BA4 - Agriterra

85 ABACATE | ESTUDO área, que representa cerca de 3,2% da área de culturas permanentes e 1,8% da Superfície agrícola utilizada da região, distribui-se de forma muito diferenciada na região, (…) Como se pode verificar, os municípios de Silves, Tavira e Faro são responsáveis pela maioria (68%) da área de produção”. De acordo como estudo, a alfarrobeira mantém o primeiro lugar nas culturas permanentes do Algarve, represen- tando a maior área plantada na região (13.584 hectares), seguida dos citrinos (13.269), do olival (9.409), de outros frutos secos (7.524) e da amendoeira (5.004). Por seu lado, a vinha, com 1.513 hectares, é a única que ocupa menos área que o abacateiro. “Os atuais 1.833 hectares (ha) da cultura de abacates no Algarve vão gerar 40 milhões de euros anuais para a região de Valor Acrescentado Bruto (VAB). Atualmente, mesmo sem todos os pomares estarem no chamado ano cruzeiro de produtividade, essa con- tribuição é já de 20 milhões de euros para a economia anual da região”, des- tacava o comunicado de imprensa da AlgFuturo. NECESSIDADES ÁGUA DO ABACATE EQUIPARADAS A OLIVEIRA, CITRINOS E ROMÃ “Num dos temas mais relevantes no debate sobre a cultura dos abacates no Algarve – o da água – o estudo indica que a água utilizada por esta cultura é, emmédia, 6.500 m 3 /ha por ano, o que é semelhante à média das culturas dominantes, nalguns casos aindamenos”, adiantava o comunicado. Quanto às necessidades de rega, o abacateiro está, assim, equipa- rado às culturas do olival, citrinos ou romãzeiras, enquanto as nogueiras, amendoeiras e diospireiros precisam de mais água, conclui o estudo. O comunicado da AlgFuturo desta- cava ainda que “o estudo da Agro.Ges recomenda que o abacate seja uma opção estratégica e importante do desenvolvimento agrícola da Região do Algarve, incluindo os seus produtores nos processos de decisão, planeamento e abordagem às soluções para os pro- blemas que o futuro possa guardar”. O estudo foi coordenado pelo pro- fessor Francisco Avilez, responsável pela coordenação técnica, científica e metodológica da Agro.Ges e ela- borado por Miguel Vieira Lopes, que fez a apresentação do documento. (Veja o artigo de Opinião do autor do estudo, neste dossier). n MARCA ‘ABACATE DO ALGARVE’ AVANÇA A marca coletiva ‘Abacate do Algarve’ avançou em julho, depois de ter sido anunciada em junho por Ana Soeiro, diretora executiva da asso- ciação Qualifica/oriGIn, à margem da apresentação do estudo sobre aquela cultura na região. Amarca, que vai ser gerida pela AlgFuturo, implica o cumprimento de um conjunto de regras por parte dos produtores, que incorrem em penaliza- ções caso não cumpram as especificações previstas, adiantou Ana Soeiro. “Para registar uma marca tem que haver um conjunto de regras. Temos que ter um caderno de especificações que torne específico a que é que se pode chamar abacate do Algarve”, referiu, acrescentando que a cultura tem de “ser feita em boas condições, de sustentabilidade”, que implicam “não delapidar água, não delapidar energia, não degradar o solo”, havendo mecanismos de controlo para verificar se as regras são cumpridas. Ana Soeiro, que também é vice-presidente para a Europa do movimento oriGIn, entidade responsável por atribuir na União Europeia a deno- minação de origem ou geográfica a produtos alimentares, frisou que apesar deste primeiro passo, “não estão ainda reunidas as condições” para a eventual criação de uma Indicação Geográfica Protegida (IGP). “O estudo da Agro.Ges recomenda que o abacate seja uma opção estratégica e importante do desenvolvimento agrícola da Região do Algarve

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