagem direta no controlo de custos e gestão dos recursos financeiros. As sociedades modernas terão que considerar que as alterações climáticas são mais um dos desafios de gestão que deverá ser considerado na adaptação dos edifícios às alterações climáticas e as organizações aos princípios da sustentabilidade corporativa. Os ODS – Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e as respetivas metas podem proporcionar às empresas um quadro de referência fundamental orientador, que permita avaliar inclusive o contributo de cada uma, quer através da sua atividade e dos seus negócios para as comunidades locais, regionais e nacionais, como para o quadro da sustentabilidade, este que se impõe que tenha benefícios a nível global. O PILAR AMBIENTAL No quadro das preocupações descritas na Introdução, e tendo em conta a interdependência entre os diversos pilares que se identificam, é fundamental que as Organizações (públicas e privadas) assumam definitivamente, no terreno, a urgência em passar à prática os objetivos e estratégias que, apoiadas nas tecnologias disponíveis, possam no seu conjunto, contribuir decisivamente para a redução das emissões, transformando os seus ativos relacionados com o Ambiente Construído, de forma convergente com os enormes desafios de Sustentabilidade que se colocam de forma incontornável. Significa isto que devem ser avaliados aspetos tão diversos, mas complementares, tais como: • Redução da energia incorporada nos materiais e equipamentos da construção, em edifícios novos ou alvo de grandes reabilitações; • Otimização da envolvente dos edifícios (isolamento e sombreamento); • Aproveitamento da inércia térmica estrutural; • Aumento da inércia térmica com elementos adicionais passivos de armazenamento de energia e regularização da sua disponibilidade; • Ventilação natural cruzada em conjunto com sistemas de purga noturna; • Otimização da eficiência dos equipamentos de produção e distribuição de energia térmica e elétrica; 57
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