BA4 - Agriterra

João Geada, produtor de tomate de indústria afirma que o preço do tomate já subiu “mas não é suficiente para colmatar o aumento dos custos, que rondam os 8.000€/ha, pelo que cerca de 100 ton da produção são só para a despesa”. 100 TOMATE tar evitar esse cenário, investindo em tecnologia. “Gasto uma fortuna, cerca de 30 mil euros por ano, em sondas e outros equipamentos, da NEC, por exemplo, para um sistema de alerta que permite fazer tratamentos pre- ventivos e apenas quando e onde é necessário, reduzindo o uso de pro- dutos fitofarmacêuticos, o que me permite produzir commenos resíduos e poupar muito dinheiro”, explica o agricultor. Além disso, faz rotação de culturas “para que não se criem resistências”. João Geada conta-nos ainda que “no telemóvel tenho acesso a todos os pontos de rega, que é feita por fita. O sistema de fertirrega programa aplicações de microdoses de adubo líquido durante períodos de tempo específicos todos os dias, para que a planta absorva o máximo e não haja lixiviação”. João Geada refere ainda que o preço do tomate já subiu “mas não é sufi- ciente para colmatar o aumento dos custos, que rondam os 8.000€/ha, pelo que cerca de 100 ton da produ- ção são só para a despesa”. TOMATE FRESCO: A APOSTA É NA PRODUÇÃO E EM CONTRACICLO E EM PARCERIAS COM ESPANHA No Oeste, a HortoMaria tem 20ha de estufas de tomate, principalmente tomate cacho, “porque é o que nos dá maismargemna colheita, sendo colhido e logo colocadonas caixas,mantendo-se maduro durante mais dias, com uma maior duração na pós-colheita”, explica o sócio-gerenteda empresa. PauloMaria refere aindaque “o consumidor também começa a preferir o tomate cacho por- que está ‘maduro e rijo’”, tendo aptidão para multiusos culinários. O produtor afirma que "com a preo- cupação crescente dos consumidores em fazerem uma alimentação mais saudável tem crescido o consumo do tomate mais vermelho, logo commais licopeno emais sabor, e como o tomate cacho tem longa vida, tem sido, cada vez mais, o preferido”. Paulo Maria produz também tomate chucha e de salada, este em ar livre, mas “cada vez menos, porque tem mais custos: tem de ser escolhido e calibrado no armazém e quando amadurece fica mole, por isso o con- sumidor também já não opta muito por este tomate”. Além disso, tem ainda produção de algumas variedades ‘tradicionais’, como, por exemplo, o tomate ‘maravilha’, com muitos lombos ou ‘pata de elefante’”, que são tomates mais maçudos, com mais polpa, idênticos ao ‘coração de boi’ e ao ‘saloio’. Como a produção do tomate para consumo em fresco é feita maiorita- riamente em estufa e em hidroponia, os problemas sanitários são muito menores e conseguem-se resolver, principalmente, com luta biológica. “Umdosmaiores problemas que temos é a tuta e para o resolver usamos três técnicas combinadas: luta biológica – largada de auxiliares (predadores); confusão sexual – feromonas; e uso de inseticida biológico à base de bacillus thuringiensis , conta-nos Paulo Maria. “Espanha já tem os canais de distribuição e assim, vem comprar o tomate nacional, de reconhecida qualidade, quando não consegue produzir”, Paulo Maria

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