ENTREVISTA 68 Como é que gerem os papéis de associado fundador e de parceiro-cliente? É simples. A Fertiprado, independentemente de ser um parceiro e de se ter associado a esta iniciativa por considerá-la de enorme importância, não só do ponto de vista científico mas também do ponto de vista socioeconómico aqui para a região de Elvas, enquanto empresa de referência muito conhecedora no setor das pastagens e forragens, tem desafiado o InnovPlantProtect a procurar soluções para resolver problemas concretos de pragas e de doenças com que nos deparamos, intercambiando know-how e, ao mesmo tempo, disponibilizando-nos para os ensaios de aplicação prática e de experimentação destas soluções. Há aqui um papel colaborativo muito grande que não vem só, mas também, do facto de sermos um associado. Que desafios se colocam a um CoLAB com as caraterísticas do InPP, o único na área da proteção de culturas contra pragas e doenças em Portugal? Portugal é umpaís combastante diversidade emtermos agrícolas e, atendendo à crescente pressão das pragas e doenças a que temos assistido, talvez um dos maiores desafios seja exatamente a capacidade de encontrar e gerir os diferentes recursos por forma adar resposta a uma tãogrande solicitação. E tendo em conta que o InPP está direcionado para as culturas mediterrânicas e que a sustentabilidade do CoLAB passa também pela internacionalização, essa questão pode assumir maior proporções... Com certeza. Nós em particular exportamos bastante, 50% da nossa faturação é feita no estrangeiro e, portanto, o risco de encontrar outras pragas e doenças aumenta. Como é que vê a participação das empresas neste tipo de instituição? Acha que a estratégia seguida permite que o InPP desenvolva a sua atividade em conjunto com elas? Nós entendemos que, de facto, a investigação só faz sentido se tiver uma aplicação na vida das sociedades, tornando-a mais simples, mais eficiente e resolvendo problemas. Pensamos que o InPP tem de trabalhar direcionado para as necessidades das empresas, sejam elas participantes do CoLAB ou não, e serão depois essas empresas que acabarão por fazer chegar as soluções e os resultados da investigação ao mundo real; e só assim é que faz sentido. Esta área da aplicação da biotecnologia de plantas, nomeadamente em culturas mediterrânicas, ainda está muito condicionada pela legislação europeia. Acredita que o InPP vai conseguir ultrapassar estes desafios, e utilizar a biotecnologia e a genómica para a proteção de culturas? Eu penso que sim. A biotecnologia e a genómica são ferramentas novas e inovadoras que, sendo utilizadas com “Pareceu-nos que havia um match perfeito entre a Fertiprado e o InnovPlantProtect”. ética e responsabilidade, poderão certamente ajudar na formulação de novos produtos e serviços. Estou convencido que, com a ética e sentido de responsabilidade que sabemos que existe nas pessoas que compõem o CoLAB, essas dificuldades serão ultrapassadas. Na sua opinião, como se medirá o sucesso do InPP? Esse sucesso será medido pelo impacto que as soluções encontradas possam ter no desenvolvimento de produtos e de ferramentas ambientalmente sustentáveis, que possam ser utilizadas pelas empresas em prol da melhoria contínua dos seus produtos, pelos agricultores nas boas práticas do seu dia a dia, e na agricultura em geral. Quanto mais eficazes e sustentáveis forem os produtos e as soluções que se consigam encontrar, maior será o impacto do InnovPlantProtect na comunidade agrícola e na sociedade em geral. Como nota final, gostava de dar os parabéns ao InnovPlantProtect, nomeadamente, ao seu Conselho de Administração e ao seu diretor executivo, Pedro Fevereiro, pelo enorme trabalho que já foi desenvolvido até aqui, avançando com resultados científicos, enquanto continuam numa luta de construção e de implementação do laboratório em si. Apesar de todas as dificuldades, os resultados já são muitíssimo interessantes e gostava de deixar os parabéns a toda a equipa. n
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