BI309 - O Instalador

w w w . o i n s t a l a d o r . c o m 309 JULHO 2022 Preço €10 | Periodicidade - Mensal (10 edições/ano) A R E V I S TA D O S E T O R D A S I N S TA L A Ç Õ E S E M P O R T U G A L Lisboa: 214 146 200 | Porto: 226 069 764 | Servicos_Traneportugal@trane.com SERVIÇOS DE ALUGUER Chiller’s Bombas de Calor Rooftops • Serviço 24 horas/7 dias por semana • Entregas em menos de 24 horas • Tecnologia de ponta • Gama de 25 a 1500 kW • Temperaturas de -12 a 85°C • Aluguer a curto ou longo prazo

Multi+ Apenas um sistema para água quente + ar condicionado É muito fácil substituir sistemas de aquecimento de água desatualizados e que consomemmuita energia! Confie na qualidade Daikin: Multi+ é a solução tudo-em-um eficiente e ecológica para apartamentos de pequena e média dimensão. ū Instalação sem problemas: basta ligar um depósito de água quente de 90 ou 120 litros e até três unidades de ar condicionado a apenas uma unidade exterior Multi+ ū Fácil configuração: termine o trabalho mais cedo com as definições pré-instaladas ū Conforto contínuo: um modo de conforto especial garante produção de água quente mesmo enquanto arrefece o apartamento ū Poupa mais energia: elevada eficiência: etiqueta energética até A+++ para climatização e A para AQS e uma classificação de impacto ambiental exemplar em combinação com o fluido frigorigéneo de baixo potencial de aquecimento global R-32. www.daikin.pt O seu grande trunfo: a nossa solução tudo-em-um

EDITORIAL 8 ATUALIDADE 8 CTESI lança novo website com soluções 360º para espaços de banho 14 Entrevista com Carlos Barros, CEO da Barros&Moreira/CTESI 16 BIM: a metodologia de trabalho revolucionadora 20 Vicaima Wardrobe lança objetos BIM em Archicad e Revit 24 Soluções integradas para eficiência energética 28 HomeCom Easy: a app da Bosch para casas inteligentes e eficientes 32 R454B comportamento idêntico a um Fluido Puro 36 Controlo por Wifi da THERMWAY 40 Daikin apresentou o Daikin Emura III e o Multi+ 42 APIRAC apresenta propostas ao ministro do Ambiente e Ação Climática sobre a revisão em curso do regulamento europeu F-Gas 46 Celebramos o Dia Mundial do Ambiente numa época de incertezas 48 Entrevista com João Marcelino, presidente da Associação Passivhaus Portugal 50 SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Barbosa du Bocage, 87 4º Piso, Gabinete nº 4 1050 - 030 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 217 615 724 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Nova Àgora Grup, S.L. (100%) Diretora Ana Clara Equipa Editorial Ana Clara, Paqui Sáez, Alexandra Costa www.oinstalador.com Preço de cada exemplar 10 € (IVA incl.) Assinatura anual 100 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 119963 Déposito Legal 10480/96 Distribuição total +8.300 envios. Distribuição digital a +7.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 309 – Julho de 2022 Estatuto Editorial disponível em https://www.oinstalador.com/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Gráficas Andalusí, S.L. Camino Nuevo de Peligros, s/n - Pol. Zárate 18210 Peligros - Granada (Espanha) www.graficasandalusi.com Media Partners: Membro Ativo: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação de O Instalador adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. Smart home and building solutions. Global. Secure. Connected. A E F I C I Ê N C I A T EM C LAS S E A urgência do autoconsumo em Portugal 56 30 milhões de euros para apoiar a concretização de Comunidades de Energia Renovável e autoconsumo coletivo 59 Autoconsumo: a solução que poderá ser o grande passo para a transição energética 60 Mais eficiência: renovação energética nas IPSS, municípios, associações e coletividades 62 ChemiTek: os especialistas da indústria solar cuja tecnologia líquida transformou o setor 64 Tupperware Portugal instala central para produção e utilização de energia limpa 67 Indaqua duplica painéis fotovoltaicos instalados em infraestruturas de água e saneamento 68 PME portuguesas podem ganhar maior competitividade se apostarem na economia circular 70 O novo Decreto-Lei 90/2021, o seu impacto na sustentabilidade e segurança da construção 74 Que vantagem competitiva oferece um centro de dados modular em comparação com os sistemas tradicionais? 76 Light + Building 2022 olha para o futuro: de edifícios e redes inteligentes à cidade inteligente 80 Schneider Electric escolhe Barcelona para o seu novo Hub Digital internacional 82 C M Y CM MY CY CMY K

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8 Procura de equipamentos de ar condicionado em Espanha e Portugal recuperou 9,8% em 2021 Dados são revelados pelo DBK Informa. A procura de equipamentos de ar condicionado em Espanha e Portugal registou uma recuperação de 9,8% em 2021, elevando o valor do mercado para 1,35 mil milhões de euros, apenas 10 milhões de euros abaixo do valor alcançado em 2019, de acordo com o estudo 'Equipamentos de Ar Condicionado-Mercado Ibérico', elaborado pelo Observatório Setorial DBK Informa, e citado pela Europa Press. De acordo com o documento, apesar da descida do valor de mercado registado em 2020, quando as vendas caíram quase 10%, o mercado do ar condicionado mostrou uma evolução “muito dinâmica” na última década, acumulando um aumento das vendas de mais de 50%. As vendas em Espanha atingiram 1.150 mil milhões de euros em 2021, representando 85% do total, com o mercado português a representar os restantes 200 milhões de euros. O mercado espanhol cresceu 10% em relação a 2020, no qual tinha caído 10,3%, enquanto que em Portugal o aumento das vendas foi de 8,1%, após um declínio em 2020 de 5,1%. Por outro lado, as importações globais espanholas de equipamento de ar condicionado registaramum aumento de 8,1% em 2021, sendo a maioria proveniente da China (66% do total) e da Itália (10%). Em Portugal, as compras no estrangeiro cresceram 21,8%, com Espanha (27%), China (25%) e Tailândia (11%) a destacarem-se entre os principais mercados de origem. Quanto a 2022, espera-se que o valor do mercado continue a crescer, excedendo o valor pré-pandémico. No entanto, o aumento dos custos operacionais, os desajustes da cadeia de abastecimento, a perda do poder de compra das famílias devido à inflação elevada e o agravamento da economia em resultado da guerra na Ucrânia são ameaças que o setor enfrenta a curto prazo. EDITORIAL Facilitar métodos de trabalho no setor da Construção. Utilizar a tecnologia para incorporar diversas vantagens competitivas, entre elas, a economia de tempo, a eficiência de processos e um controlo de custos. Cada vez mais o BIM está ao serviço dos edifícios. Assente em modelos digitais de futuro, assume-se hoje como essencial para projetistas na área da Construção. É por isso que, nesta edição de julho, lhe dedicamos um dossier com vários artigos que espelham as vantagens e exemplos de como está a facilitar projetos e obras em Portugal. “A urgência do autoconsumo” em Portugal, como titula a APREN no seu artigo deste mês, remete-nos para a necessidade de Portugal continuar a investir na tecnologia solar fotovoltaica. No dossier sobre o tema, sublinha-se o papel essencial que o autoconsumo tem na transição energética e na democratização do acesso à energia limpa, envolvendo diretamente os cidadãos neste processo. Para isso, muito irá ajudar a contribuição dos 30 milhões de euros lançados recentemente, no âmbito do Fundo Ambiental, para apoiar a concretização das chamadas CER – Comunidades de Energia Renovável e Autoconsumo Coletivo. As candidaturas estão abertas até 31 de outubro deste ano. Objetivo? Reduzir o consumo de energia primária nos edifícios beneficiados, e contribuir para reforçar a capacidade em autoconsumo e CER nos setores residencial, da administração pública central e de serviços em, pelo menos, 93 MW. Também por aqui se faz o caminho rumo à descarbonização do País. É por isso essencial que cidadãos, empresas e Estado possam aproveitar bem este financiamento e, assim, contribuir para edifícios energeticamente mais eficientes, bem como benefícios sociais, ambientais e económicos. À beira de mais uma época de férias, a revista O Instalador regressa na sua edição impressa de setembro. Até lá, energias renovadas e boas leituras! E já sabe, acompanhe toda a atualidade do setor AVAC, Edifícios e Renováveis em www.oinstalador.com BIM: a tecnologia ao serviço dos edifícios

9 ATUALIDADE Daikin 3D: a aplicação que simula o conforto em sua casa Tem dúvidas sobre se um dispositivo de aquecimento ou ar condicionado ficaria bem em sua casa? A Daikin tem a solução. Graças à aplicação Daikin 3D é agora possível colocar qualquer dispositivo de aquecimento ou ar condicionado em qualquer lugar da sua casa através de realidade aumentada. Desta forma, pode escolher o dispositivo que melhor se adapta ao seu lar e decoração existente. A aplicação, muito fácil e intuitiva de utilizar, permite não só visualizar a máquina interior, como também aceder ao exterior e encontrar a melhor localização para a unidade exterior, e tudo isto à distância de um clique. Para além das funcionalidades já identificadas, a aplicação Daikin 3D permite ainda: personalizar o tamanho, a cor (quando possível esta opção), rodar e mover a unidade de aquecimento ou ar condicionado a seu gosto; ver as dimensões exatas de cada dispositivo e a sua posição a partir do chão/teto com um simples clique; tirar uma fotografia em 3D da unidade e guardá-la na galeria do seu telefone, dispondo assim de uma referência permanente. É ainda possível consultar os dados técnicos e encontrar informações adicionais sobre os diferentes equipamentos escolhidos.

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Energia Unida e Grupo Casais firmam acordo para a criação de Comunidades de Energia Energia Unida é o parceiro escolhido pelo Grupo Casais para a criação e a gestão de Comunidades de Energia para projetos imobiliários em Portugal. A parceria parte da vontade comum de contribuírem para a aceleração da transição energética e para a sustentabilidade do setor imobiliário que, atualmente, é simultaneamente um dos principais setores responsáveis por emissões de CO2 e que mais é impactado com a crise energética e os elevados preços da eletricidade. Segundo José Queirós de Almeida, CEO da Energia Unida, “esta parceria é motivo de orgulho para a Energia Unida, sendo o reconhecimento da nossa liderança. Admiramos o Grupo Casais pelo compromisso com a inovação e sustentabilidade e conjuntamente vamos contribuir para acelerar os benefícios da transição energética. A Comissão Europeia revelou o pacote energético REpowerEU onde estabelece o objetivo de 740GW de solar até 2030, bem como a obrigação de instalação de painéis solares em telhados de edifícios comerciais, públicos e nos residenciais e as Comunidades de Energia são a forma mais eficiente e efetiva de o fazer”. “O Grupo Casais pretende construir edifícios saudáveis, confortáveis e que tenham racionalidade económica. Obviamente que a energia entra sobretudo nesta parte da racionalidade económica, mas também numa consciência ecológica que hoje todos temos que ter, acima de tudo, nós, indústria dos edifícios, que estamos na frente da produção dos mesmos. Temos consciência que sozinhos não conseguimos fazer tudo. As parcerias são fundamentais quando conseguimos aumentar o know-how e ainda por cima partilhado”, diz José Mário da Cunha Fernandes, Administrador do Grupo Casais. Cientistas da Universidade de Coimbra criam dispositivo inovador para produção de energia a partir das ondas Uma equipa da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um dispositivo inovador para converter a energia armazenada nas ondas do mar em energia elétrica. A invenção já está protegida por patente internacional. O dispositivo, designado REEFS, acrónimo de Renewable Electric From Sea (energia elétrica renovável a partir do mar), resulta de oito anos de investigação desenvolvida no Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente do Departamento de Engenharia Civil (DC), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Este conversor de energia das ondas desenvolvido na UC, já com patente internacional concedida, é um dispositivo costeiro modular que fica totalmente submerso, invisível à superfície do mar. "É apoiado em pilares e o resto do fundo do mar fica livre para todo o tipo de processos marinhos", explica o líder do projeto, José Lopes de Almeida. Mas, para que esta solução tecnológica possa chegar ao mercado, ainda são necessários novos estudos e testes, esclarece o coordenador do projeto: "o conceito está provado. Demonstrámos em laboratório a transformação de toda a cadeia – desde a onda até à produção de energia elétrica. Contudo, para chegar à fase comercial, o dispositivo tem de ser otimizado e testado a escalas sucessivamente maiores até instalarmos um projeto piloto no mar, só depois é que poderemos passar à fase de comercialização da tecnologia".

11 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Lançada II edição do Prémio Mibel O Conselho de Reguladores do Mercado Ibérico de Eletricidade lança a segunda edição do Prémio Mibel. O prémio distinguirá os melhores trabalhos académicos e de investigação sobre o Mibel e a transição energética. Podem apresentar a candidatura ao prémio, que tem um valor de 10.000 euros, autores de qualquer nacionalidade. O prémio Mibel, no valor de 10.000 euros, destina-se a distinguir trabalhos académicos e de investigação sobre o Mibel e a transição energética, podendo concorrer investigadores de qualquer nacionalidade. Os estudos devem ser originais ou publicados até seis meses antes da apresentação da candidatura ao prémio e estar escritos em espanhol, português ou inglês. A submissão dos trabalhos pode ser efetuada até 30 de novembro de 2022 pelos meios definidos no Regulamento. Vulcano lança campanha de comunicação de soluções solares térmicas Campanha decorre até 31 de agosto de 2022. A decorrer em televisão, na rádio e em formato online, a campanha de comunicação ‘A poupança faz parte da gama solar Vulcano. Cuidar do seu futuro também’, em vigor de 1 de junho a 31 agosto de 2022, pretende reforçar a forte ligação da Vulcano à energia solar e à sustentabilidade ambiental, bem como a conexão ao universo da poupança. Nadi Batalha, Coordenadora de Marketing da Vulcano, afirma que “o lançamento desta campanha de comunicação reflete o compromisso da Vulcano em criar soluções cada vez mais sustentáveis e geradoras de poupança, para que o amanhã seja cada vez melhor para as famílias portuguesas e para o ambiente. Graças a uma aposta contínua em Investigação & Desenvolvimento, estas soluções apresentam um elevado rendimento, garantindo o máximo conforto, ao mesmo tempo que minimizam a pegada ecológica, contribuindo positivamente para a sociedade, no geral”. O FORNECEDOR DE ESTRUTURAS DE FIXAÇÃO PARA FOTOVOLTAICO Sales Manager Portugal Tiago Antunes | M 00351 964 104 113 TELHADO PLANO FlatFix Wave FlatFix Fusion TELHADO INCLINADO ClickFit EVO Ondulados ClickFit EVO Sandwich ClickFit EVO Telha Veja os nossos produtos no showroom virtual

12 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Finerge coloca em exploração o primeiro de 11 projetos de sobreequipamento eólico A Finerge colocou recentemente em exploração o primeiro de 11 projetos de sobreequipamento eólico que tem em construção este ano. Localizado em Caminha, o sobreequipamento do Parque Eólico de Arga tem a capacidade de 2.2MW de um total de 102.8MW que a Finerge planeia colocar em exploração nos próximos nove meses. Estes projetos de sobreequipamento eólico são o resultado do plano estratégico que a empresa aprovou em 2019, no qual definiu o regresso ao desenvolvimento Greenfield, construindo parques próprios, algo que não fazia há vários anos. Com este projeto de sobreequipamento, a Finerge passa a ter uma capacidade total instalada de 1577MW em Portugal e Espanha. “Este projeto em Caminha marca o regresso da Finerge à construção de parques próprios, algo que a empresa não fazia há onze anos, desde 2012. Entramos no greenfield, colocando em prática um plano estratégico ambicioso, que se concretiza numa carteira de 1.3GW de pipeline de projetos Greenfield. 450MW desta carteira de projetos em pipeline está em estado avançado de licenciamento e temos como objetivo dar início às atividades de construção de grande parte destes projetos já no próximo ano”, afirma Pedro Norton, CEO da Finerge. Recorde-se que, em 2021, a Finerge tinha anunciado a compra de aerogeradores à Vestas, para sobreequipar os primeiros quatro parques de um conjunto de projetos de sobreequipamento eólico. Além disso, também no ano passado, a empresa tinha aumentado a sua participação em sete parques eólicos em Portugal, adicionando 193 MW ao seu portefólio. Geberit premeia a renovação da casa de banho com sanita suspensa A nova campanha 'Para uma casa de banho melhor', da Geberit, destina-se ao consumidor final. Até 31 de dezembro de 2022 está em curso a campanha 'Para uma casa de banho melhor' que a Geberit, especialista em louça sanitária e tecnologia para a casa de banho, lançou o 1 de maio para recompensar o consumidor final que decida fazer a sua renovação da casa de banho com autoclismo de interior e sanita suspensa. A Geberit reembolsa diretamente 100 euros ao utilizador final que instalou uma das sanitas suspensas das séries Geberit na sua casa de banho. Quemquiser participar na promoção da Geberit basta enviar os seus dados de contacto (nome e apelidos, morada, e-mail) para o e-mail iberia@geberit.com, anexar fotos do antes e depois da sua casa de banho renovada e também a fatura dos produtos Geberit instalados. Para Alfredo Cabezas, Diretor de Marketing e Comunicação da Geberit Iberia, "com esta iniciativa, a Geberit pretende continuar a abordagem ao consumidor final que tem vindo a realizar nas suas campanhas de comunicação desde 2017, quando a empresa incorporou as séries de louça sanitária e mobiliário de casa de banho na sua carteira de produtos". Toda a informação sobre a campanha na página web da Geberit: www.geberit.pt

13 Lisarb abre escritório em Lisboa para liderar projeto europeu de renováveis de 1 GW A Lisarb Energy é uma empresa global que está em rápido crescimento na área das energias renováveis. A sua aposta na expansão para a Europa tem como meta atingir até 2023 1 GW em projetos desenvolvidos. Já com forte presença no Brasil e com expansão para a Europa, a empresa tenciona acompanhar a dinâmica e crescimento deste mercado das renováveis. A Lisarb escolheu a cidade de Lisboa como base para o desenvolvimento das suas operações na Europa. A equipa inicial de seis quadros técnicos será apoiada pela administração existente no Reino Unido e reportará ao novo Head para Europa, António Loureiro. “O nosso foco é desenvolver, financiar, construir e operar novos projetos solares, eólicos, marítimos e de hidrogénio na Europa. A escolha de Lisboa, para além de outros fatores, foi feita tendo em conta a aposta que Portugal tem feito nas energias renováveis, no objetivo enquanto país de produzir 80% das suas necessidades energéticas com origem em fontes renováveis e ter a ambição de se tornar um país líder mundial. Esta ambição está muito no ADN da Lisarb. Portugal, como outros países na Europa, pretende atingir até 2050 a neutralidade carbónica através do seu roteiro e Plano Nacional de Energia. Pretendemos ajudar Portugal e outros países da Europa a atingirem as suas metas. Estou ansioso para trabalhar com a equipa no lançamento de projetos de energia renovável em Portugal e em outros países da Europa, no intuito de ajudarmos a cumprirem os seus planos de descarbonização”, diz António Loureiro. A Lisarb já possui em setores-chave da economia, contratos de compra de energia de longo prazo com algumas das principais marcas corporativas do mundo, como seja o setor alimentar ou de bebidas, serviços públicos e telecomunicações móveis. A expansão da Lisarb para a Europa permitirá apoiar ainda mais empresas que desejem acelerar a sua agenda ESG e dessa forma obterem energia de tecnologias sustentáveis. www.cest.pt comercial@cest.pt Tel: 21 925 33 30 VENTILOCONVECTORES FCZI ▪ Certificação EUROVENT ▪ Motores EC de baixo consumo ▪ 2 ou 4 tubos ▪ Baixo nível de ruído ▪ À vista ou para ligação a condutas A NOVA REFERÊNCIA.

14 PÁGINA DA NET www.ctesi.pt O novo website, de design intuitivo e otimizado, tem como objetivo abrir o leque de novos clientes, aproximando a marca CTESI do consumidor final. A CTESI, empresa portuguesa de referência no setor das soluções integradas para espaços de banho, acaba de lançar o seu novo website. De design moderno e intuitivo, o novo site surge da fusão dos antigos sites ctesi.pt (destinado a clientes profissionais) e loja.ctesi.pt (destinado a clientes não profissionais), passando a integrar as duas vertentes numúnico endereço online. Desenvolvido para ser mais otimizado e navegável, o principal objetivo do novo site é chegar a um leque vasto de novos clientes, com especial foco no consumidor final, facilitando a aquisição de todos os produtos da marca. Neste novo site encontra soluções 360º de qualidade para espaços de banho, como torneiras, autoclismos interiores, mobiliário, cabines de duche e acessórios. Um site que permite chegar, de forma fácil e intuitiva, a qualquer produto, disponibilizando informações detalhadas e fotos de qualidade, para tornar os produtos CTESI acessíveis a todos, através de uma navegação simples e direta, que permite fazer encomendas online de forma rápida, com apenas alguns cliques. Para aqueles que não têm disponibilidade para se deslocar ao showroom físico, no site encontra ainda um showroomvirtual 3D com identificação dos produtos e link direto para a página dos mesmos, onde é possível consultar todos os detalhes. Mais direcionado aos clientes profissionais, o novo site permite ainda consultar catálogos, tabelas de preços, fichas técnicas, certificações de produto e pedir informações facilmente. A renovação do site surge na sequência do processo de digitalização da CTESI, marcando uma nova etapa no percurso da empresa - a aproximação direta ao consumidor final, apresentando uma imagem atual, que reflita o que o consumidor procura. Saiba mais aqui: www.ctesi.pt A CTESI A CTESI é uma marca portuguesa de referência em soluções integradas para casa de banho, com propostas inovadoras que primam pela aposta no design e funcionalidade. A marca coloca ao seu dispor uma diversidade de produtos, desde componentes técnicas, como válvulas e autoclismos interiores, às comuns soluções de banho, como torneiras, mobiliário, cabines de duche e acessórios. É uma casa de banho portuguesa, com certeza!

ENTREVISTA 16 “A inovação está no ADN da Barros&Moreira” CARLOS BARROS, CEO DA BARROS&MOREIRA/CTESI Carlos Barros, CEO da Barros&Moreira/CTESI, aborda nesta entrevista todo o percurso da empresa portuguesa que produz e distribui soluções integradas para casa de banho. Em 2022 celebra 25 anos e uma das principais estratégias em curso é promover a marca própria, a CTESI. Inovação e eficiência são outras prioridades sendo “objetivos finais nos produtos que desenvolvemos”, garante o responsável. Ana Clara Fale-me um pouco da atividade da empresa em Portugal, nomeadamente, no segmento dos sanitários. A Barros&Moreira é uma empresa nacional que produz e distribui soluções integradas para casa de banho e celebra, este ano, 25 anos de existência. Iniciamos atividade como distribuidores, mas em 2010 decidimos começar uma nova fase na nossa história e encetámos todo o processo de industrialização, tendo como o objetivo controlar toda a cadeia de valor dos nossos produtos. Ao longo destes 25 anos fomos acompanhando a evolução do setor e, em muitos casos, antecipando as tendências do próprio mercado. A nossa estratégia passa por trazer ao mercado nacional uma marca própria, a CTESI. Sendo uma marca 100% nacional agrega em si todas as vertentes do que produzimos, sejam produtos de banho como cabines de duche, torneiras, mobiliário de banho, ou produtos mais técnicos como autoclismos interiores, ou calhas de duche. Nos últimos anos, o Grupo tem apostado igualmente na conceção, desenvolvimento e produção dos seus produtos. Em que medida e que serviços prestam? Nós produzimos cerca de 90% dos produtos que comercializamos. Cada uma das nossas unidades industriais é responsável pela produção, testagem e montagem dos produtos finais. Trabalhamos os nossos produtos de modo standard, mas cada vez mais temos trabalhado a vertente

17 personalizada de produtos (algo que já fazemos nas cabines de duche e móveis). Para a além da nossa capacidade produtiva em série, temos também a capacidade de armazenamento de produto acabado. A capacidade produtiva em série ou personalizada aliada a um capital humano altamente especializado e a capacidade produtiva, bem como a nossa localização, permite-nos estar em qualquer ponto do País em poucas horas com produto acabado. A nível tecnológico, como se carateriza a empresa e que tipo de tecnologias são usadas no fabrico dos produtos? Somos um grupo industrial com produção própria e em território nacional. Tecnologicamente, estamos na linha da frente no que diz respeito a este setor. Estamos constantemente a procurar fazer upgrades ao nosso parque tecnológico porque queremos ser mais eficientes a nível produtivo. No nosso caso em específico, o investimento em tecnologia é variado e adaptado a cada uma das nossas indústrias – mobiliário de banho – madeiras, cabines de duche – vidro, as torneiras – metal e os produtos técnicos plásticos – injeção termoplásticos. Cada uma das nossas unidades industriais tem os seus próprios equipamentos e processos bem definidos, e embora sejam indústrias individuais, muitas vezes o processo produtivo está interligado. O investimento numa determinada indústria significa uma melhoria nas outras indústrias. Também trabalham a área da injeção de termoplásticos. Gostava que explicasse um pouco melhor este segmento do Grupo? Este é o segmento mais técnico da nossa marca, o que está mais direcionado aos técnicos. É também a indústria mais tecnologicamente automatizada. Somos especializados no desenvolvimento e produção de artigos sanitários técnicos, com destaque para os autoclismos exteriores e interiores, válvulas de descarga, torneiras de boia, duchetas, calhas de duche, tampos de sanita, entre muitos outros. A nossa capacidade produtiva é elevada. Trabalhamos com diversas máquinas de injeção entre 120 Ton e 550 Carlos Barros, CEO da Barros&Moreira/ CTESI. Sistema Klima Dry Ideal para a reabilitação e situações onde é necessária baixa altura. Não é necessária argamassa. Sistema Klima New Building Ideal para a nova construção onde não existem limitações de altura para a instalação. Sistema Klima Renew Ideal para a reabilitação onde é necessária a instalação de sistemas de baixa espessura. +351 229 286 860 giacomini.pt climatizacaoradiante.pt giacomini.portugal@giacomini.com PISO RADIANTE CONFORTO QUE NÃO SE VÊ, MAS QUE SE SENTE! CLIMA IDEAL TODO O ANO LIBERDADE DECORATIVA SILENCIOSO E SAUDÁVEL MANUTENÇÃO REDUZIDA giacomini.pt climatizacaoradiante.pt

ENTREVISTA 18 Ton, todas robotizadas, para assim permitir uma injeção rápida e eficiente dos mais diversos tipos de termoplásticos (PS, POM, ABS, PVC, PP). O nosso departamento interno de Investigação & Desenvolvimento, tem sempre emmãos novos projetos, que visammelhorar produtos já existentes ou mesmo a criação de produtos inovadores. Temos no nosso laboratório cerca de seis produtos em teste contínuos e de resistência. Quanto à formação, qual tem sido a estratégia da empresa? Fazem ações permanentes? De que tipo? Acreditamos que o capital humano é um dos ativos mais importantes dentro de uma empresa. Temos programas internos para capacitação pessoal, trabalhamos a componente técnica, mas também a parte comportamental. Fazemos ações internas de reciclagemde temas, mas também temos protocolos com entidades externas para que os nossos colaboradores possam estar no topo das suas competências. Também apoiamos os colaboradores que pretendemadquirir formação formal, flexibilizando horários. INOVAÇÃO E como incorporam a inovação nos vossos produtos e ofertas? Enquanto empresa, uma das nossas dimensões passa pela inovação. Muitas vezes a inovação não passa pela criação de novos produtos, mas pela aplicação de novas técnicas e materiais ao que já existe. Neste caso trabalhámos ambas as vertentes: criámos um conjunto de novos móveis de casa de banho, sete para ser mais preciso. Passámos a disponibilizar novos acabamentos emmadeiras para os móveis bem como novas cores para as nossas torneiras e toalheiros. Tudo isto aliado a uma nova forma de aplicar estes acabamentos no metal para garantir a sua durabilidade. A inovação está no ADN desta empresa e como trabalhamos áreas diferenciadas dentro do setor, cada uma acaba por ter os seus próprios níveis e graus de inovação. Se falarmos em inovação no seu termo mais lato, é no setor da injeção de termoplásticos que conseguimos ter umamaior visibilidade, uma vez que estamos constantemente a pensar em formas de melhorar as soluções que já existem no mercado, quer em termos de produto quer de eficiência. A par da inovação temos uma grande preocupação ambiental e a eficiência hídrica acaba sempre por ser um dos objetivos finais nos produtos que desenvolvemos, como poupar água e garantir a eficiência de um produto. Muitas vezes essa preocupação surge em termos de design, como o botão saliente da válvula de descarga BI-FLASH que instintivamente leva a pessoa a carregar no botão que liberta menos água na descarga. Ou por exemplo nas válvulas Drain e Petra, que tem um sistema único de escoamento de caudal de drenagem elevado, que aliado ao filtro anti cabelos permite evitar inundações no duche. Quais são os principais objetivos do grupo nomercado nacional e que radiografia faz do setor dos sanitários no País? Este é um setor bastante resiliente e tem resistido, embora com dificuldade, a crises, à pandemia, à loucura que têm sido os últimos dois anos no que respeita a preços de matérias-primas. O nosso objetivo é o de consolidar o crescimento dentro do mercado nacional e, acima de tudo, aproximar a marca CTESI do consumidor final. O nosso caminho junto dos profissionais tem vindo a ser traçado há 25 anos e neste momento queremos que o público geral conheça e tenha acesso à marca CTESI. Consolidar o crescimento, dar maior notoriedade à marca e acima de tudo poder dar aos portugueses a opção de ter produtos produzidos em Portugal nas suas casas de banho! Exportam? Para que países? E que estratégia têm a curto prazo nesta matéria? Exportamos para três continentes diferentes, do Leste Europeu ao Médio Oriente e passando pelos mercados africanos. Acima de tudo, sentimos que o facto de sermos uma marca portuguesa e europeia nos confere um selo de qualidade e garantia de que é um produto credível. Antes da pandemia estávamos no nosso melhor ano de exportação, com um crescimento excecional e a pandemia veio quebrar um pouco esse crescimento que estamos agora a recuperar. Com abertura das viagens, no final de 2021, retomámos o nosso caminho e estivemos presentes na Turquia – UNICERA - e trouxemos para além de negócio diretos, muitos contactos que trabalhamos nos meses seguintes. Por vezes, as empresas portuguesas não têm noção do impacto e de respeito que os estrangeiros têm pelos nossos produtos e empresas. Por fim, como encara o ano de 2022, tendo em conta os constrangimentos macroeconómicos atuais? ‘O caminho faz-se caminhando’ e o que os últimos anos nos têm ensinado é que, mais do que ser resiliente para sobreviver a crises, é importante estar preparado para que essas crises (que virão por certo novamente) tenham um impacto mínimo dentro daquilo que somos e no que fazemos. Antes da pandemia estávamos em pleno processo de transição digital, a pandemia foi a ‘desculpa’ perfeita para acelerar esse mesmo processo. Atualmente, qualquer pessoa pode ver os nossos produtos fisicamente ou virtualmente, obter acesso a informação técnica ou outra sem ter de sair da sua casa ou loja. 2022 também é o ano em que fazemos 25 anos, o que levou a uma grande campanha multicanal para publicitar a marca CTESI com o mote ‘Uma casa de banho portuguesa, com certeza!’. Somos realistas e sabemos que o futuro é incerto, mas também temos fé nas nossas capacidades e acreditamos que será um futuro risonho. n

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BIM 20 BIM: A METODOLOGIA DE TRABALHO REVOLUCIONADORA RESUMO Comparativamente a outras indústrias, a indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) tem-se demonstrado, nas últimas décadas, ineficiente nos seus processos. Os projetos são ainda interpretados com um elevado grau de incerteza, resultando em erros e omissões que se refletem no seu custo. Algumas das causas apontadas para a justificação da baixa produtividade deste setor são o limitado uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a fraca recorrência a trabalhos colaborativos com partilha de informação. O presente artigo procura sensibilizar o setor produtivo da (AEC) do mercado português, para os principais conceitos, fundamentos e metodologias BIM, aplicados a projetos de arquitetura e engenharia civil. INTRODUÇÃO Na continuidade natural da evolução tecnológica, surgiu no final do século XX, uma tecnologia de modelação capaz de associar um conjunto de processos para produzir, comunicar e analisar modelos de construção, denominada BIM – Building Information Modeling, a qual tem vindo a ganhar importância na indústria da AEC. O conceito envolve tecnologias e processos cujo objetivo visa desenvolver uma prática de projeto integrada, na qual todos os participantes convergem os seus esforços para a construção de um modelo único da edificação. No setor produtivo da (AEC), a prática mais comum para a representação de uma edificação em projeto ainda é o recurso ao desenho bidimensional (2D), recorrendo-se habitualmente à metodologia de desenho assistido por computador (CAD). No entanto, esta ferramenta de representação apresenta algumas limitações, nomeadamente, apenas considera de uma forma genérica, alguns parâmetros geométricos da edificação a ser construída. Atendendo a que, os empreendimentos são cada vez mais complexos, requerem planeamentos cada vez mais elaborados e a sua construção envolve cada vez mais um elevado número de diferentes intervenientes, resultando em elevados níveis de interação e de colaboração, os quais por sua vez, provocam níveis de interação e colaboração fragmentada e deficiente transmissão da informação e de incompatibilidade interdisciplinar, a metodologia CAD, pode por isso, conduzir a erros de difícil deteção e atualização, afetando prazos, custos e a qualidade dos empreendimentos. Neste contexto, a implementação da metodologia de trabalho BIM no desenvolvimento de projetos de edificações e infraestruturas, apresenta-se como um novo paradigma. Implica uma reorganização de procedimentos de projeto, mais estruturada e sistematizada, a qual se vai refletir num melhor planeamento interno dos diferentes intervenientes da organização. Podemos afirmar que os desafios para a implementação desta nova metodologia são diversos, dos quais se salientam: as mudanças de mentalidade, as adaptações organizacionais, o investimento em tecnologia e na formação dos colaboradores, novas formas de colaboração, partilha de informação e requisitos de normalização e interoperabilidade. É fundamental que as organizações sejam capazes de mapear processos, identificar trocas de informação, adaptar as suas estruturas organizativas e implementar processos e planos de BIM integrados. João C. S. Barata Mestre em Engenharia Civil (IST) e membro sénior e especialista da Ordem dos Engenheiros Professor adjunto convidado do ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa

BIM 21 CONCEITO - BIM Em primeiro lugar para entender o conceito BIM, precisamos ter presente que não se trata de um software, mas antes de ummodelo dotado de diversa informações. BIM pode ser considerado como uma representação digital das caraterísticas físicas e funcionais de um empreendimento, que permite integrar de forma sistematizada e transversal, as várias fases do seu ciclo de vida, com a gestão das informações disponíveis emprojeto, formando assim uma base de dados confiável para a tomada de decisões durante o seu ciclo de vida (desde a primeira conceção até à sua eventual demolição) - Figura 1. O conceito BIM para o setor da (AEC) serve de base, não apenas para uma construção específica, mas também para simular o desenvolvimento de um empreendimento num bairro ou cidade. Permite ainda, prever qual o comportamento da estrutura, da sua segurança e conforto, deficiência energética e do consumo de materiais. Estas informações permitemperceber os impactos, interferências e ganhos sociais da edificação ou infraestrutura, durante o seu ciclo de vida. Por isso, podemos dizer que BIM é muito mais amplo que uma visualização 3D ou um software. Na verdade, trata-se de um novo conceito para a industria da construção, que permite agregar robustez ao projeto e facilita todo o fluxo de execução e gestão da obra. INTEROPERABILIDADE - BIM O ponto chave para a adoção do BIM como principal método de transferência de projetos, consiste na capacidade dos vários intervenientes de partilhar facilmente a informação que se vai criando. A interoperabilidade adquire por isso uma importância elevada, porque é através desta que a produtividade aumenta significativamente. Em relação ao software, o termo interoperabilidade é utilizado para descrever a capacidade de diferentes programas, trocarem dados por meio de um conjunto comum de formatos de troca, de ler e gravar os mesmos formatos de ficheiro e de usar os mesmos protocolos. A interoperabilidade para o BIM tem usualmente duas perspetivas. A primeira é considerada como externa à organização, na qual a interoperabilidade e a colaboração são feitas com organizações externas, das várias especialidades como a arquitetura, estruturas e instalações especiais, nomeadamente redes de conduta, redes hidráulicas e iluminação. Por este via existem vários modelos 3D por disciplina (especialidade), que se interligam num modelo integrado, com recurso a plataformas colaborativas, tais como Allplan Bimplus®. Neste contexto, a interoperabilidade entre sistemas pode ser assegurada através do ficheiro universal IFC, por ficheiros compatíveis ou por ficheiros domesmo sistema demodelação BIM das diversas disciplinas. A segunda perspetiva é considerada como interna e refere-se a um sistema de modelação BIM que pode interagir, por exemplo com um sistema de análise de cálculo estrutural, através de um interface de programação de aplicações (Application Programming Interface – API), ou plugins instalados no sistema de modelação BIM. NORMALIZAÇÃO - BIM EmPortugal, temos a Comissão Técnica CT197 que corresponde aomirror comFigura 1. Fases de um empreendimento com a metodologia BIM. [1] O conceito BIM para o setor da (AEC) serve de base, não apenas para uma construção específica, mas também para simular o desenvolvimento de um empreendimento num bairro ou cidade

BIM 22 mittee do CEN/TC442 BIM e ISO/TC59. É a entidade delegada pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ), responsável para o desenvolvimento da normalizaçãono âmbitodos sistemas de classificação, modelação da informação e processos ao longo do ciclo de vida dos empreendimentos de construção. Embora a normalização BIM seja um ponto crítico, cuja complexidade exige especial cuidado, podemos concluir com toda a convicção que a mesma, contribui de forma decisiva para alavancar a vantagem competitiva permitida pela utilização integrada do BIM. Ainda que se verifique um atraso em relação a outros países europeus, podemos afirmar que a normalização em Portugal segue as atividades do programa de normalização e espera-se que num futuro próximo possamos ter normas e guias, que permitirão um auxílio no planeamento e na organização dos projetos a desenvolver. As ISO para BIM commais relevância para projeto são: A norma ISO 19650; A norma ISO 29481; A norma ISO 21597 e a prEN 17412. Podemos concluir que a normalização em BIM é de crucial importância, porque pressupõe uma mudança de paradigma da indústria tradicional, rumo à indústria 4.0, incentivada pelas tecnologias inovadoras que provocam resultados significativos, quer nos sistemas de produção como nos modelos de negócio. METODOLOGIA - BIM A transição da metodologia CAD para BIM, requer uma implementação de forma faseada. No período de transição irão coexitir as duas metodologias de trabalho e a organização terá de se ajustar progressivamente à nova realidade. As atividades BIM iniciam-se combase emquatro fases, a saber: O diagnóstico; o planeamento; a implementação e por último a aferição dos resultados obtidos. Na primeira fase, realiza-se um diagnóstico através de uma análise pormenorizada dos seguintes tópicos: Fluxos do trabalho atual na organização; Avaliação da infraestrutura informática existente e Transição da metodologia. Para se conseguir manter um nível de conhecimento elevado, alémda equipa a formar, é de extrema importância proceder à contratação de um gestor de BIM (BIM manager) que possa fazer a gestão e resolução de eventuais problemas. No início da transição para BIM, deve- -se ter especial atenção à criação de padrões internos, nomeadamente, templates, gestão de ficheiros, produção de peças desenhadas, mapas de quantidades, etc., os quais devem estar de acordo comas normas e regras adequadas. A implementação deve ser realizada de forma progressiva, começando preferencialmente por projetos de menor dimensão, se possível, recorrer na organização a um projeto existente, de fácil modelação e com pormenores repetitivos, afim de poder comparar facilmente com a metodologia 2D anteriormente utilizada. A segunda fase, correspondente ao planeamento, temcomo objetivomostrar as linhas orientadoras e mapear os processos da nova metodologia. Para tal, deve-se ter em conta os seguintes tópicos: Promover a visão de BIM; escolha dos softwares; restruturação da infraestrutura informática; plano de formação da equipa; BIP (BIM Implementation Plan); a matriz interna de responsabilidades da equipa e o manual interno de modelação BIM. Nesta fase, a escolha correta do software de modelação BIM reveste-se da maior importância para a implementação adequada da metodologia, porque passa a ser a peça central, com os outros softwares a interagirem com este último – Figura 2. Com a capacidade e oportunidade de utilizar cada vez mais ferramentas na nuvem (cloud computing) e para que a troca de ficheiros entre as organizações não se torne algo que perturbe o processo, é fundamental a utilização de internet com elevada velocidade. Na terceira fase (implementação), é recomendada a realização de um manual de BIM para auxiliar o desenvolvimento do projeto, estruturando as informações (dados) e os processos necessários, estabelecendo padrões de representação, planeamento e gestão. Figura 2. Extração de informação da modelação BIM. [2]

BIM 23 A ISO 19650-2, aborda o processo de gestão de informação ao longo de um empreendimento de construção em 8 etapas – Figura 3. As 8 etapas encontram-se englobadas em 3 fases: A fase de contratação; a fase de planeamento da informação e a fase de produção da informação. Por último a quarta fase, corresponde à avaliação dos resultados obtidos, permite avaliar o desenvolvimento da implementação da metodologia BIM na organização. Figura 3. Diagrama dos fluxos de trabalho da ISO 19650-2. [3] CONCLUSÕES Na indústria da construção, os níveis de investimento em (I&D) e inovação têm sido muito baixos. Verifica-se que os arquitetos têm reagido mais rapidamente por força das imposições resultantes dos contratos internacionais, bem como das funcionalidades 3D integradas na metodologia BIM. Os engenheiros por sua vez, apenas procuram dar resposta quando o BIM é uma exigência por parte do cliente, o que vai começando a verificar-se cada vez mais. De entre as inúmeras vantagens desta metodologia (BIM), destaca-se o trabalho mais transparente e os processos e trocas de informação que são mais facilmente mapeadas e rastreadas, permitindo identificar as responsabilidades de todos os envolvidos no processo. Embora a utilização emPortugal ainda não seja obrigatória, ao contrário de muitos países europeus, já se observa uma consciência para as enormes vantagens associadas à utilização destas ferramentas. • Nota: Curso de Aplicação Prática de BIMemProjetos de Edificações - software BIM Allplan® (A NEMETSCHEK COMPANY). • Link: https://ceec.isel.ipl.pt/CEEC_LTA/ bim.html. n REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Adaptado de Dispenza, 2010. [2] Adaptado de Crowley, 2013. [3] Adaptado de (Júlio, 2020; Muñoz, 2019).

24 BIM Vicaima Wardrobe lança objetos BIM em Archicad e Revit Em permanente atualização face às mais recentes tendências de mercado, a Vicaima, um dos maiores players europeus no design e produção de soluções de vanguarda para portas, aros, roupeiros, painéis e peças de mobiliário, lança uma nova oferta de objetos BIM (Building Information Modeling) em Archicad e Revit para a sua gama de roupeiros. As soluções Vicaima Wardrobe em BIM estão disponíveis em diferentes opções de configuração, englobando para já todos os roupeiros com portas de abrir da sua Linha Advanced. Além disso, incorporam igualmente, e de forma integral, os modelos de portas das linhas Essential, Exclusive e Classic. Desta forma, a Vicaima estimula métodos colaborativos e intuitivos, potenciando através da partilha dos ficheiros BIM entre os profissionais do setor a sua visualização 3D bem como a leitura e gestão integral de toda sua a informação técnica, incluindo dimensões, modelos e revestimentos, entre outras caraterísticas. À disposição dos prescritores encontram-se todas as modulações, acessórios e revestimentos, quer para interiores, quer para portas, compatíveis com os softwares Archicad e Revit. Ao viabilizar a simulação e especificação de qualquer solução escolhida nos projetos digitais, a presente aposta reflete o constante rigor da Vicaima em facultar a experiência mais adequada e avançada, com base numa metodologia revolucionária para os fluxos de trabalho da construção e arquitetura em todo o mundo. n Ferramentas digitais para os profissionais do setor contribuem para a eficácia e modernização dos projetos.

www.caleffi.com Atualmente, as bombas de calor estão a revolucionar o mercado hidrotermossanitário na ótica sustentável. Nós que, desde sempre, somos grandes defensores das fontes renováveis, desenvolvemos uma gama completa de produtos para garantir o funcionamento correto, a eficiência e a segurança das novas instalações de aquecimento: a válvula de zona série 6454 e a válvula de bypass série 519, o separador de sujidade magnético CALEFFI XF, o coletor porta-instrumentos série 305 e a válvula antigelo série 108. GARANTIA CALEFFI. R E V O L U Ç Ã O V E R D E COMPONENTES PARA UMA

26 BIM O BIM baseia-se no princípio base da partilha de informação, em tempo real, entre todos os intervenientes durante a idealização de um projeto Saint-Gobain Portugal amplia oferta de objetos BIM Em estreita união com os mais recentes progressos tecnológicos, a Saint-Gobain Portugal acaba de disponibilizar objetos BIM (Building Information Modeling) para soluções ISOVER, Placo® e Weber. A oferta destina-se à vasta amplitude de soluções para fachadas, coberturas, pavimentos, divisórias, revestimentos e tetos que a empresa disponibiliza. O principal objetivo desta ferramenta é facilitar os métodos de trabalho de todos os interlocutores do setor da construção, de forma a impulsionar os processos baseados na colaboração. Através do uso dos softwares, a preparação de uma edificação passa a incorporar diversas vantagens competitivas, que passam pela economia de tempo, pela mitigação de falhas e por um controlo de custos facilitado. Outra das facetas da tecnologia é a sustentabilidade, pilar fundamental da Saint-Gobain Portugal, por permitir um maior controlo do desempenho dos edifícios, nomeadamente no que diz respeito à eficiência energética, ao conforto térmico e acústico e à qualidade do ar interior. O BIM baseia-se no princípio base da partilha de informação, em tempo real, entre todos os intervenientes durante a idealização de um projeto. Graças ao sistema revolucionário, em notória ascensão, os projetistas envolvidos têm a possibilidade de visualizar um modelo digital de um futuro edifício antes da transposição para uma dimensão física. De acordo com Rita Bastos, Diretora de Marketing da Saint-Gobain Portugal S.A. - ISOVER, Placo® e Weber, “a crescente aposta em novos objetos BIM é resultado do sucesso da tecnologia e do feedback positivo que a SaintGobain tem recebido dos diferentes agentes do universo da construção, para quem os processos colaborativos desempenham um papel cada vez mais importante”. Como intuito de apoiar os seus clientes, parceiros e todo o setor, a Saint-Gobain Portugal S.A. aposta na mais recente transformação digital que o BIM representa na sua plenitude. Os objetos podem ser encontrados na biblioteca BIM da Saint-Gobain ou no website construir.saint-gobain.pt/bim-desenhos-cad, em fomato Revit ou IFC. n Novos recursos estendem-se às soluções ISOVER, Placo® e Weber. Aposta favorece comunicação em tempo real entre intervenientes de um projeto.

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