BA5 - Agriterra

MECANIZAÇÃO 62 UTILIZAÇÃO DO VIBRADOR DE TRONCO PARA COLHEITA MECÂNICA DE PINHA Anacleto Cipriano Pinheiro a , Bernardo Bento b , Ana Cristina Gonçalves a a Departamento de Engenharia Rural, Escola de Ciências e Tecnologia, Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), Instituto de Investigação e Formação Avançada, Universidade de Évora, Apartado 94, 7002-544 Évora. b Coordenador Operacional Regional na empresa Afocelca - Celbi/Leirosa, 3081-853 - Figueira da Foz Avaliação do desempenho em trabalho de campo na campanha de 2019/2020. Tradicionalmente, a colheita da pinha de pinheiromanso é efetuadamanual- mente, com a subida às árvores. A esta operação estão associados riscos (subida às árvores, numa época do ano com precipitação e humidade relativa elevada tornando o fuste e os ramos das árvores escorregadios) e dependência de mão-de-obra. Pelo exposto têm vindo a ser desenvolvidos equipamentos que permitem a sua colheita mecânica. Em Portugal, o grupo de mecanização agrícola da Universidade de Évora foi pioneiro no desenvolvimento de um equipamento de colheita mecânica da pinha, no âmbito do projeto Agro 200 'Colheita Mecânica da Pinha (Pinus pinea L.) '. 1. INTRODUÇÃO Os ensaios realizados pelo grupo de mecanização agrícola da Universidade de Évora com o equipamento desen- volvido permitiram demonstrar a sua eficiência, dando origem a um conjunto de publicações quer de divul- gação quer científicas (e.g., Pinheiro et al. , 2003 a, b; Pinheiro et al, 2005; Barriguinha, 2004; Gonçalves et al. , 2016; Gonçalves et al. , 2017). O pinheiro manso (Pinus pinea L.) , em Portugal tem muito interesse pois o fruto, o pinhão, tem grande procura no mercado nacional e internacional, com um elevado valor acrescentado. Para os produtores, uma das vanta- gens da produção de pinha é o facto de ter uma produção anual, enquanto no setor florestal, a generalidade dos rendimentos temperiodicidade longa. A área de ocupação do pinheiromanso no território nacional aumentou, de acordo com o último inventário nacio- nal florestal de 2015. Apresenta uma área total de ocupação de 193,6 mil ha, representando 6% do território, com um acréscimo de área de 2005 para 2015 de cerca de 28,9 mil ha (IFN6, 2019). O pinheiro manso é frequente- mente conduzido em povoamentos abertos, para promover o crescimento livre da copa e a produção de pinha permitindo, igualmente, que o subco- berto seja utilizado como pastagem para a produção animal. Diversos autores têmobservado grande variabilidade espacial e temporal na produção de pinha (Gonçalves et al. , 2016, 2017; Mutke et al. 2005). Esta variabilidade está associada à estru- tura do povoamento (e.g., densidade, distribuição espacial), à qualidade da estação, ao vigor das árvores, ao estado sanitário e aos fatores climáticos. Para o mesmo povoamento a precipitação anual e a temperatura, assim como a sua distribuição anual condicionam a produção anual de pinha (Mutke, et al. , 2005). Esta espécie temna época de colheita pinhas com três idades diferentes (Figura 1): pinhas maduras com três anos, pinhas não maduras com dois e pinhas com um ano de idade (Mutke, et al . 2005). O desafio que se coloca à colheita mecânica da pinha, mas que também está presente na colheita manual, é remover apenas as pinhas maturas para não comprometer as produções dos dois anos seguintes (Barriguinha, 2004). Os desafios na colheita mecânica da pinha de pinheiromanso, para alémdo descrito, estão associados ao desenvol- vimento de um equipamento flexível que permita atingir boa eficiência de

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