BA8 - Agriterra

81 AGRICULTURA 4.0 A Presidente da Câmara de Torres Vedras, Laura Rodrigues, que acumula a presidência do SFCOLAB, destacou igualmente na sua intervenção o trabalho do Laboratório nos últimos dois anos. “Como todos sabem, o setor agrícola em Torres Vedras assenta na viticultura desde tempos imemoriais, e este subsetor continua a ser muito importante depois de vicissitudes que teve pelo meio. Contudo, atualmente é muito pujante e podemos dizer que produzimos em todo o concelho vinhos de muita qualidade, sendo essencial continuar o trabalho de valorização”. A responsável lembrou ainda que “a horticultura protegida é, desde os anos 70, outra área que assumemuita importância quer emtermos da produtividade e economicamente, mas também da inovação e digitalização do setor. A fruticultura é o nosso terceiro bemmaior no concelho a nível agrícola”. A edil lembrou igualmente os desafios no setor agricultura, desde as alterações climáticas ao envelhecimento populacional, passando pela produtividade e desempenho ambiental, mas também a preservação do solo e da água e a utilização mais eficiente dos fatores de produção. “A PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL É ABSOLUTAMENTE CENTRAL PARA A SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS” Um dos oradores deste Fórum foi Nuno Canada, Presidente do INIAV, que abordou a importância dos polos de inovação no desenvolvimento, testagem e transferência de conhecimento e tecnologia. Para o responsável, é “fulcral ter sítios no terreno onde possamos desenvolver a tecnologia, testá-la, mas também experimentar soluções de base tecnológica e outras que estão a ser utilizadas noutras partes do mundo. Temos de avaliar como se comportam, uma vez que parte delas têm de ser adaptadas à nossa realidade. Além disso, estes polos são muito importantes para demonstrar tecnologia, mostrar o que funciona ou não, e para formar as pessoas”. “A formação dos técnicos e agricultores para a adoção desta nova dimensão é absolutamente central, sem isso, não seremos capazes de adotar as soluções”, vincou Nuno Canada, relembrando a Agenda de Inovação para a Agricultura 2020-2030, "uma iniciativa passa por criar uma Rede de Inovação, e que vai levar à modernização de diversos polos de inovação, que estão em estádios diferentes de desenvolvimento". “É urgente a transferência efetiva de tecnologia para o setor. Atualmente, a produção sustentável é absolutamente central para a sobrevivência das empresas. Na Europa, temos dois grandes eixos, uma Europa mais verde e mais digital. Sabemos que para conseguirmos produzir mais com o que temos, ou até commenos, temos que incorporar mais conhecimento, tecnologia, agricultura de precisão. E a agricultura 4.0, com muita incorporação de inteligência artificial, vai ser aquilo que, de facto, nos vai permitir dar passos enormes, ter eficiências muito elevadas com forte impacto económico nas empresas, mas também ter um uso muito mais eficiente dos recursos com grande impacto ambiente e societal”, explicou Nuno Canada. Para o Presidente do INIAV, são muitos os desafios que temos pela frente: a produção de alimentos (nas próximas décadas vamos ter de aumentar em 50% os alimentos que estamos a produzir, mais ou menos com os mesmos recursos), “com elevados padrões de segurança alimentar, porque quem não os manter está fora do mercado”. Depois, prosseguiu, “sabemos que a combinação da globalização com as alterações climáticas está a ter um efeito muito grande no aparecimento de novas pragas e doenças. Há uma dimensão muito importante com os insetos que, com as alterações climáticas, estão a deslocar-se para outras latitudes e estamos a ter muitos problemas de pragas causadas por insetos e muitas doenças transmitidas por vetores. E a tecnologia através de Samuel Pereira, Vice-Presidente do SFCOLAB, abriu a sessão fazendo um périplo pelo trabalho do SFCOLAB. A edil Laura Rodrigues relembrou os desafios prementes do setor agrícola.

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