BF11 - iAlimentar

54 DESPERDÍCIO ALIMENTAR Portugal integra projeto europeu para reduzir o desperdício alimentar Nasceu um novo projeto europeu de investigação 'Orchestrating Food System Microbiomes to Minimize Food Waste', do qual faz parte o Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, que procura contribuir para reduzir a degradação dos alimentos e o desperdício alimentar. O projeto teve início em novembro de 2023 e terminará em outubro de 2027. Estima-se que 20% dos alimentos produzidos na União Europeia (UE) para consumo humano são atualmente perdidos ou desperdiçados. Em paralelo, o fabrico, a transformação, a venda a retalho, a embalagem e o transporte destes alimentos contribuem de forma significativa para as emissões de gases com efeito de estufa, bem como para a poluição do ar, do solo e da água e para a pressão sobre a utilização dos solos. É com base nestas premissas que nasce este projeto europeu de investigação. “O Centro de Biotecnologia e Química Fina participará ativamente em todas as tarefas do projeto, mas o maior input será no estudo de culturas microbianas para substituir conservantes químicos sintéticos e no desenvolvimento de novas soluções de embalagem, grupo de trabalho que será coordenado por nós", explica Paula Teixeira, investigadora principal do projeto em Portugal e membro do Centro de Biotecnologia e Química Fina. Ao longo do projeto, os investigadores vão basear-se em cinco abordagens pelo seu potencial contributo para melhorar a sustentabilidade no processamento alimentar, aumentar o prazo de validade dos alimentos e reduzir o desperdício alimentar com base na monitorização e 'orquestração' de microbiomas de alimentos e de ambientes de processamento alimentar. Assim, o projeto procurará desenvolver modelos de análise preditiva que incorporam informações do microbioma para prever o tempo de vida útil; indicadores de tempo- -temperatura (TTIs), sensores e rótulos inteligentes para rotulagem dinâmica do prazo de validade; métodos de deteção rápida de indicadores de degradação microbiana dos alimentos; sistemas de utilização de culturas microbianas para substituir conservantes químicos sintéticos e aumentar o tempo de vida útil e a segurança de alimentos e novas soluções de embalagem que visam prevenir ou reduzir a deterioração de alimentos, permitindo o aumento dos prazos de validade. A tarefa ligada ao desenvolvimento de embalagem será coordenada pelo Laboratório de Embalagem do CINATE, e visa a aplicação de materiais com barreira a gases 'tailor-made' e embalagens com revestimentos ativos antimicrobianos. O 'Microorc - Orchestrating Food System Microbiomes to Minimize Food Waste' procura contribuir para reduzir a degradação dos alimentos e consequentemente o desperdício alimentar. Para o efeito “serão desenvolvidas no âmbito deste projeto soluções sustentáveis - tecnologias, serviços, ferramentas, políticas e práticas - baseadas na monitorização, utilização e modulação dos microbiomas nos alimentos e ao longo da cadeia de transformação alimentar", refere. Financiado pela Comissão Europeia através do Programa Horizon, o projeto Microorc agrupa um consórcio de 18 parceiros de nove países euro-

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