BA3 - Agriterra

OLIVICULTURA | PODA 21 Os resultados obtidos permitiram a definição de uma estratégia de poda que reduz os custos e mantém a capa- cidade de produção de azeitona (Dias, 2006). Esta estratégia consiste numa sucessão de três intervenções de podamecânica com periodicidade dependente das condições do meio onde o olival se encontra instalado, requerendo uma intervenção de poda manual comple- mentar uma dois anos após a segunda intervenção mecânica (Fig. 2). Esta estratégia foi validada em ensaio com 15 anos de duração realizado na Herdade da Torre das Figueiras, em Monforte (Dias et al. , 2014), num olival tradicional da variedade Blanqueta. PODA MECÂNICA EM OLIVAIS INTENSIVOS A maior densidade de plantação (200 a 400 árvores por hectare), as melhores práticas culturais, nomeadamente a disponibilidade de água para rega, leva a que as oliveiras adquiram grandes volumes de copa, as quais não podem crescer de forma ilimitada, obrigando a maior frequência nas intervenções de poda. Tendo em conta a necessidade de reduzir custos de produção, bem como fazer face às dificuldades em dispor de mão-de-obra, a avaliação da poda mecânica em olivais intensivos mereceu, igualmente, a atenção do grupo de mecanização do DER. Tal como se verificou nos olivais tra- dicionais, a utilização da máquina de podar de discos nos olivais intensivos permite reduzir os custos de poda, o tempo de execução e manter a capacidade produtiva (Dias et al. ,2011; Dias et al. ,2018), o que leva a que se possa inferir que a estratégia de poda definida para os olivais tradicionais tem aplicação nos olivais intensivos. Tratando-se de olivais regados, terá de se utilizar a menor periodicidade nas intervenções de poda mecânica indicada na figura 2, para manter con- trolado o volume de copa. Quando o volume de copa começar a ser limi- tante poderá ser necessário efetuar cortes nas faces lateral (' Hedging ') da copa (Fig. 3). PODA MECÂNICA EM OLIVAIS EM SEBE Neste tipo de olival, as intervenções de poda realizam-se anualmente de forma seletiva praticando-se a poda manual assistida mecanicamente (Fig. 4). A necessidade de podar todos os anos, o elevado número de plantas por hectare e a área de olival exis- tente, leva a que a necessidade de mão-de-obra para a realização desta tarefa seja elevada. A grande capacidade de trabalho das máquinas de podar de discos terá contribuído para uma utilização crescente, tendo em vista o controlo da dimensão da sebe, principalmente em altura, com a realização de cortes horizontais na parte superior da copa (Fig. 5). Dias et al. , (2011) verificaram que a realização de Topping permite que a capacidade de trabalho na execução de poda manual, na parte remanes- cente da copa (faces laterais), aumente Figura 2. Estratégia de poda para olivais tradicionais. Figura 3. Corte da face lateral da copa – ' hedging ' - em olival com 400 árvores por hectare.

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