BA3 - Agriterra

37 FITOSSANIDADE INPP APOSTA EM SOLUÇÕES BIOLÓGICAS A procura de soluções inovadoras e sustentáveis para a proteção das plantas é também a missão do InnovPlantProtect (InPP), um labora- tório colaborativo criado por iniciativa da Universidade Nova de Lisboa, associando 12 instituições públicas e privadas (Universidade de Évora, INIAV, Câmara Municipal de Elvas, Bayer Crop Science, Syngenta Crop Protection, Fertiprado, CEBAL, Casa do Arroz, Anpromis, ANPOC e FNOP). Pedro Fevereiro, diretor executivo do InnovPlantProtect, explica à Agriterra que “os produtos a desenvolver pelo InPP têm de ser mais sustentá- veis e amigos do ambiente, pelo que terão de ser de origem biológica e ser específicos para o problema em questão. A finalidade do InPP é criar soluções baseadas no conhecimento já existente e explorando, em particular, a informação genómica sobre as pragas e doenças. Os recursos digitais do InPP serão utilizados para desenvolver modelos de previsão de disseminação de pragas e doenças emergentes e para análise de risco”. Neste momento o InPP tem em curso os seguintes projetos: 'Desenvolvimento de um biopesticida para controlar a Xylella in planta; Desenvolvimento de uma estratégia molecular para controlo da esten- filiose na pera rocha; Identificar alelos de trigo panificável resistentes à ferrugem amarela e mobilizá-los para as variedades desejadas; Desenvolvimento de ferramentas com base em Sistemas de Informação Geográfica para ajuda na tomada de decisão pública e privada para análise de evolução e controlo de pragas e doenças; e Desenvolvimento de um sistema de deteção precoce baseado em Inteligência artifi- cial e sensorização remota do declínio de sobreiros e azinheiras por Phytophthora em ecossistemas de montado', refere Pedro Fevereiro, adiantando que estão também em preparação vários outros projetos, como o 'Desenvolvimento de um biopesticida para controlar a piricula- riose no arroz; e o Desenvolvimento de uma estratégia molecular para prevenir a Gafa no olival'. O colab presta também um conjunto de serviços laboratoriais e digi- tais que permitirão aos produtores agrícolas melhorar a sua eficiência. A responsável da Syngenta afirma ainda que “os produtos biológicos (biocon- trolo e bioestimulantes), combinados com tecnologias digitais de apoio à decisão (programas de monitoriza- ção de pragas e doenças e de apoio ao posicionamento dos tratamentos), são ferramentas em que a Syngenta, como empresa de investigação e desen- volvimento, está a apostar”. Noque respeita a soluções comoo cobre e o enxofre, classicamente posiciona- das para uso em modo de produção biológico, a Syngenta dispõe “de pro- dutos como o Thiovit e o Cuprocol, e mais recentemente, o Cuprantol Duo (fungicida cúprico), e vamos continuar a investir neste segmento”. Maria do Carmo Pereira lembra que “outro segmento demercado bastante representativo são os Bacilus : em 2020 lançámos o Costar (bioinseticida à base de Bacillus thuringiensis para con- trolo de lagartas de lepidópteros) e esperamos apresentar ao mercado português ainda este ano o Taegro (biofungicida à base de Bacillus amy- loliquefaciens ), aguardando que nos seja concedido o registo para uso em agricultura biológica”. Enquanto “no segmento da captura emmassa, emabril, lançámos o Karate Trap (armadilha para captura mosca- -do-Mediterrâneo) para uso em citrinos e outras fruteiras e estamos a avaliar este tipo de tecnologia para outras culturas como por exemplo o olival (controlo da mosca da azeitona)”. A responsável da Syngenta informa ainda que a empresa dispõe de “três caminhos para fortalecer o nosso port- folio de soluções biológicas: acordos com empresas terceiras para acesso a novos produtos (captura emmassa, bioestimulantes, entre outros) no curto prazo (dois a três anos); investigação em colaboração com outras empresas (ex: parceria com a DSM) para obter soluções a médio e longo prazo; e acordos com a indústria farmacêutica (ex: Novartis) que pode ser o berço de muitas e boas soluções alternativas para proteção das culturas”. Por último, defende que, “a par do portfólio (produtos), há a necessidade de um trabalho intenso de aproxima- ção da indústria ao setor – distribuição, agricultores – no sentido de informar, esclarecer e formar, porque as bio- soluções têm um perfil, utilização e performance distintas dos fitofármacos convencionais”, lembrando iniciativas como a Operation Pollinator. Maria do Carmo Pereira considera também que “os requisitos no futuro vão além da proteção das culturas, exigem uma visão de 360º. O grupo Syngenta detém uma empresa de sementes hortícolas e a nossa visão passa por integrar soluções” e “esta nossa visão de 360º passa por um compromisso com a agricultura sus- tentável, através do The Good Growth Plan”, conclui. n

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