BA5 - Agriterra

58 REPORTAGEM ANTÓNIO MARTINS BONITO: O AGRICULTOR QUE RASGA HORIZONTES DE TRÁS-OS-MONTES AO ALENTEJO A pandemia não permitiu ainda que pudéssemos conversar fisicamente. Mas, na longa conversa que tivemos com António Martins Bonito, percebemos, desde o primeiro instante, que este não é apenas mais um agricultor. No seu percurso e nos projetos que tem atualmente em mãos, corre-lhe nas veias o empreendedorismo e a ousadia de arriscar, sem medos, em vários setores da agricultura portuguesa. De Trás-os Montes ao Alentejo, fomos conhecer as culturas e explorações em que aposta, entre elas, o olival, o amendoal, os cereais, proteaginosas e a pecuária. E não tem dúvidas: a valorização da produção é um dos principais desafios do País agrícola. Ana Clara “A agricultura fez demim aquilo que eu sou hoje, quer enquanto profissional agrícola, quer na parte ligada à Academia”, começa por dizer António Bonito, que nasceu no Alentejo, freguesia da Urra, concelho de Portalegre, em 1971. Marcado, desde sempre, por uma tradição familiar (com avós ligados ao setor) que carrega com orgulho na herança pre- sente, é Mestre em Agricultura Sustentável e especialista em Tecnologias de Produção Agrícola, tendo iniciado a sua ativi- dade profissional numa organização de âmbito nacional na área da Política Agrícola Comum (PAC). Talvez por isso, é com emoção e a voz embargada, que faz uma pausa na conversa para recordar o seu avô Agostinho, do lado materno da família. “Se eu hoje sei de Agricultura, foi porque o meu avô me transmitiu muita coisa”, recorda. Formado em Ciências Agrárias na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, em 1992, é hoje um empresário de sucesso, com explorações desde Trás-os- Montes ao Alentejo. "A seguir, estagiei na Estação Nacional de Melhoramento de Plantas e fui trabalhar para a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), como técnico agrícola, nos Centros de Informação Rural, que viram a luz do dia no início dos anos 90", lembra o agricultor, que esteve na CAP até 2008, já fazendo nessa altura o caminho paralelo enquanto agricultor. "Nessa António Martins Bonito.

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