ENTREVISTA 20 O que tem mudado no mundo das embalagens e o que está a direcionar essa mudança? Por um lado, existe uma preocupação crescente dos consumidores por soluções sustentáveis de embalagens, às quais os nossos clientes estão empenhados em responder. Por outro lado, a nível europeu, têm sido introduzidas regras que regulam o tipo de embalagens que podem ser colocadas no mercado, associadas igualmente à gestão dos resíduos. Hoje, todas as embalagens colocadas no mercado da União Europeia têm de cumprir requisitos essenciais relacionados com o seu fabrico, composição e natureza reutilizável ou renovável. Enquanto líderes na indústria, temos investido para responder a todos estes desafios e até nos antecipamos, por exemplo, no cumprimento da Diretiva de Plástico de Utilização Única (SUP) da União Europeia, que, a partir de julho de 2024, obriga a que as tampas passem a estar unidas à embalagem. A Tetra Pak lançou no mercado as primeiras tampas unidas para embalagens de cartão para bebidas em 2022. Esta novidade representou uma conquista importante no trabalho de longo prazo da empresa no ecodesign. Hoje, as nossas embalagens são produzidas, na sua maioria, a partir de matérias-primas renováveis, como o cartão proveniente de madeira de florestas com certificação FSC (Forest Stewardship Council®) e outras fontes controladas. Além disso, estamos a introduzir plásticos de origem vegetal, provenientes da cana-de-açúcar, com o selo Bonsucro, em substituição dos plásticos de origem fóssil. Através da utilização destes polímeros, é possível aumentar a percentagem de materiais renováveis nas embalagens da Tetra Pak, contribuindo para reduzir a pegada de carbono ao longo do ciclo de vida do produto, com certificação Carbon Trust. Outras evoluções que temos introduzido são as palhinhas de papel, em substituição das palhinhas de plástico. Neste campo, destacamos a produção da fábrica de Carnaxide da Tetra Pak, que tem uma vocação internacional bastante grande. No ano passado, cerca de 92% da produção destinava-se à exportação, para mercados como o Reino Unido (17%), Alemanha (9%), Guatemala (8%), Canadá (7%) e Costa Rica (6%). Mais recentemente, Portugal também esteve no centro de um importante lançamento de uma embalagem com uma barreira alternativa de papel, feita com, aproximadamente, 80% de cartão. O conteúdo renovável é de 90%, o que permite reduzir a sua pegada de carbono em um terço (33%). Qual o caminho seguido pela Tetra Pak e qual o investimento anual em I&D? A primeira embalagem de cartão para bebidas com certificação FSC remonta a 2007, enquanto a primeira tampa com plástico de origem vegetal foi apresentada em 2011. Pouco tempo depois, em 2015, introduzimos no mercado a primeira embalagem Tetra Rex fabricada a partir de fontes renováveis.
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