BI300 - O Instalador

86 RENOVÁVEIS: BIOMASSA | ESPECIAL EXPOBIOMASA biomassa, principalmente com recurso à cogeração de menor dimensão, de forma a não colocar tanta pressão em termos de disponibilidade de recurso. A utilização de biomassa florestal é uma excelente influência para a gestão florestal, pois contribui para a redu- ção do risco de ignição e propagação rápida de incêndio. Para além disso, esta constitui um importante recurso endógeno e a sua valorização ener- gética eficiente e ambientalmente sustentável poderá contribuir para a geração de valor no setor florestal. No entanto, a sua utilização enfrenta em Portugal inúmeras barreiras, em 1 DGEG 2021, Estatísticas Rápidas Renováveis, dezembro 2020. 2 Presidência do Conselho de Ministros 2020, Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2020. 3 INE e DGEG 2010, Inquérito ao Consumo de Energia no Setor Doméstico (ICESD2010). 4 PORDATA, 2021. 5 Comissão Europeia 2021, Proposta de revisão da Diretiva (UE) 2018/2001. 6 Comissão Europeia 2021, Nova Estratégia Florestal Europeia para 2030. parte relacionadas como ordenamento do território. De facto, a floresta por- tuguesa é maioritariamente privada e muito retalhada e atomizada, umentrave significativo à sua gestão e manuten- ção de forma eficiente e sustentável. Esta situação agrava também a dispo- nibilidade de recurso e o seu potencial de aproveitamento, constituindo uma barreira ao crescimento do setor com consequências nefastas ao nível da ignição e propagação dos incêndios florestais que, apesar da suscetibilidade ser superior dada a incidência de um maior número de eventos extremos devido às alterações climáticas, podem e devem ser evitados através uma ges- tão preventiva do recurso florestal. É impossível esquecer o desastroso ano de 2017, que registou um grau de área ardida equivalente a 6% 4 de todo o território continental. Contudo, é preciso ter em considera- ção que a função das florestas é bem mais abrangente do que apenas fonte de recurso energético. É necessário garantir que as florestas se regeneram após a recolha da biomassa, que as zonas ricas em biodiversidade, como as florestas primárias, não possam ser convertidas para a produção de bio- massa e que as zonas com elevado teor de carbono o conservem após a produção de biomassa, prevendo

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