41 NOVAS TENDÊNCIAS NA INDÚSTRIA ALIMENTAR sinergias que potenciam a inovação e a competitividade das empresas. Este ecossistema colaborativo tem vindo a ser estimulado pela PortugalFoods ao longo dos anos, que incentiva as empresas a usufruírem dos quadros de financiamento e a entrarem em consórcios de projetos de investigação e desenvolvimento tecnológico com as entidades do sistema científico, onde têm sido explorados importantes avanços para o setor. PROJETOS MOBILIZADORES Estes são uma das iniciativas que potenciou o ecossistema colaborativo no setor agroalimentar nacional. Entre 2017 e 2022, decorreu o MobFood, o primeiro projeto mobilizador que explorou três grandes áreas pelas 43 entidades presentes: segurança alimentar e sustentabilidade, alimentação para a saúde e bem-estar, e alimentos seguros e qualidade. O segundo projeto mobilizador, cLabel+ - Clean Label Food, reuniu 20 entidades, 8 empresas e 10 entidades do sistema científico e tecnológico nacional, onde foram desenvolvidos produtos alinhados com o conceito “clean label”, mais naturais, nutritivos e orientados para o consumidor. Foi com recurso a este trabalho inicial, de aproximação entre entidades, que foi possível desenhar e constituir o Pacto de Inovação para o Setor Agroalimentar, através da Agenda Mobilizadora VIIAFOOD (Plataforma de Valorização, Industrialização e Inovação Comercial para o Agroalimentar), no âmbito do PRR, envolvendo 29 empresas de diferentes áreas de atividade do setor agroalimentar e 20 entidades do sistema científico nacional, associações do setor e laboratórios colaborativos com competências nas áreas de I&D aplicadas à área alimentar. O VIIAFOOD tem um impacto muito relevante na economia, através de um investimento total de 113 milhões de euros em inovação produtiva e I&D, acelerando a adoção de soluções mais verdes, tecnológicas e com impacto positivo na sociedade civil. É com base neste ecossistema colaborativo e integrado que estão previstas até 300 referências de novos produtos e serviços resultantes das 31 grandes linhas de desenvolvimento (PPSs). Além do investimento do VIIAFOOD nas unidades produtivas e de investigação, permitindo explorar novos mercados e consumidores, a Agenda também permite contribuir para o avanço de várias regiões do país, inclusivamente regiões do interior, e apresenta um impacto muito significativo na criação de emprego e emprego altamente qualificado. AGENDA VIIAFOOD Esta foi desenhada com base em oito pilares estratégicos, que contribuem para os pilares do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR): Nutrição e Alimentos Saudáveis e Seguros; Novas Experiências Sensoriais (novos aromas, texturas e formatos); Qualidade, Segurança e Rastreabilidade dos Alimentos; Comportamento do Consumidor; Sustentabilidade no Setor Agroalimentar; Processamento Eficiente de Alimentos e Embalagens; Infraestruturas Colaborativas para a Co-Inovação e Pré-Industrialização, e Promoção e Internacionalização do Setor Agroalimentar. Quanto aos desenvolvimentos da Agenda, estes proporcionam um vislumbre do que será a alimentação do futuro, como a impressão 3D para a valorização de subprodutos, o desenvolvimento de produtos alinhados com o posicionamento “clean label”, a pesquisa de novos ingredientes sustentáveis, a melhoria nutricional dos produtos, o sistema de auto serviço de cerveja de pressão em casa ou em qualquer lugar, o sistema de realidade mista para contextos imersivos no âmbito da análise sensorial, O setor agroalimentar português reveste-se de capital importância para a economia, tendo um papel forte nas exportações nacionais e no equilíbrio do consumo alimentar interno. Na verdade, o setor agroalimentar, em particular a indústria transformadora, totalizou, em 2023, 9,2 mil milhões de euros em exportações, mantendo o crescimento do peso deste setor nas exportações nacionais. Apesar de ser maioritariamente constituído por PMEs, este setor apresenta recursos humanos com alta capacidade técnica e produtos com elevada qualidade, que são aspetos que destacam Portugal nos mercados externos. De acordo com os dados de 2023, Portugal exportou para 177 mercados e os principais destinos foram Espanha, França, Brasil, Países Baixos e Reino Unido. De entre os produtos exportados, o vinho, o azeite, as conservas de pescado, o tomate em conserva e os sumos de fruta são as categorias que mais se destacam (AICEP). De facto, um dos fatores que influencia a posição do setor como produtor de excelência é a sua clara aposta na inovação, que permite tornar o mesmo mais sustentável, tecnologicamente avançado e responsivo às tendências e preferências do consumidor. Há uma estrutura de inovação forte, com um sistema científico e tecnológico robusto e atento aos desafios da indústria alimentar, mas também infraestruturas essenciais para impulsionar os avanços científicos e tecnológicos (p.ex.: centros de competências, incubadoras, laboratórios colaborativos). As empresas do setor mostram estar atentas às exigências do consumidor e procuram, em conjunto com as entidades do sistema científico e tecnológico nacional, encontrar respostas e soluções para os desafios que enfrentam internamente. O setor agroalimentar aposta na inovação colaborativa e na importância das
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