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80 OLIVAL anos, e se conhecem os dados sobre processamento e plantação, o resto é obtido mediante análise matemática, tendo em conta as tendências cíclicas domercado, que também existiam anteriormente. É uma questão de aplicar conhecimentos, experiências e investigações passadas, combinados com dados atuais, à criação de uma realidade futura projetada. É também importante estar plenamente consciente da orografia, evolução tecnológica, disponibilidade de água, entre outras variáveis. Haverá um impacto das alterações climáticas? É vital porque tem dois efeitos. Por um lado, posicionará a água como um recurso valioso que deve ser utilizado de forma eficiente, ótima, eficaz e responsável e, por outro lado, condicionará a evolução dos países produtores. Recorde-se que há cerca de 40 anos existiam apenas 20 países produtores, com uma superfície de 7,1 milhões de hectares. Nos próximos 20 anos, passaremos de 66 países produtores para 80. O perfil dos países produtores de azeite mudou ou vai mudar? As alterações climáticas atuarão de facto como um catalisador negativo por um lado, e como ummotor positivo por outro, dependendo se o clima é quente e seco ou húmido e frio. É preciso ter em conta que as azeitonas já estão a ser cultivadas no Canadá, Alemanha e Reino Unido, algo impensável há 10 anos, e haverá sem dúvida cerca de 15 novos países produtores a fazer a sua estreia dentro de apenas 20 anos. Nunca antes o olival tradicional representou menos de 70% da superfície. O que se prevê? Em 30 anos, a área projetada de olivais deverá aumentar em 32% em relação ao ano 2021. Da área total, 40%, 5,5 milhões de hectares, seriam de olivais tradicionais, não processados, que produziriam 23% de todo o azeite então produzido no planeta, enquanto os restantes 60% da área, ocupada por olivais modernos (principalmente em sebe), seriam responsáveis pela produção de 77% do total de 4,4 milhões de toneladas estáveis que serão produzidas até essa altura, com uma capacidade nominal total de 5,8 milhões de toneladas, bem como uma proporção mais elevada de azeite virgem ou virgem extra. Haverá uma maior especialização varietal. Em 2041, a área de olival mundial será de 14,1 milhões de hectares, 39% dos quais serão olivais tradicionais, face aos 7,1 milhões de hectares em 1991, 92% dos quais eram tradicionais. Que países se tornarão mais sofisticados no seu cultivo e se transformarão? Alguns dos países que irão experimentar uma mudança dos olivais tradicionais para uma maior percentagem de olivais intensivos e em sebe serão a Espanha, Grécia, Itália, Portugal, Tunísia, Turquia, etc., em geral os tradicionais, uma vez que a transformação é possível nestes países. Por outro lado, os estreantes irão fazê-lo diretamente com os olivais modernos, como já está a acontecer. Quase 90% da área total do olival está localizada em 9 países. Irá mudar este cenário? Deve ter-se em conta que se espera uma evolução positiva da superfície de cerca de 32% para este período de tempo. Sem dúvida, nesses 80 países produtores, apenas 10 continuarão a representar mais de 70% da superfície total. A incorporação de novos produtores irá impulsionar o consumo através da familiaridade, mas em caso algum constituirão uma ameaça para aqueles olivais eficientes e/ou diferenciados. n Juan Vilar, analista agronómico internacional. Há cerca de 40 anos existiam apenas 20 países produtores, com uma superfície de 7,1 milhões de hectares. Nos próximos 20 anos, passaremos de 66 países produtores para 80

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