BA10 - Agriterra

63 AGRICULTURA BIOLÓGICA mentos biológicos maioritariamente desenvolvida por estrangeiros, para autoconsumo, e/ou voltada para a exportação, com destino ao mercado dos seus países de origem. A evolução da produção em MPB é reflexo de duas forças predominantes: os apoios das medidas agroambientais e a procura dos consumidores. Os referidos apoios, especialmente a partir de 1997, estão na origem do desenvolvimento das culturas extensivas, como o olival, culturas arvenses e frutos secos e, mais tarde, as pastagens, cujos montantes eram mais atrativos. A procura dos consumidores foi o principal motor, no caso das culturas mais intensivas, como a horticultura, a fruticultura e, em menor grau, a vinha. Em Portugal, a agricultura em MPB está concentrada maioritariamente nas regiões do Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes, tanto em área, como em operadores, uma tendência sempre verificada desde 1994. No conjunto, estas regiões, correspondentes a todo o interior do país, concentram 66,5% dos operadores e 84% da área. As principais culturas no Alentejo e Beira Interior são as pastagens, culturas forrageiras e olival. Em Trás-os-Montes, destaca-se o olival e os frutos secos, sendo ainda nesta região que se localiza a maior área de vinha biológica. Verifica-se o grande dinamismo da apicultura (maior em Trás-os-Montes), com uma taxa de crescimento média anual do efetivo de 51,5%. É uma atividade fortemente dependente do meio envolvente, cuja produção é condicionada pelo tipo de sistemas de produção agroflorestal locais, e é um excelente exemplo da necessidade da aplicação de uma visão holística, por forma a potenciar o desenvolvimento do MPB. O Alentejo é a região onde todas as culturas, com exceção da vinha, apresentammaior representatividade na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica. CAMINHO DO BPGV NA AGRICULTURA BIOLÓGICA O Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV) no seu histórico, enquanto elemento integrado na DRAPN e, a partir de 2008, no INIAV I.P., em tempos mais presentes tem participado emdiversas iniciativas que atestam com a promoção do MPB e na facilitação da sua aplicabilidade a um nível mais regional e, atualmente, com uma abrangência ao nível das estratégias, divulgação e aplicação de políticas. Cronologicamente, enquadra- -se o caminho do BPGV comexemplos de participação e/ou intervenção. ANOS 90 OPrograma AGRIS - Medida Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Programas Operacionais Regionais pretendeu garantir a promoção e o desenvolvimento das zonas rurais, nomeadamente através da preservação e valorização de pequenos aglomerados populacionais rurais e da melhoria das condições de vida e do bem-estar da população. Numa candidatura apresentada à Ação 8 - Dinamização do Desenvolvimento Agro-Florestal e Rural, parceria entre a DRAEDM, PNPG, IDARN e ADERE Peneda Gerês, levou à instalação, em Covide, de um campo experimental de plantas aromáticas e medicinais, através do qual foi possível estudar a instalação, manutenção e produção de algumas espécies de plantas aromáticas. Congregou, além doutras intervenções, trabalho desenvolvido durante um ano e meio na área do Parque Nacional da Peneda Gerês e área limítrofe. No Parque Nacional da Peneda Gerês, foi no concelho de Terras de Bouro, nas Freguesias de Vilar da Veiga, Rio Caldo e Covide, que se desenvolveu este projeto, incindindo sobre a produção de Plantas Aromáticas e Medicinais em MPB. A maior dificuldade sentida na exploração agrícola gerida pela Fundação Calcedónia foi a falta de mão-de-obra especializada na produção das PAMem MPB, pois estavam em causa muitas espécies comnecessidades produtivas diversas e dificuldades com a secagem, tornando-se difícil escalonar a secagem para o volume produzido num curto espaço de tempo. Quanto à distribuição e comercialização dos produtos também se registaram dificuldades, que podem ser minimizadas pela interação entre os diversos agentes de produção e venda. Reunião TSBiorregião.

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