BA5 - Agriterra

ENTREVISTA 22 tores no cumprimento dos objetivos da UE, em linha com o Pacto Ecológico Europeu e com as suas Estratégias 'Do Prado ao Prato' e de Biodiversidade para 2030. Todos os Estados-membros estão envolvidos e consciencializados. A nova PAC reflete isso mesmo, espelhando a urgência da proteção da biodiversidade e do uso eficiente dos recursos, mantendo, em simultâneo, o foco na garantia de produtos seguros e de qualidade, a um preço justo para os consumidores e que assegurem um rendimento justo aos produtores. Para 2022, é possível adiantar valores totais que irão ser disponibilizados? Tendo presente que 2021 e 2022 são anos em que vigo- ram as disposições transitórias das regras do período de programação 2014-2020, estimamos, para 2022, ummon- tante de pagamentos na mesma ordem de grandeza dos pagamentos de 2021, aos quais irão acrescer os montan- tes decorrentes da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O agroalimentar tem tido uma evolução positiva com as exportações a demonstrarem também uma grande oportunidade para a economia nacional e, claro, para as empresas. Nesta matéria, con- sidera que o papel do IFAP também é decisivo? Como antevê o próximo ano em termos de expor- tações, depois de um período difícil de ano e meio de pandemia e de alguma retração de consumo e comércio mundial? A resiliência do setor também se evidencia, sem dúvida, nas exportações. No primeiro semestre de 2021, o com- plexo agroalimentar regista um aumento de 8,4% nas exportações, em relação ao período homólogo. Sendo o IFAP o organismo pagador que, para além de efetuar os pagamentos, necessita de controlar a sua correta execução, terá sempre um papel determinante no bom funcionamento do setor agroalimentar. Contudo, subli- nho: o sucesso deve-se, acima de tudo, às pessoas que, diariamente, trabalham para e pelo setor. Conscientes do impacto da nossa missão e procurando corresponder às expectativas do setor, vamos continuar a agilizar os diversos processos e a garantir os pagamentos nos prazos assumidos, pois sabemos que a previsibilidade é essencial à manutenção do crescimento da Agricultura. Um crescimento que, na minha opinião, vai continuar a acontecer. Por fim, como encara a próxima década para a agricul- tura portuguesa e que desafios e constrangimentos considera serem prementes ter em conta? O mundo está a mudar muito depressa. E são mudanças profundas, que vão determinar o nosso futuro. Contudo, apesar dessas mudanças, o setor agroalimentar tem, e continuará a ter, um papel decisivo. Importa não esquecer: somos o que comemos. E só conscientes do impacto das nossas escolhas, não só na nossa saúde e bem-estar, mas também no contexto em que nos inserimos, poderemos responder aos desafios que se adivinham. É essencial procurarmos produzir e consumir de forma cada vez mais sustentável, contribuindo para uma ges- tão ativa e equilibrada do território. Aliás, foi por isso que o Ministério da Agricultura lançou, em 2020, a Agenda de Inovação para a Agricultura 20|30 – Terra futura. E é também tendo estes objetivos em vista que o Ministério está a trabalhar no desenho do Plano Estratégico da PAC (PEPAC). O Ministério da Agricultura e, claro, todos os seus orga- nismos, incluindo o IFAP, vão mobilizar todos os esforços para que esta agenda e o próximo PEPAC representem uma resposta robusta aos desafios que vamos enfrentar e, em simultâneo, oportunidades na construção de um futuro ainda melhor. 

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