BA8 - Agriterra

30 FRUTOS SECOS Porque é que isto é importante? Porque “quanto mais rápido conseguimos atuar no problema menor é o impacto desse problema e é mais fácil de corrigir perante as áreas que estão em volta”. Se a questão for um problema de rega, por exemplo, “posso ter uma mortalidade daquelas plantas por falta de água”. Neste tema, a Veracruz tem a ajuda das sondas espalhadas pela propriedade e que indicam o nível de água no solo. É com base nos indicadores fornecidos por estes dispositivos que a empresa define a água a ser distribuída no sistema de gota-a-gota. “As sondas, juntamente com a estação meteorológica, e com os voos do drone” permite que a empresa faça um uso eficiente da água, dos insumos, da mão-de-obra. “No fim de contas isso é sustentabilidade”. No que respeita aos gastos associados à produção de amêndoa, Gustavo Ramos diz que há muita contrainformação no mercado. “A quantidade de água que um amendoal utiliza é menor que a quantidade de água que o milho utiliza”, afirma, acrescentando que o amendoal consome cerca de 6.500 metros cúbicos por hectares/ano, quando o milho consome 8.000. Como explica Gustavo Ramos, a Veracruz está a participar de um projeto piloto – o AQUA4D – que, pela reorganização das moléculas de água permite utilizar até 20% a menos de água numa plantação. “O objetivo é que a água se infiltre melhor no solo e fique na região das raízes”, ou seja, os 20% a menos não é menos água dada à planta, mas sim menos 20% de perdas, seja por infiltração, seja por escorrimento ou uma outra razão. O projeto piloto começou no ano passado e vai decorrer até ao final deste ano. “Tudo indica que o equipamento funciona como o prometido”, diz Gustavo Ramos, que acrescenta que a Veracruz o vai implementar em todas as suas plantações. “Se eu coloco todo omeu fertilizante via fertirrega, ao poupar 20% de água, também estou a poupar no fertilizante”. PASSO SEGUINTE: FÁBRICA E PRODUTOS PRÓPRIOS A pensar na fase seguinte, a Veracruz já está a tratar da fábrica que, segundo Gustavo Ramos, encontra-se em fase de projeto. Quer isto dizer definição dos equipamentos, da estrutura, etc., o objetivo é que, ainda este ano, comecem os trabalhos de movimentação de terras e fundação e, no próximo ano, se inicie a construção. “Queremos ter a fábrica pronta no próximo ano, o mais tardar em 2024”, refere. Com a fábrica a Veracruz deixa de ser apenas produtor para passar a produzir, transformar e comercializar. “Vamos passar a comercializar as nossas amêndoas como um produto final”, afirma Gustavo Ramos. Adicionalmente, a empresa prestará serviços de fornecedor para marcas brancas do retalho ou mesmo transformando amêndoas de terceiros. “Queremos ocupar toda a cadeia de transição”, com a amêndoa só miolo, a repelada, farinha, palito, quadrados, pasta, óleo... o objetivo, em princípio, é que toda a produção seja dirigida para a fábrica – ou seja, deixa de ser entregue a terceiros. “O que não significa que não possamos comprar de outros”, aponta Gustavo Ramos, que acrescenta que “aliás, essa é a ideia”. A ideia da fábrica é a de transformar a produção da Veracruz mas também de apoiar os produtos da região. Como aponta o diretor de operações agrícolas da Veracruz, já há produtores que contam com a fábrica para vender os seus produtos. Ainda antes de a fábrica estar concluída, a Veracruz vai trabalhar com parceiros no sentido de testar o mercado com os seus novos produtos. Desta forma, quando a fábrica estiver concluída todo o trabalho de campo devera estar terminado e a empresa poderá começar a laborar a todo o vapor. n C M Y CM MY CY CMY K

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