BA7 - Agriterra

71 OLIVAL Portugal garante, desde 2014 a sua autossuficiência em azeite e as exportações têmcrescido de formamarcada nos últimos anos, ao atingirem 500 milhões de euros em 2017, cerca de 600 milhões, em 2020, e com a perspetiva de superação deste valor agora em relação ao ano 2021. Em 2020, Portugal foi o quarto maior produtor de azeitona (723.000 toneladas) entre oito países da União Europeia comprodução nesse ano. A Espanha foi o maior produtor (8,1 milhões de toneladas), seguida por Itália (2,2 milhões de toneladas) e Grécia (1,3 milhões de toneladas), segundo a Pordata. Dizer tambémque, de acordo comos dados recolhidos pela Pordata, o nosso País atingiu em2019 o recorde da produção de azeite, com1,5milhões de hectolitros. Mas, que radiografia podemos fazer sobre o olival português? Que desafios e dificuldades tem pela frente? Francisco Mondragão Rodrigues, professor coordenador do Departamento de Ciências Agrárias e Veterinárias da Escola Superior Agrária de Elvas, traça à Agriterra um diagnóstico da fileira. “O olival português está, desde há cerca de uma década, a sofrer uma grande transformação estrutural, fruto de dois fatores importantes: a plantação (quase exclusiva) dos novos olivais em sistema de condução em sebe (vulgo, superintensivo) e a disponibilidade de água proporcionada pelo EFM do Alqueva na região Alentejo. Isto fez com que a proporção de área de olival altamente produtivo aumentasse, sobretudo no Alentejo, explicando o aumento continuado da produção nacional de azeite nos últimos anos, à medida que estes novos olivais vão entrando em produção”, afirma. Passamos de um País deficitário em azeite, com produções em torno às 60.000 t e um consumo nacional de 80.000 t no início da década anterior, para um País superavitário, a partir de 2014, prossegue. E, brevemente, “chegaremos às 200.000 t de azeite por ano, com o valor das exportações deste produto a ultrapassar os 600700 milhões de euros anuais”. Mas “nem tudo são rosas”, adverte o especialista. Há uma parte do olival nacional com “sérias dificuldades em semanter rentável, nomeadamente, os cerca de 100.000 ha de olival tradicional de sequeiro”. Nestes olivais, situados em terrenos marginais, por vezes de montanha, “a impossibilidade demecanização aliada à diminuição de mão Ana Clara

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