BI312 - O Instalador

63 MOBILIDADE ELÉTRICA gamento de um carro elétrico na via pública, era cerca de 25%menos que um carro a gasóleo. Esta poupança será maior no caso de o carregamento ser realizado no domicílio, pois, admitindo um preço cerca de 0,20 €/kWh, o carregamento de 18 kWh rondaria os 3,6 €. Este valor representa já uma poupança à volta de 65%quando comparado com um carro a gasóleo e seria superior considerando o carregamento em período de vazio numa tarifa bi-horária cujo preço fosse 0,12 €/kWh em vazio: cerca de 2,15 € conseguindo uma poupança que ronda os 78% face ao gasóleo. Pelo exemplo descrito, apesar de ambos os tipos de combustível (fóssil e elétrico) serem vulneráveis à volatilidade dos mercados, verifica-se que o custo de abastecimento/carregamento é mais vantajoso nos veículos elétricos. Note-se, no entanto, que o preçomédio do veículo elétrico é superior ao preço médio de um veículo a combustão interna, para uma gama semelhante. A título de exemplo, consideremos um veículo ligeiro a gasóleo que pode custar cerca de 24.000 € e um homólogo elétrico que corresponde a 33.500 €2. Considerando uma poupança média de 6,4 €/100 km no caso de carregamento no domicílio (0,20 €/kWh), teríamos um retorno do investimento aos 150.000 km. De acordo com , o que poderá, em termos práticos, corresponder a vários anos até se atingir essa quilometragem. Note-se que outros custos de manutenção estão excluídos desta análise. A viabilidade económica dependerá, assim, de fatores, nomeadamente o custo de eletricidade, que poderá, por exemplo, ser reduzido no caso da instalação de painéis fotovoltaicos em casa, reduzindo de forma significativa o custo de carregamento e reduzindo assim o período de retorno do investimento. Adicionalmente, prevendo-se cenários de penalizações relacionadas com emissões individualizadas por km percorrido, a viabilidade económica e ambiental poderá tornar-se muito mais atrativa. CAPACIDADE DA REDE ELÉTRICA Este possível aumento não é desprezável e será um cenário possível com o aumento da penetração de veículos elétricos no país. Embora este não seja um cenário provável a curto prazo, a cadeia de valor dos sistemas de produção/consumo elétricos terá de ser adequadamente reforçada e diversificada, requerendo- -se a implementação de estratégias holísticas de gestão de energia para fins de carregamentos, de forma a atenuar este aumento instantâneo de consumo e promovendo uma distribuição ajustada ao longo do dia. Para tal, será necessária uma infraestrutura que tenha em consideração diversos fatores, em especial aqueles que se coadunam com o conforto e segurança do utilizador final. Portugal corresponde a um dos países da União Europeia onde mais se circula de carro (ligeiros), estimando-se que em média um cidadão português conduza anualmente cerca de 9000 km3. Considerando-se que no país existem mais de 5 milhões de automóveis e assumindo-se um cenário em que haja a penetração de 1.000.000 veículos elétricos em Portugal, não será disparatado que haja necessidade de 5% deste número necessitar de carregamento em hora de ponta, a 22 kW. Isto implica um aumento da necessidade da potência instalada, nomeadamente para 1,1 GW de potência instantânea. Ora, a potência tomada média em Portugal em período de ponta é abaixo dos 10 GW4, assim este aumento é 10% da potência usada atualmente. COMODIDADE Um veículo elétrico de 50 kWh tem uma autonomia abaixo de 300 km, autonomia que está de facto ajustada às necessidades do condutor comum. O seu carregamento deverá ser assegurado no domicílio (caso o utilizador tenha essa possibilidade) ou num carregamento público. Nesta

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