42 ALIMENTAÇÃO DO FUTURO VERSUS ALTERNATIVAS À CARNE das alternativas proteicas de origem vegetal. É importante que o “consumidor saiba ler os rótulos e perceba a composição nutricional do produto e a lista de ingredientes, descartando do consumo diário opções ricas em gordura, ácidos gordos saturados e trans, sal e açúcares adicionados”. A executiva aconselha ainda os consumidores que pretendam introduzir estas alternativas porque querem retirar, na totalidade ou parcialmente, os alimentos de origem animal da sua dieta devem consultar um profissional de saúde como o nutricionista, de modo que este os aconselhe e os auxilie nesta transição alimentar sem incorrerem situações de carência energética ou nutricional a curto, médio e longo prazo. Entretanto, têm surgido notícias (internacionais) de projeto de investigação que “produzem” carne artificial, em laboratório. Uma carne que Deolinda Silva reconhece que tem como principais benefícios o bem-estar animal e as vantagens ambientais. Contudo, acrescenta, este tipo de produtos para serem amplamente aceites necessitarão de demonstrar aos consumidores as vantagens em atributos tão relevantes como o sabor, o preço, a qualidade nutricional e a segurança. Sem esquecer a transparência, para que se possa conhecer os processos, os ingredientes, o percurso ao longo da cadeia e a forma como estas empresas lidam com os trabalhadores. “De ummodo global, o nível de interesse dos consumidores em experimentarem este tipo de produtos ainda é muito baixo, todavia mercados como Singapura e Israel têm ummaior interesse nestas alternativas proteicas”, refere a responsável da PortugalFoods, acrescentando que apesar de existirem empresas que referem ter carnes cultivadas em laboratório com o mesmo perfil nutricional da carne, sabe-se que a qualidade nutricional da carne cultivada é um grande desafio, em particular, ao nível da composição em micronutrientes como a vitamina B12 e o ferro. Quanto a Portugal “temos já entidades que estão atentas a este assunto e preparam-se para lançar produtos que respondama este propósito”. Já para Susana Fonseca “o mais importante é percebermos que a nossa dieta alimentar tem de mudar”. Para a ambientalista a solução se seguirmos a dieta mediterrânica já estaremos a dar umenorme contributo para a nossa saúde e para reduzirmos a nossa pegada ambiental. “As pequenas porções de proteína animal que estão incluídas na dieta mediterrânica podem vir perfeitamente de modos de produção menos intensivos, onde os animais são entendidos como fazendo parte do ecossistema, com diferentes funções ecológicas e em baixa densidade para que se possa viver emequilíbrio”, afirma, acrescentando que os processos naturais são eficazes, desde que consigamos manter os equilíbrios e sejam respeitados limites.
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