BI303- O Instalador

24 REABILITAÇÃO URBANA Não obstante, essa transformação e alteração que se foi promovendo no edificado antigo acarretou um con- junto de distorções resultantes dessas intervenções e que se refletem atual- mente na generalidade dos edifícios, comprometendo seriamente o seu comportamento térmico e acústico, como resultado da utilização de solu- ções construtivas pouco adequadas às exigências atuais. Por outro lado, estas distorções acaba- ram por resultar noutros problemas, designadamente ao nível da saúde dos seus ocupantes, justando-se como consequência a baixa qualidade do ar interior e o surgimento de humidade e bolor na generalidade das habitações. Olhando para o passado, apenas a partir de 1990 foi criada legislação para os requisitos de comportamento tér- A reabilitação urbana fez, desde sempre, parte das operações de regeneração do tecido urbano, procurando-se reabilitar o antigo, compatibilizando-o e adaptando-o aos novos usos, exigências e comodidades do presente. RNAE e AdEPorto - Agência de Energia do Porto Reabilitação urbana e renovação energética de edifícios mico dos edifícios, o que contribuiu para o baixo nível de isolamento do parque habitacional verificado em grande parte do edificado existente que, construído entre as décadas de 60 e 90 do século passado, apresenta graves défices de desempenho no que respeita à eficiência energética e ao conforto térmico, carecendo, atual- mente, de reabilitação e renovação energética. De evidenciar ainda que Portugal ocu- pou, durante alguns anos (de 2007 a 2012), os primeiros lugares do ranking de excesso de mortalidade no inverno, um facto diretamente associado à baixa qualidade da habitação, resultando num baixo desempenho ao nível do comportamento térmico, aumento de horas de desconforto e aumento da vulnerabilidade da população a situações de pobreza energética. Mais recentemente, e de acordo coma ADENE, 69,5%das habitações avaliadas em Portugal tiveram uma classifica- ção energética entre C e F - as classes menos eficientes, de acordo com o Sistema de Certificação Energética de Edifícios. A composição estrutural de um edi- fício, nomeadamente as paredes, coberturas e envidraçados, consti- tuem a barreira ao ambiente exterior e a outros espaços contíguos. Estes elementos têm, por isso, uma influência decisiva nas condições tér- micas dos espaços interiores, sendo fundamental a adoção de soluções para que estes elementos otimizem o balanço térmico (ganhos e perdas térmicas) com vista a melhorar o nível de conforto, qualidade de vida e a saúde dos ocupantes.

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