BA3 - Agriterra
48 REGADIO Futuro passa pela gestão sustentável da água A água é fundamental para a capacidade produtiva da agricultura, ainda mais com os efeitos das alterações climáticas, que já se sentem. Mas só com uma gestão sustentável, com a eficiência que a tecnologia permite, é possível regar só mesmo o necessário. Analisando o estado do regadio em Portugal, focamos este trabalho em Alqueva e no 'Projeto Tejo'. Ana Clara e Emília Freire “Alqueva está em pleno”, assegura o presidente da EDIA, acrescentando: “Na primeira fase, foram construídos 119 mil hectares, sendo que a EDIA explora diretamente 108 mil hectares e estaremos, até ao final deste ano, commais dez mil novos hectares prontos para regar”. Foto: EDIA. Sabemos que o regadio permite pro- duzir emmaior quantidade e, assim, alimentar uma população mundial crescente. Mas todos, os agricultores mais ainda, temos consciência que a água é um recurso escasso que tem de ser usado com parcimónia. José Núncio, presidente da Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg), já tinha explicado à Agriterra (no âmbito do artigo sobre os desafios da nova PAC, na edição nº 2) que “o regadio é determinante para o nosso País conseguir ter uma agricultura economicamente sustentável (com produções pelo menos cinco vezes superiores à agricultura de sequeiro), para além de ser fundamental para podermos responder aos desafios da segurança alimentar (aumento de 70% da produção vegetal e ani- mal, até 2050)”. Nesta edição, também Luís Mira – administrador do Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em repre- sentação da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) –, em entrevista de antecipação da Feira Nacional da Agricultura (FNA21), cujo tema este ano é precisamente a ‘Água’, sublinha que “o desafio da Água é ful- cral para a agricultura e é um tema que preocupa todos os cidadãos” e que “a sua utilização é um fator deter- minante na capacidade produtiva de toda a agricultura”, defendendo que “na área do regadio, importa investir, melhorar e utilizar o conhecimento científico, para que a tecnologia da rega seja cada vez mais eficiente e atinja o ponto ideal de disponibilizar ape- nas a quantidade de água necessária”. Mas Luís Mira advoga igualmente que “precisamos também de aprofundar o conhecimento sobre o reaprovei- tamento de água no setor agrícola, sobre como armazenar mais água, sobretudo para salvaguardar os perío- dos de carência, que têm sido mais frequentes nos últimos anos”. É neste armazenamento, nomea- damente no 'Projeto Tejo' e no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), que nos vamos focar.
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx