BA3 - Agriterra

56 MILHO “80% da viabilidade do milho depende do preço” “O principal desafio dos produtores de milho é a instabilidade do mercado mundial… diria que 80% da viabilidade do milho depende do preço”, e o valor indicado como “preço justo do milho andará em torno dos 200€/ton”, para ser empresarialmente rentável, diz à Agriterra Rui Veríssimo Batista. Emília Freire O milho é uma commodity e o agri- cultor está “sujeito ao preço mundial sem qualquer capacidade de inter- venção”, por isso, sublinha o produtor da Herdade dos Conqueiros, “a única abordagem possível, quando se tra- balha com uma commodity , é ser muito bom naquilo que se faz, contro- lando os custos. E nem estou a falar dos equipamentos, mas sim da apli- cação dos produtos, da quantidade de semente, água e agroquímicos, porque é a única variável que pode- mos controlar”. No entanto, Rui Batista defende que “o principal desafio dos produtores de milho é a instabilidade do mer- cado mundial… diria que 80% da viabilidade do milho depende do preço”, e o valor indicado como “preço justo do milho andará em torno dos 200€/ton”, para ser empresarialmente rentável. Ou seja: “Podemos ser muito, muito eficientes, mas se o milho vier para os 160 ou mesmo 180€/ton a viabilidade torna-se difícil”. Se o preço se mantiver em torno dos 200€/ton, o produtor diz-nos que “o break even, nas minhas condições, andará em torno de uma produção de 13 ton/ha e de 10-11 ton/ha se reti- rarmos as amortizações”. Para controlar os custos e todos os fatores de produção, “o uso mais ‘intensivo’ da agricultura de preci- são é fundamental nestas culturas que têm uma utilização mais forte de capital, precisamente porque temos de ser totalmente eficientes”, salienta. O agricultor explica que usa “a agri- cultura de precisão na mecanização, tratamento das matérias com os auto- guiados, que é o mais normal, mas muito na gestão da rega, controlo sanitário da cultura e de infestantes”, sublinhando que privilegia ferramentas simples, “porque um dos problemas da agricultura de precisão é que, se com a mão-de-obra que temos, inten- sificamos muito a complexidade dos equipamentos, criamos problemas de equilíbrio entre o utilizador e a ferra- menta, mas há ferramentas que são muito fáceis de usar e muito úteis”, adianta o agricultor. Mas, frisa Rui Batista, “o problema na agricultura de precisãonão são os dados, mas o tratamento destes dados, por isso tenho prestadores de serviços

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