BA3 - Agriterra

18 PODA | OLIVEIRA E AMENDOEIRA anos tem vindo a plantar amendoal na zona de Idanha-a-Nova e que pre- tende chegar os 2.000 hectares. No entanto, o objetivo principal da poda continua a ser o mesmo: dar mais luz aos ramos e folhas para que venham a produzir gomos florais e depois frutos. E, aí, a luz é sempre o fator fundamental, complementado por todo o restante maneio (rega, adu- bação, etc.). O diretor agrónomo da Veracruz salienta que ”tem havido uma grande evolução nos porta-enxertos e no restante material vegetal”, ajudando bastante o trabalho no campo. A maioria dos amendoais da empresa são ainda jovens, por isso “ainda esta- mos a fazer poda de formação, mas há vários a produzir e aí a poda já é quase só mecânica. O fator mão-de-obra – tal como no caso da colheita, aqui não só por haver pouca disponibilidade mas também pelo custo – influencia igual- mente a decisão de avançar para a poda mecânica, nos amendoais em sebe, “preferia só o fazer a partir dos 1,50mt/2mt de altura das árvores, porque a poda mecânica é ‘cega’”, reconhece Nuno Sousa. O diretor agrónomo explica-nos que “usamos a smart tree da Agromillora , por isso a amendoeira não tem eixo definido, deixamos cerca de 50cm de tronco livre e vamos fazendo atarraques sucessivos de 30/40cm, promovendo andares produtivos”. “Fazemos, normalmente, três podas manuais para formar os tais andares, até a árvore atingir cerca de 1,20mt. Se plantamos em abril/maio, no inverno já poderemos ter de fazer uma poda mecânica, dependendo da variedade, porque, por exemplo entre a Avijor, a Lorane e a Soleta, esta última ramifica muito mais. Assim, fazemos atarra- ques aos 30/35cm e aos seis meses já fazemos uma poda mecânica”. Mas o responsável adianta que vão sempre fazendo mais patamares produtivos, cada um com 30/40cm, Os olivais intensivos ou tradicionais, devem ser podados ano sim ano não, para manter o equilíbrio entre folhas e madeira, ramos que possam vir a dar azeitonas no ano seguinte. Foto: Ulrike Leone, Pixabay “até a árvore chegar à altura final de 2,50/2,70mt, normalmente à terceira primavera, altura em que começa- mos a colher as primeiras amêndoas”. Em conjunto com as podas, Nuno Sousa adianta que “também não fazemos adubações muito azotadas para que as árvores não criemmuita madeira”. Entre o amendoal intensivo e em sebe, o diretor agrónomo da Veracruz refere que a sebe entra em produção mais cedo mas que também precisa de muitos cuidados porque “como tem mais densidade, há menor arejamento e maior probabilidade de desenvolver doenças, pelo que, na poda também é preciso ir libertando o interior da árvore”, uma vez que o arejamento e a luz que a planta recebe são fatores fundamentais. n

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