BA2 - Agriterra
ENTREVISTA 57 Nascido em Londres (Reino Unido), Eric Hansotia cresceu a trabalhar numa quinta de produção de laticínios, no Wisconsin (E.U.A). Na sua juventude fez parte da 4-H (Head, Heart, Hands, and Health – Cabeça, Coração, Mãos e Saúde), organização dos Estados Unidos, administrada pelo Departamento de Agricultura, que agrupa mais de 6,5 milhões de mem- bros dos 5 aos 19 anos de idade, em cerca de 90 000 associações. Também foi presidente de uma divisão local da Future Farmers of America (FFA), outra organização que também capacita e educa a juventude rural. O seu percurso profissional soma já mais de 30 anos e para a sua nova responsabilidade contribui com um amplo conhecimento da indústria, uma sólida visão estratégica sobre as tendências futuras na agricultura global e uma experiência operacional muito diversificada. Desde a sua chegada à AGCO, em 2013, como primeiro vice-presidente de Global Crop Cycle e Fuse Connected Services, liderou iniciativas que contribuem para o sucesso da empresa, como a que se foca na ceifeira-debulha- dora IDEAL e, mais recentemente, como vice-presidente sénior e diretor de operações (COO), liderando os desafios apresentados pelo cenário atual provocado pela Covid-19. Desde 1 de janeiro de 2021 é o CEO da AGCO. Quais serão as primeiras decisões que adotará? Estamos a trabalhar em várias iniciativas cruciais que nos ajudarão a tornar numa organização ainda mais rentável e centrada nos agricultores. Incluem continuar a nossa expansão global da Fendt, renovar as nossas marcas Massey Ferguson e Valtra, impulsionar o crescimento pós-venda, transformar o nosso negócio de cereais e proteínas, devolver a rentabilidade à região da América do Sul e fortalecer o rendimento na área da colheita na Europa e no Médio Oriente. De que modo a pandemia está a afetar e/ou afetou um processo de transformação para quem lidera a gestão de uma grande multinacional como a AGCO? Envolvemos todos os níveis da organização para prote- ger eficazmente os nossos funcionários, distribuidores e clientes contra o novo Coronavírus e, felizmente, as nossas taxas foram aproximadamente 50%mais baixas do que as divulgadas sobre a população em geral. A nossa equipa de logística detetou rapidamente os problemas que o vírus poderia causar na nossa cadeia de abastecimento e rea- giu de forma proativa para mitigar o potencial impacto. A nossa equipa de peças de substituição e pós-venda, pre- cisamente no início da pandemia, fez um grande trabalho para garantir o fornecimento de peças de substituição. Enquanto decorria a época de sementeira no Hemisfério Norte e de colheita no Hemisfério Sul, mantivemos a ope- racionalidade. Impressionou-me muito a forma como todos reagiram para proteger a saúde dos demais e para os ajudar na adaptação à “nova normalidade”. No entanto, as experiências que tivemos até agora não fizeram com que baixássemos a guarda ou nos tornássemos mais com- placentes. Os nossos sistemas e sentidos permanecem num estado de alerta para identificar qualquer alteração ou ameaça que possa afetar a capacidade de cumprirmos as nossas responsabilidades para com os nossos distri- buidores, agricultores e funcionários. Portanto, estamos preparados para nos adaptarmos aos novos desafios que tenhamos de enfrentar. Prevê manter a atual estrutura, com equipas inde- pendentes por marcas e divisões de mercado por critérios geográficos? A AGCO é, na sua essência, uma empresa multimarca e a estratégia não vai mudar. O nosso objetivo é satisfa- zer as necessidades dos nossos clientes agricultores em diferentes regiões geográficas e segmentos de mercado. Que papel e que espaço no mercado reserva para as suas três principais marcas de tratores: Fendt, Massey Ferguson e Valtra? Continuarão a trabalhar com a mesma abordagem usada até agora? Cada uma das nossas marcas tem a sua própria posi- ção distintiva no mercado. A tecnologia Fendt oferece um produto de alta tecnologia, de primeira qualidade, que é fiável, otimiza a produtividade e reduz o custo de propriedade durante a vida útil da máquina. Além disso, tem um grande valor de revenda. A Massey Ferguson ofe- Martin Richenhagen e Eric Hansotia, no stand da Valtra na Agritechnica 2019.
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