ALIMENTAÇÃO DO FUTURO VERSUS ALTERNATIVAS À CARNE 48 CONCLUSÃO O crescimento da população mundial traz novos desafios pelo risco e incapacidade de assegurar uma alimentação adequada a toda a humanidade. Para fazer face à evolução demográfica e consequente aumento das necessidades alimentares, torna-se necessária a transição para uma dieta sustentável. Estão a ser desenvolvidas formas mais eficientes de produção de proteínas, com menor impacto ambiental (por exemplo, insetos), para sustentar a crescente população mundial. As tecnologias emergentes nos processos de produção alimentar e desenvolvimento de novos alimentos dão o seu contributo na questão da sustentabilidade alimentar. A legislação da União aplicável aos alimentos é igualmente aplicável aos novos alimentos colocados no mercado da União4, incluindo novos alimentos importados de países terceiros. Todos os novos alimentos estão sujeitos a uma rigorosa avaliação de risco efetuada pela EFSA sustentada pelo conhecimento científico disponível, garantindo que todos os novos alimentos submetidos a aprovação são seguros para consumo humano. Na sequência da aplicação do Regulamento da Transparência em 27 de março de 2021, Nathalie Chaze, Diretora para a Sustentabilidade Alimentar e Relações Internacionais, e Sabine Juelicher, Diretora para a Segurança dos Alimentos para ConsumoHumano e Animal e Inovação da DG SANTE referiram que: “a avaliação da segurança dos produtos alimentares resultantes de novas tecnologias alimentares estará sujeita às regras estabelecidas no Regulamento Transparência. Ou seja, os cidadãos da UE, bem como os nossos parceiros mundiais para quem exportamos produtos europeus, podem ter a certeza de que os alimentos que compramnas prateleiras dos supermercados são, e continuarão a ter a mais elevada qualidade e a máxima segurança”. Outra alternativa que surge ao consumo da carne, é a “carne” cultivada em laboratório (proteína sintética), em favor de uma maior sustentabilidade global. O produto irá evoluir comnovas descobertas e avanços que otimizam a produção, qualidade e eficiência da divisão celular. Resta saber se o progresso neste tipo de produção será suficiente para que a carne artificial seja competitiva em comparação com a carne convencional e com o número crescente de substitutos de carne. Além disso, a falta de aceitação por parte dos consumidores poderá constituir um obstáculo à introdução da carne cultivada no mercado. O desafio futuro passará pela introdução e aumento de outras fontes de proteína alternativas para a alimentação humana, como por exemplo os insetos e as algas, e incentivar novas tecnologias e inovações na produção de alimentos, já que podem reduzir o impacto ambiental da produção de alimentos, aumentar a segurança alimentar e beneficiar os consumidores. n 1 https://ec.europa.eu/newsroom/sante/items/706282/pt 2 https://ec.europa.eu/food/safety/novel_food/catalogue/search/public/index.cfm 3 https://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/6343 4 Considerando 3 do Regulamento (UE) 2015/2283 do Parlamento Europeu e do Conselho. REFERÊNCIAS 1. Regulamento (UE) 2015/2283 do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de novembro de 2015: relativo a novos alimentos, que altera o Regulamento (UE) nº 1169/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho e que revoga o Regulamento (CE) nº 258/97 do Parlamento Europeu e do Conselho e o Regulamento (CE) nº 1852/2001 da Comissão; 2. Sarogini Monteiro, Elisa Carrilho, César Oliveira – 'Insetos – Alimentos para o futuro'; Riscos & Alimentos nº19 – janeiro de 2020; 3. Patricia da Silva Liberato, Filipa Melo de Vasconcelos – 'Os desafios dos Novos Alimentos enquanto Alimentos do futuro'; Riscos & Alimentos nº19 – janeiro de 2020; 4. Sghaier Chriki and Jean-François Hocquette, 'The Myth of Cultured Meat', https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnut.2020.00007/full; 5. https://exame.com/ciencia/isto-e-carne-de-frango-de-verdade-e-nenhum-animal-morreu/; 6. https://repositorio.ucp.pt/handle/10400.14/26585. A introdução de novas tecnologias emergentes nos processos de produção alimentar levou ao desenvolvimento de novos alimentos e dos alimentos do futuro, permitindo uma disponibilidade alimentar mais diversificada
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