BA5 - Agriterra

7 EDITORIAL Depois de ano e meio de pandemia, com eventos e certames suspensos no seu formato físico, o segundo semestre de 2021 está a ser marcado pelo regresso das grandes feiras agrícolas em Portugal. Em setembro, a Agroglobal e a Agro (Braga) provaram-no. De Valada do Ribatejo à cidade dos Arcebispos, empresas, acade- mia e agricultores demonstraram estar ávidos de abraços, emo- ções e partilha de conhecimento. Isso mesmo comprovou a re- vista Agriterra nos dois certames onde marcou presença. Nesta edição, contamos-lhe tudo o que por lá se passou, damos-lhe a conhecer as novidades, produtos, soluções e tecnologias que o mundo agrícola levou a ambas as feiras. Aconteça o que acon- tecer, o novo ano é tido como um momento de relançamento de um setor que, apesar de nunca ter parado, também sofreu um impacto económico considerável. Ânimo foi a palavra mais ouvida pelos empresários e agentes agrícolas portugueses nas duas feiras. Mas este reencontro ficou também marcado pelo momento decisivo que implica a nova Política Agrícola Comum (PAC) e os seus impactos para Portugal, numa altura crítica, e em que decorre no nosso País a consulta pública bem como a discussão sobre os principais pontos do PEPAC - Plano Estratégico da PAC 2023-2027. O périplo de auscultação e partilha de contributos por parte da tutela, de norte a sul do País, já está emmarcha. E, neste sentido, debater e preparar o dossier é fundamental, e é essencial que todo o setor possa ser ouvido em relação ao que realmente importa. Veremos se assim será. O Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) tem um papel decisivo no que respeita à PAC, e que se consubs- tancia na atividade in loco dos agricultores e, naturalmente, dos seus investimentos. É por isso que, nesta edição, partilhamos com os nossos leitores uma entrevista com João Carlos Mateus, presidente do IFAP. O responsável fala dos desafios que se colocam ao Instituto (en- quanto entidade pagadora), e reflete sobre o papel essencial que desempenha no bom funcionamento do setor, nomeada- mente no âmbito da PAC. Fique a par de toda a atualidade que marca a maquinaria agrí- cola em Portugal, com destaque para a inauguração do novo showroom da Vinomatos, em Ourém, e que assinala a come- moração dos 25 anos da empresa no nosso País. Na última edição do ano conte ainda com vários artigos sobre grão-de-bico (uma cultura alternativa e rentável), agricultura de conservação (com um exemplo de experimentação em Portu- gal, o projeto CAMA) e um trabalho sobre a importância das er- vas aromáticas, um nicho setorial que vai ganhando terreno ain- da que paulatinamente. A Agriterra regressa em 2022. Até lá, bons negócios e já sabe, conte connosco para comunicar as suas soluções e produtos! Feiras agrícolas: setor anima e espera um 2022 com bons indicadores Olival: UÉvora integra rede europeia de certificação de biodiversidade Através da Universidade de Évora (UÉ), Portugal passa a integrar uma rede europeia que visa implementar um certificado de integração da biodiversidade na gestão dos agroecossistemas, nomeadamente a do olival. É no contexto do projeto 'Olivares Vivos +', financiado pelo Programa LIFE na área de Natureza e Biodiversidade, que Portugal passa a integrar uma rede de países euro- peus que vai testar e implementar um novo certificado que garanta a integração da biodiver- sidade na gestão dos agroecossistemas. JoséM. Herrera, coordenador do Grupo de Investigação em Biodiversidade e Alterações Climáticas no Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da UÉ, adianta que o principal objetivo é “desenvolver um certificado que garante o compromisso dos olivicultores com a conservação da biodiversidade”, para tal, “será testado o impacte das práticas agrícolas na biodiversidade, bem como a eficiência de diferentes atuações destinadas à sua conservação, nomeadamente, o incremento da disponibilidade de refúgios artificiais para a fauna vertebrada e invertebrada”. José Herrera sublinha ainda a importância de “valo- rizar o papel da biodiversidade na sustentabilidade dos sistemas agrícolas, e providenciar aos agriculto- res um certificado que garanta o seu compromisso com a biodiversidade e os serviços derivados da sua conservação”. Os investigadores esperam ainda “contribuir para uma maior resiliência e resistência, face às alterações climáticas, do olival, uma cultura- chave para a economia da Europa mediterrânea em geral e de Portugal em particular”, recorda o investigador. O projeto denominado por 'Olivares Vivos +' (LIFE20 NAT/ES/001487) conta com a participação de qua- tro países europeus, com particular relevância na cultura da oliveira, nomeadamente Espanha, Itália, Grécia e Portugal.

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