BF15 - iAlimentar

31 I&D NA INDÚSTRIA ALIMENTAR compostos funcionais que são sensíveis ao calor. Por exemplo, no sumo de romã, a HPP é utilizada para preservar as antocianinas, compostos bioativos com poderosas propriedades antioxidantes que podem degradar-se durante a pasteurização térmica convencional. A HPP permite a inativação de microrganismos nocivos através da aplicação de uma pressão extremamente elevada, que perturba as membranas celulares e as funções das bactérias”. A IMPORTÂNCIA DA EMBALAGEM Esta desempenha um papel crucial na preservação da biodisponibilidade dos alimentos funcionais, protegendo- -os de fatores ambientais como a luz, oxigénio, humidade e temperatura, que podem degradar os nutrientes. “Por exemplo, as embalagens opacas ou seladas a vácuo ajudam a reduzir a oxidação de compostos sensíveis, como as vitaminas e os antioxidantes, enquanto aquelas à prova de humidade impedem o crescimento microbiano que pode comprometer a integridade dos nutrientes”. No entanto, “materiais de embalagem inadequados podem libertar substâncias nocivas, afetando a biodisponibilidade dos nutrientes ou introduzindo toxinas. Por conseguinte, a seleção da embalagem correta é crucial para manter os benefícios para a saúde dos alimentos funcionais”. PERSPETIVAS FUTURAS Para Shalima Sreenath, as tendências em ingredientes funcionais “deverão ser revolucionadas por tecnologias avançadas, como a fermentação de precisão, que permite a produção de compostos bioativos de forma sustentável e eficiente, melhorando também a biodisponibilidade. Utilizando micróbios geneticamente modificados, a fermentação de precisão cria bioativos específicos e puros, tais como proteínas, vitaminas e péptidos, otimizados para uma melhor absorção e estabilidade”. Esta tecnologia reduz o impacto ambiental ao eliminar a agricultura tradicional e permite a engenharia precisa de bioativos adaptados às necessidades de saúde. “À medida que cresce a procura de uma nutrição baseada em plantas e personalizada, a fermentação de precisão transformará a produção de bioativos para obter melhores resultados em termos de saúde”. “Os fabricantes de alimentos devem considerar seriamente cada etapa do processo de produção - desde a escolha das matérias-primas, passando pela secagem, moagem, fermentação e até mesmo a embalagem. Deve ser dada prioridade às técnicas que minimizam a perda de nutrientes ou promovem a sua biodisponibilidade, tais como o processamento térmico mínimo, a fermentação controlada ou as tecnologias de encapsulamento”, defende. Apesar da perceção negativa à volta dos alimentos processados, estes não são inerentemente negativos e, em muitos casos, “oferecem benefícios significativos, especialmente no domínio dos alimentos funcionais. O objetivo principal é assegurar que os métodos de processamento não só retêm, mas idealmente melhoram a biodisponibilidade dos nutrientes chave e dos ingredientes funcionais, permitindo aos consumidores obter o máximo de benefícios para a saúde dos alimentos que consomem”. Ao fazê-lo, as empresas alimentares podem oferecer produtos que não são apenas convenientes e estáveis nas prateleiras, mas também “nutricionalmente superiores, satisfazendo a crescente procura dos consumidores por alimentos que promovam o bem-estar e apoiem um estilo de vida saudável”, defende. Além disso, a transformação pode contribuir para os esforços de sustentabilidade, reduzindo o desperdício alimentar e assegurando que apenas os componentes mais benéficos são incluídos, excluindo os elementos não nutritivos. “Ao promover uma melhor compreensão do processamento alimentar, os consumidores podem apreciar o valor dos alimentos funcionais e incorporá-los efetivamente nas suas dietas”. n As embalagens têm um papel crucial na preservação da biodisponibilidade dos alimentos funcionais

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