BA22 - Agriterra

GRANDE ENTREVISTA 24 Mas acha que podemos chegar ao ponto de deixar de existir uma PAC? Se cada país definir o que quiser, deixa de ser Política Agrícola Comum. Ou seja, segundo o primeiro 'paper' que a Comissão lançou, a dizer que há um fundo único que junta todos os fundos — Coesão, Agricultura, Fundo Social Europeu e mais uns 200 programas que existem — e supondo que cada país é que divide, depois, esse orçamento, sim, deixa de ser comunitário e passa a ser uma questão com autonomia nacional. Outra questão que nos preocupa, e que transmitimos ao Comissário Europeu Christophe Hansen, é que é necessário que a PAC, que teve uma desvalorização fruto da inflação que se fez sentir nos últimos anos, tenha, no mínimo, uma atualização. Porque o somatório acumulado da inflação nesse período ultrapassa os 20%. No atual contexto geoestratégico global, com a instabilidade política e económica em que o mundo vive e perante uma guerra comercial em curso, em que medida o setor agrícola está a ser afetado? A questão tem que ver com uma perturbação que o presidente dos Estados Unidos veio colocar a nível global, e com a alteração do modelo dos equilíbrios geopolíticos entre os blocos comerciais. Mas essa alteração já existe desde o início da guerra com a Ucrânia, a nível das exportações... Sim, mas o presidente Trump veio baralhar mais as coisas, com um piscar de olhos à Rússia, mas depois dizendo o contrário do que disse… são períodos de grande incerteza. Mas no que toca às exportações, desde que as condições que os EUA nos aplicam sejam as mesmas do resto do mundo, nós só temos de ser competitivos. E eu acredito Mais importante do que ter um fundo à parte é a PAC dispor de um orçamento estanque — um 'ring-fenced' — que garanta que esse dinheiro não possa ser utilizado por outros fundos

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