BA3 - Agriterra

39 FITOSSANIDADE total gerado pela produ- ção vegetal no mesmo ano, respetivamente. De notar que o impacto económico de perda de 257milhões de euros em MB resulta do somatório das três fileiras que se mantêm em produção, vinha, olival e pera e, adi- cionalmente, da totalidade da margem bruta atual- mente gerada pelas duas fileiras que deixamde ser viáveis, epor issodeixariam de existir. Particularmente no caso da vinha para produção de vinho, as perdas ocorrem não pela perda de produtividade, uma vez que existem produtos alternativos para os inimigos das culturas a com- bater que não são considerados em risco de retirada do mercado, mas sim pelo elevadíssimo aumento de custos. O custo das alternativas e, em alguns casos, o aumento das necessidades de aplicação são, assim, os responsáveis pela quebra na rentabilidade. Quanto ao olival, o efeito é manifes- tamente diferente entre os olivais modernos, regados e explorados em sebe ou em copa, e os tradicionais, mais robustos e menos produtivos, se no caso dos últimos o impacto é nulo (ou reduzido) no caso dos olivais modernos o impacto é muito subs- tancial, tanto pela via do aumento dos custos de operação como pela redução da quantidade e valor da produção. FILEIRAS DO MILHO-GRÃO E DO TOMATE DE INDÚSTRIA PODERIAM DESAPARECER Em suma, das cinco fileiras estudadas, pode-se concluir que, se fossem retira- das as substâncias ativas consideradas em risco de retirada, ao dia de hoje, as duas culturas anuais milho-grão e tomate para indústria, provavelmente desapareceriam e que as três fileiras baseadas em culturas permanentes continuariam a ser viáveis, mas com perdas muito significativas. “Mas mais do que isso: note-se que as culturas analisadas no estudo representam apenas 1/3 da produção vegetal em Portugal, pelo que o impacto poderá ser muito maior”, referiu António Lopes Dias, diretor executivo da ANIPLA, na apresentação oficial do estudo. O perigo que a agricultura portuguesa enfrenta pela ameaça à sua competitivi- dade e, consequentemente, significativo impacto quer a nível económico, quer a nível social, é real e muito sério, pondo emcausa a segurança alimentar, decor- rente da menor autonomia, e é por isso que, “aquilo que nos preocupa é o verdadeiro paradoxo entre a reali- dade do setor e as metas definidas pela Comissão Europeia, assimcomo a ausência de base cientifica para a pro- posta de reduzir em 50% o uso destas substâncias. Como é que chegamos a esta percentagem?”, questionou. “A indústria aceita, compreende e abraça os propósitos da Estratégia, queremos é ter certezas, métodos viá- veis e estratégias adaptadas a cada Estado-membro, numa conversa aberta, em que todas as metas e deci- sões sejam estabelecidas com base num fator fundamental, a ciência”, concluiu António Lopes Dias. A apresentação do estudo decorreu no âmbito de umwebinar onde repre- sentantes das várias fileiras intervieram, comentando os resultados deste tra- balho, apresentado por Miguel Vieira Lopes, da Agro.Ges. n 11 CENÁRIO DE VARIAÇÃO DAS MARGENS BRUTAS, EM TERMOS NACIONAIS, PARA AS VÁRIAS FILEIRAS (*) 0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -11,8 M€ -37,4 M€ -151 M€ -23 M€ -33,9 M€ -257,4 M€ Milho Grão Olival Vinha Pêra Tomate indústria Total (*) considerando que as culturas não viáveis são abandonadas De notar que o impacto económico de perda de 257 M € em MB resulta do somatório das três fileiras que se mantêm em produção, vinha, olival e pêra, e, adicionalmente da totalidade da margem bruta actualmente gerada pelas duas fileiras que deixam de ser viáveis, e por isso deixam de existir. M€ © Estudo de Impacto Económico pela retirada de Substâncias Ativas para Culturas Chave em Portugal ANIPLA - Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas O Sumário Executivo do Estudo, bem com o Estudo Completo e o Vídeo do webinar de apresenta- ção estão disponíveis em: https://anipla.com/estudoanipla2020/ O perigo que a agricultura portuguesa enfrenta pela ameaça à sua competitividade e, consequentemente, significativo impacto quer a nível económico, quer a nível social, é real e muito sério

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