BA12 - Agriterra

MAQUINARIA 75 O controlo das ervas daninhas “indesejadas” é uma das principais tarefas que qualquer agricultor, horticultor ou jardineiro tem de enfrentar: o problema das “plantas adventícias“ou”ervas daninhas“sempre foi difícil de compreender e de tratar. Quando falamos de”ervas daninhas“devemos compreender que não existe uma”erva daninha má”, todas elas existem por uma razão; mas é verdade que, por vezes, estas plantas adventícias podem ser um problema para as nossas culturas, porque competem com elas pela luz, água, espaço, nutrientes, etc. Podem também dificultar o trabalho de colheita, prejudicando a qualidade das nossas culturas e, se deixarmos estas plantas livres, são uma fonte de contaminação para os anos posteriores nas nossas parcelas, devido ao banco de sementes que fornecem. Por outro lado, estas “ervas daninhas“têm aspetos”positivos”, porque controlam a erosão, albergam insetos benéficos, fornecempólen e são bioindicadores dos nossos solos, sendomais umcomponente da biodiversidade, que desempenha um papel muito importante namanutenção da saúde do solo e do ecossistema agrícola em geral. É por isso que temos de aprender a geri-las racionalmente e a controlá-las para que não nos prejudiquem, tanto nas nossas culturas como na nossa vida sem elas. A chave reside no equilíbrio e na gestão destas espécies. Desde que o Homem começou a cultivar, têm sido utilizadas técnicas e métodos mecânicos de controlo de ervas daninhas. Atualmente, dispomos de técnicas modernas que não substituem as técnicas de monda química com herbicidas, mas são ferramentas que temos ao nosso alcance e que, planeando uma boa estratégia de gestão com uma abordagem técnica e agronómica, nos podem dar bons resultados em qualquer sistema de cultivo atual, seja ele convencional, de agricultura de conservação ou de produção ecológica. Muitas práticas agrícolas são ditadas pela necessidade de controlar as ervas daninhas e, embora os herbicidas tenham agora substituído muitos métodos tradicionais de controlo das plantas, são necessários métodos mecânicos para tornar o controlo das ervas daninhas mais eficaz e mais económico para o agricultor. Atualmente no nosso país e devido à regulamentação europeia, há cada vez menos materiais ativos no mercado para erradicar as ervas daninhas. Para além disso, com o uso contínuo de herbicidas as plantas estão a tornar-se mais resistentes, pelo que as técnicas de monda mecânica são uma alternativa muito boa, se as soubermos utilizar, combinar e implementar no momento ideal. Com alguns sistemas de produção, como a Agricultura Ecológica, não são permitidos sistemas de herbicidas comuns, pelo que a lavoura superficial é um dos métodos que pode estimular a germinação de sementes e a subsequente remoção física de plantas adventícias do solo através de equipamento mecânico antes da sementeira das principais culturas ou durante o período de crescimento das culturas. Para estes agricultores, é importante conhecer e aprender a utilizar estas técnicas e opções de controlo mecânico, com vista ao sucesso das culturas. Para um agricultor convencional, os sistemas descritos abaixo também seriam eficazes, porque reduziriam a utilização de herbicidas. Grade de dentes flexíveis O objetivo da monda com a grade de dentes (foto 1) é reforçar a cultura e eliminar as plantas adventícias: reduzir as ervas daninhas ao limiar mínimo e dar um avanço à cultura. O objetivo é eliminar as pequenas plantas adventícias que irão competir com a cultura principal no futuro. Esta máquina é constituída por dentes finos (entre 5 e 10 mm). É utilizada em cereais, leguminosas e culturas hortícolas quando estas já desenvolveram uma ou duas folhas e estão enraizadas. Os dentes devem ser impedidos de se deslocarem transversalmente, de Foto 1. Grade de dentes flexíveis.

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